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The Voice Brasil – 3x10 – Tira-Teima, Parte 2

Uma tempestade suave ou uma brisa sem emoção?

Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]

Se tem uma coisa que sempre chamou muito a atenção no The Voice Brasil foi a sua inconstância. Essa temporada mesmo ela já visitou as audições às cegas. Uma semana extremamente boa seguida de uma semana extremamente fraca, ou melhor, se não fraca muito aquém do esperado. Não foi ruim, apenas não impressionou. Em nenhum nível!

Grandes promessas, performances equilibradas, e surpresas boas e ruins, porque claro, ninguém esperava que o público aprovaria quem aprovou. Em especial, no Team Lulu e no Team Daniel. Eu com certeza não esperava esses resultados. Mas pela 342525341232512435 vez a minha frustração com a ausência da gravação dos ensaios de lado, vamos às performances, que são de fato a única coisa a ser comentada essa semana.

Team Brown

4) Princess La Tremenda  - Summertime (Ella Fitzgerald)

Primeiramente, saudades de Fantasia Barrino cantando essa música. Segundamente, vaza Princess. O que mais falar de uma cantora que já entra no tom errado e ainda consegue fazer soar fora do lugar absolutamente TODAS as notas da música? Chega a ser desrespeitoso com esse clássico uma interpretação tão sem controle, tão sem vida, tão ruim. Se eu já tinha um pé atrás com Princess, agora eu coloquei os dois, e só pra garantir, coloquei também um oceano entre nós.

E pior, eu pergunto qual foi a evolução vista aqui, hein Brown? Você ao menos sabe o significado dessa palavra? Porque se não você pode fingir que aqui é o Soletrando e pedir o significado da palavra. Ninguém vai te julgar. Mentira, eu vou.

3) Isadora Morais – Dança da Solidão (Paulinho da Viola)

Sabe tudo aquilo que Isadora deveria ter feito desde a sua audição? Pois é, ela fez aqui. Aqui, a cantora atingiu um nível de projeção e controle vocal ainda não visto nem no seu canto lírico. Foi uma performance meio calculada demais para alguém que precisava fazer chover no palco para merecer passar. Foi bom? Foi! Talvez não o suficiente, mas se os “pegueis” ainda estivessem em jogo, eu não ficaria chateado se ela fosse roubada, baseado NESSA performance. Claro, foi uma mudança de estilo muito brusca, mas eu em alguns minutos consegui enxergar Isadora cantando algo parecido.

2) Paula Marchesini – Esse tal de Rock Enroll (Rita Lee)

Quando alguém chega cantando um clássico como esse, já causa na plateia uma expectativa imensa. E se Paula está em segundo aqui foi unicamente devido ao fato de não conseguir escapar da monotonia causada pela repetição da melodia. No mais, Paula Marchesin continua sendo a nossa Ana Carolina do rock. Claro, faltou refinar o final, mas como bem disse Bruna Tatto, “se eu consegui ir tão longe agora é só recuar um pouco”. Mas ao escolher uma música de Rita Lee, Paula permitiu que fosse feita de uma maneira mais aberta e coerente uma comparação entre a própria e Nise Palhares. Mas isso é assunto para mais tarde.

1) Joey Mattos – Mangueira (Seu Jorge)

Não foi a melhor coisa que Joey fez na vida, mas foi bom. A energia passada pela voz do cantor era contagiante e mesmo que a sua movimentação meio travada no palco tenha colocado uma distância entre o Joey das batalhas e o de hoje, ainda tenho fé que o cantor vai se recuperar desse deslize, e voltar mais forte do que nunca no Top 16. No mais, esse estilo urbano-alternaivo- meio hip-hop, cai como uma luva para Joey, e se o desafio era mostrar o tipo de artista que ele será ao sair do programa, devo dizer que essa semana, Joey foi o grande campeão.

- Resultados: E com 44% dos votos, Joey Mattos foi escolhido pelo público. Uma decisão muitíssimo acertada. Brown, optando pelo bom senso, escolheu Paula, ainda que uma escolha por Isadora não fosse errada. Mas pensando em quão eclético o seu time pode vir a ser, a escolha por Paula é a melhor, porque acredito que se Isadora avançasse, Brown a converteria para o soul brasileiro, tal qual Rose Oliver. E deve-se dizer que o Team Brown foi O ÚNICO time nem nenhuma grande perda nessa fase.

Team Daniel

4) Kynnie Willians – All of Me (John Legend)

Kynnie escolheu cantar uma belíssima música. Mas a única coisa bela que sua performance realmente representou foi o belo desperdício de “peguei” que foi o usado na cantora.  “All of Me” foi uma das melhores músicas lançadas no ano passado e não merecia a falta de cuidado tanto da cantora quanto de Daniel (ou o Vinny, porque né...). Se teve uma coisa que a cantora não mostrou nesse palco foi vulnerabilidade. A canção inteira soou incômoda nos meus ouvidos e creio que no de muita gente também. Eu até queria acreditar na cantora (mentira, queria não), mas assim ela não ajuda.

3) Thiago Costa – Como Vai Você (Roberto Carlos)

Surpreendentemente, a única coisa que realmente me encomendou nesse versão samba dessa música, foi a voz de Thiago. Digo isso porque ainda mais surpreendente foi o fato de esse arranjo ter funcionado. Mas ainda assim, algo não se encaixava. Talvez, vocalmente o cantor ainda estivesse cantando a versão original e não a sua própria. De nenhuma maneira, Thiago deformou o clássico do Roberto Carlos, que já foi tantas vezes regravado, ele apenas não conseguiu surpreender em nenhum aspecto fora do arranjo dado. Por vezes fiquei com a impressão de que ele apenas escolheu essa nova roupagem para camuflar os seus defeitos vocais, que sim, existem.

2) Vitor e Vanutti – A Hora é Agora (Jorge e Matheus)

Bem moderninhos esses dois, hein. Eles realmente conseguiram chamar minha atenção com essa escolha musical. E digo isso, porque sertanejo nunca foi tão pop quanto aqui. E a harmonia dos dois nunca esteve tão boa quanto essa semana. Mostraram a Danilo Reis e Rafael o que realmente é uma dupla musical. Com uma música dessas Vitor e Vanutti realmente podem funcionar fora do programa.

1) Carla Casarim – Upa Neguinho (Elis Regina)

Que Carla tem sido meu xodó desde a primeira semana de audições, não é segredo para ninguém e essa semana ela apenas conseguiu reforçar a sua posição de melhor candidata do Team Daniel (vamos ver se Kim Lírio vai tentar reaver o trono semana que vem). Ao ver a escolha musical, eu não botava fé nenhuma na cantora, e tendo em vista o que tem acontecido com os meus favoritos ultimamente, fiquei com medo.  Felizmente, Carla mais uma vez me fez muitíssimo feliz na minha escolha de acompanhar o programa esse ano. Se eu já tinha achado a performance de Joey contagiante, Carla elevou esse conceito a níveis inacreditáveis.  A cantora mostrou conseguir unir o melhor dos dois mundos do samba e do MPB e nessa interpretação de Elis Regina, nem Ju Moraes, nem Gabby Moura me vieram a cabeça, apenas Carla Casarim.  Anotem esse nome, porque Carla Casarim ainda nos apresentará performances ainda melhores, se é que isso é possível.

- Resultados:  Apesar de Carla ter feito a melhor performance da noite, Vitor e Vanutti levaram a melhor com 34% dos votos do público.

Team Lulu

4) Gabriel Silva – I Still Haven’t Found What I’m Looking For (U2)

Pela terceira vez seguida, Gabriel não conseguiu conter a sua Twyla interior. Muito ao contrário, conseguiu potencializar todos os seus já insuportáveis excessos. Foi muito incômodo, tão quanto os gritos de Twyla (percebam que foi a segunda comparação com Twyla no mesmo parágrafo!). E se depois de tudo isso, ainda não se convenceram que o cantor foi mal, lembrem que Lulu lançou o seu “você perdeu o controle em um momento”, que veio para disfarçar o “você pegou uma música icônica e simplesmente a desfigurou completamente”. Não deu Gabriel.  Não mesmo.

3) Nonô Lellis – Breakaway (Kelly Clarkson)

Estou achando que a evolução vocal pela qual a cantora havia passado era devido à musica da animação da Disney. Porque estou vendo muito mais da Nonô das audições do que da Nonô das batalhas. E nem digo mais nada sobre a conexão da cantora com a música, mas sim sobre a falta de controle sobre a sua voz. Talvez pelo fato de ter apenas 16 anos, o timbre da cantora ainda não esteja muito definido, mas acho muito válido para ela tentar explorar seu grave. Aqui o resultado foi melhor que o da audição, mas ainda há muito trabalho a ser feito. A menina tem futuro, mas ainda está muito verdinha.

2) Denna Love – Dois Pra Lá, Dois Pra Cá  (Elis Regina)

Se eu tenho percebido algo curioso nas performances de Deena desde as audições, é que a cantora vem perdendo cada vez mais o impacto causado pela sua audição a cada performance que passa. Dessa vez não foi diferente. A música até combinou muito bem com toda a ideologia Deenaloveana de cantar e talvez e também consideravelmente melhor que a sua batalha; por isso eu possa até dizer que valeu a pena, mas que foi a performance mais low-profile de Deena, isso foi. A ideia de que ela não está acostumada a cantar em português foi ainda mais acentuada aqui do que nas batalhas e diferentemente do que deveria acontecer , senti Deena mais preocupada em dizer as palavras certas do que de fato sentir a canção. Mas ainda assim, houve momentos de força, como na incrível subida no tom, onde a desafinação passou longe. Vamos agora ao nosso momento puxão de orelha: “Deena querida, o buzz da sua audição já passou, está na hora de nos emocionar de novo e de preferência de uma maneira diferente da que aconteceu nas audições. Obrigado!”

1) Maria Alice – Memórias (Banda Malta)

Maria Alice nunca esteve entre as minhas favoritas. Muito pelo contrário. Fez uma audição muito mediana e uma batalha ruim. Nas duas ocasiões, havia apostado em uma presença de palco misturada com um poder de sedução que ela obviamente não possui (não no palco do programa, pelo menos) e justamente por isso, considero uma jogada inteligentíssima a cantora escolher cantar uma balada para fazer dela o momento do seu renascimento no programa.  E se a cantora está em primeiro aqui, é menos pelo aspecto vocal e mais pela entrega durante a apresentação. Foi perfeito? Não, mas pela primeira vez essa temporada, eu pude ver em Maria Alice uma cantora com futuro no mundo musical e não apenas alguém buscando fama. Nem vou mais falar do grave, porque cansei de escrever essa palavra. Mas foi basicamente isso que aconteceu: Uma performance emocionante, ainda que não brilhante tecnicamente.

- Resultados: E com uma maioria esmagadora de 59% dos votos, o público escolhe NONÔ LELLIS para avançar de fase. Sim, esse alto índice de aprovação da menina foi a maior surpresa do Tira-Teima. Não entendo como 59% do público votante pode preferir Nonô a Deena, por exemplo. Por hora esse sapo, eu vou engolir. Lulu, podia escolher entre Deena e Maria Alice. Gabriel já era carta fora do baralho desde que Lulu lançou a sua cara de mal para o cantor durante a sua apresentação. Pois bem, uma escolha entre as duas era escolher entre a mais popular e a que mais merecia avançar. Lulu Foi justo e escolheu Maria Alice. E mesmo que isso tenha como consequência a eliminação de Deena, fica a certeza de que a menina dos olhos do Lulu foi eliminada justamente. Lulu nunca deixaria Deena ir embora sem a perspectiva de alguém melhor.

Team Milk

4) Amarildo Fire – Samurai (Djavan)

Amarildo era outro que precisava fazer chover no palco para avançar, mas não o fez. Ele apostou em uma respeitosa coreografia, mas no aspecto vocal, sua apresentação acabou sendo mais do mesmo, ainda que tenha sido a sua melhor. Não vai fazer muita falta, mas nunca foi uma tortura ver o rapaz cantar. 

3) Nise Palhares – Pra Você (Sílvio Cesar)

Todos já sabemos que Nise tem um vozeirão quando quer. E é por já estar cansado de esperar um grande momento de Nise, que digo que essa foi uma performance fraca. A cantora fez uma excelente audição, mas desde lá vem caindo de produção. Mesmo tendo se recuperado de sua fraca batalha, “Pra Você” ainda foi aquém do esperado, foi chato, foi fraco.  A emoção estava lá, mas em alguns momentos, parecia artificial, os vocais estavam lá, mas ao mesmo tempo, acredito que já foram melhores (e sim, no The Voice Brasil, não no Ídolos). Nise pode muito e só espero que a cantora consiga mostrar todo o seu potencial. Voltando um pouco à performance de Paula, pela primeira vez, consegui ver uma competição para roqueira do ano entre as duas. Nise vence no aspecto vocal, mas Paula da uma surra na cantora do Team Milk na presença de palco. Dá pra juntar as duas numa dupla, produção?!

2) Nathalie Alvim – What’s Up? (4 Non Blondes)

Excelente escolha de repertório, que pra mim só pecou na execução e sofreu do mesmo mal que Nise, mas numa escala menor. A batalha de Nathalie foi tão perfeita, tão bem executada e tão gostosa de assistir, que eu esperava algo tão bom quanto ou melhor. Não aconteceu e apesar da cantora ter feito uma apresentação respeitosa, devo deixar registrado meu desapontamento. Acho também que a escolha musical pouco conhecida pode atrapalhar e muito a votação na cantora, mas esse é motivo secundário. Se eu fosse o técnico desse time, e escolhesse Nathalie seria baseado em sua batalha e não nessa performance, que apesar de boa não conseguiu enfatizar os pontos forte da sua voz.

1) Kall Medrado – Black Dog/Fallin’ (Led Zepplin/Alicia Keys)

Ainda não tenho certeza de que esse foi o melhor momento de Kall na competição, mas tenho certeza que ela foi a melhor performance do Team Milk. Kall exalava confiança no palco, me fez acreditar a sua performance e o melhor de tudo, enquanto entregava uma performance arrebatadora. Kall até agora se mostrou presa em músicas meio velhas. Adoraria ver ela cantando algo mais contemporâneo, só pra variar. Adorei o mash-up, mas em um certo ponto, o considero desnecessário. Kall foi lá em cima, brincou com a sua voz, e mais que tudo, sambou na cara dos outros 3. Se não fizer bobeira daqui pra frente, vou ter que ser #TEAMKALL.

- Resultados: Previsivelmente, Nise Palhares, uma das candidatas mais populares da temporada foi a aprovada. Com “apenas” 30% dos votos, a cantora foi aprovada e esse baixo índice pode refletir o falto de que o encanto de Nise está começando a perder o efeito. Cláudia também podia escolher entre Kall e Nathalie. Kall merecia avançar, mas não havia como considerar uma escolha por Nathalie uma cagada. Qualquer uma das duas que ela escolhesse era uma escolha certa e uma perda ao mesmo tempo. Kall foi a escohida pela técnica e avança para o Top 16. Espero que ela chegue às semifinais.

Bem galera, acabou o Tira-Teima e agora temos 16 candidatos na competição, 4 em cada time. A partir de agora, a cada semana um candidato será eliminado, até sobrar um em cada time na final do programa. O público aprovará um e o público selecionará dois, na semana que vem,mas bem que o contrário poderia acontecer, né? Tão mais prático e daria uma chance maior de quem não foi escolhido pelo público agora, poder fazer este mudar de opinião na semana seguinte. Vamos ao nosso ranking:

1) Team Brown: Rose Oliver, Joey Mattos, Paula Marchesini, Romero Ribeiro.

Ainda estou muito surpreso com a recuperação absurda do Team Brown desde as audições. Brown fez escolhas corretas nas batalhas e ainda roubou gente boa. No Tira – Teima não foi diferente. Tanto o público quanto o técnico fizeram escolhas muito inteligentes que resultaram no Team Brown com a melhor média entre os 4 times.

2) Team Daniel: Carla Casarim, Kim Lírio, Vitor e Vanutti, Jésus Henrique.

Daniel também tem feito pouquíssimos erros estratégicos essa temporada e seu time segue perdendo para Brown por uma diferença mínima. Carla, Kim e Vitor e Vanutti são nomes muito bons e se Jésus avançar para o Top 12, não sei por quanto mais tempo o Team Daniel consegue segurar esse segundo lugar.

3) Team Milk: Lui Medeiros, Kall Medrado, Nise Palhares, Leandro Buenno.

Espero imensamente que semana q vem seja a última chance de Leandro dada pela técnica. Porque por hora, ele e Nise são o elo fraco do seu time, que sofreu baixas consideráveis, como Millane Hora, Nathalie Alvim, Priscila Brenner e sem contar a das batalhas. Mas Milk ainda tem Lui Medeiros e Kall Medrado e não deve ser subestimada, mesmo em terceiro lugar.

4) Team Lulu: Edu Camargo, Maria Alice, Nonô Lellis, Danilo Reis e Rafael.

Alguém tem dúvidas de que o Team Lulu é o mais fraco e desinteressante da temporada? Perdeu Lui, perdeu Rose, perdeu Deena, e ganhou a lanterna. É meus amigos, é tempo de vacas magras para o Team Lulu.

Agora vamos ao momento suspense: O meu Top 4 da temporada. Ainda sem ordem definida, ele é composto de Carla Casarim, Rose Oliver, Lui Medeiros e apesar do desastre da semana passada, Kim Lírio. Os mais prováveis de roubar o lugar de um deles no meu ranking são: Kall Medrado, Joey Mattos, Paula Marchesini e correndo por fora, Edu Camargo. E você, qual o seu Top 4?

AHHHH, já ia esquecendo. A nossa bancada dos sonhos. Semana passado nos comentários, tivemos ideias interessantíssimas. Entre elas, Ivete Sangalo, Luiza Possi, Ana Carolina e outros para a cadeira de Milk; Rogério Flausino (meh!), Alexandre Pires, Seu Jorge, Saulo Fernandes (adorei mesmo!) para o lugar de Brown; Samuel Rosa ou Di Ferreiro no lugar de Lulu (#teamsamuel); e Michel Teló (amei demais), Vitor Chaves (amei demais/2) e Sorocaba (muito interessante mesmo) para o lugar de Daniel. Ideias muitíssimo interessantes, mas vamos dar mais um tempo para amadurecermos essas nossas ideias.

PS: Peço mil desculpas pelo atraso nos posts nessas duas últimas semanas, mas já voltamos à programação normal. Obrigado pela compreensão!!

Até semana que vem! Já tem o seu Top 4 definido? Já a sua bancada dos seus formada? Comentem a vontade!!!


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