Os pareamentos quádruplos são extremamente desnecessários.
Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]
No ringue do The Voice Brasil, tivemos emoção, massacres, surpresas e, claro, erros de arbitragem. Mas será que valeu a pena?
Vamos começar polemizando, certo? Esses pareamentos quádruplos são extremamente desnecessários. Qual a real necessidade de o público participar já nessa fase? Os técnicos podiam muito bem continuar selecionando seu time e aí sim, na próxima fase, quando tivermos 4 por time, o público participaria. Na verdade sairia até mais barato para a Globo fazer mais programas gravados que ir para os shows ao vivo logo. Semana passada, eu havia feito pareamentos em dupla no ranking dos times e isso mostra que a participação do público é tão desnecessária que eu já tinha até esquecido do 5º técnico nessa fase. Mas de uma maneira geral, o que aconteceu na maioria dos times foi a junção de dois pareamentos e de cada pareamento, um saía vencedor. Assim sendo, nesse aspecto a maneira de dividir os times pouco influenciou.
Acreditem ou não, os “pegueis” fizeram muita falta. Mais uma vez eliminações injustas poderiam ter sido evitadas. Mas por outro lado, prefiro que essa ferramenta não seja utilizada a ela ser utilizada como foi no ano passado, de maneira irresponsável e sem critério por parte da equipe técnica do programa.
O momento decepção da semana foi ver que os ensaios dos candidatos foram absolutamente cortados sem dó nem piedade. Dessa forma, a edição deixa o programa seco, frio, pois ficamos sem saber se quem escolheu a música realmente foram os candidatos ou a produção do programa. O programa fica incompleto sem ver os ensaios, porque é lá que vemos se realmente alguma evolução está sendo feita e quais são as dificuldades enfrentadas pelos candidatos. Nos ensaios a gente percebe também o quanto os técnicos são próximos dos seus pupilos. Devo dizer que esse tem sido um dos mais sérios defeitos dessa temporada do programa.
Musicalmente, porém, a semana foi ótima. Uma performance em especial, foi a melhor da noite e concorre seriamente como uma das melhores da temporada. E essa performance mostrou o quão importante a presença dos “pegueis” é. Porque se esse candidato em questão não tivesse sido salvo, teríamos sido privados desse talento incrível. E fico aqui na expectativa por mais.
Por último, devo dizer que algo que chamou muito a atenção foi quando Daniel agradeceu ao “Vinny” pelos arranjos feitos para os candidatos do seu time. Pode parecer impressão, mas entendi por esse agradecimento que quem ensaia com os candidatos não são os técnicos, que os candidatos apenas escolhem a música e a cantam e os produtores musicais do programa que fazem todo o trabalho que deveria ser conjunto do técnico com o candidato. Dessa maneira, devo dizer que o meu respeito pelo TVB acaba de cair um pouco. Porque qual a razão de trazer técnicos para o programa se tudo que eles fazem é bater palmas depois de uma apresentação e apontar o cantor que mais tem chances de ganhar? Realmente, para o ano que vem, vou estar esperando uma revolução muito grande nesse quesito, porque simplesmente não dá para continuar do jeito que tá! É algo que vai contra a ideologia do programa. Dessa maneira, os técnicos são meros jurados e os candidatos, saem do programa sem realmente ter uma ideia de quem são musicalmente e como atuar na área musical quando saírem do programa. (Cadê que aquele que não deve ser nomeado vem ler aqui essas partes, hein?)
Bem, para facilitar a leitura, os candidatos estão na ordem cronológica dos times e dentro de cada time, há um ranking das apresentações feitas, que vai da pior para a melhor. Vamos lá!
Team Daniel – De uma maneira geral, foi a maior decepção da noite. Mas ainda assim, foi bem interessante de assistir.
4) Kim Lírio – Dream On (Aerosmith)
Ai, ai… Teve fã do The Voice US se contorcendo ao ver essa performance. E o motivo tem nome e sobrenome: Amanda Brown! A cantora simplesmente fez com essa mesma música em 2012, uma das melhores performances da história dos realities shows. E não, não estou exagerando, e para quem se diz fã de boa música, e ainda não viu essa performance, eu recomendo imensamente. Mas mesmo se eu não tivesse visto Amanda quebrando tudo com essa música eu ainda consideraria essa performance de Kim ruim. Sim, pela primeira vez na temporada, Kim Lírio me decepcionou no palco. Além já começar errando pela escolha musical, ele logo no comecinho já veio tropeçando nos graves, aspecto que ele simplesmente arrebentou nas batalhas (será que foi a falta da presença de Luiza Possi? Não me batam, por favor! HAHAHAHA). Seguindo esse começo já desastroso, o que veio depois foi simplesmente um excesso da qualidade vocal rouca da voz dele que eu tanto amo. Está aí a prova de que tudo em excesso faz mal. Para completar, o cantor ainda eliminou completamente a parte mais marcante da música: os inesquecíveis e incríveis gritos de Steven Tyler nos últimos “Dream Ons” da música. Fez muita falta e assim Kim, deixou a sua performance, que já não estava tão boa assim sem nenhum ápice. Mas se tenho alguma coisa boa pra tirar daqui foi a energia do cantor, o seu excelente domínio de palco e o fato de ele ter sido o único do Team Daniel a lembrar que também existia uma parte da plateia atrás do palco. Mas vamos falar a verdade. Que decepção, hein! Sério mesmo! Acho que só pode ser macumba ‘daquele que não deve ser nomeado’, porque todas as vezes em que eu declarei aqui que alguém tem chances de ganhar ou que alguém virou um dos meus favoritos, ou ele faz uma performance ruim ou é eliminado! Ô sorte essa minha, hein! Mas assim como disse para Leandro Buenno na semana passada, vou dizer a Kim Lírio essa semana: Dou a todos os bons candidatos o direito a uma cagada antes de torcer pela eliminação deles.
3) Ricardo Diniz – Caça e Caçador (Fábio Jr.)
Weeell... (by Altiva!) Ricardo também foi meio qualquer coisa (o outro cantor assim classificado por mim vem logo abaixo). E isso me irritou profundamente, porque sei (e vi nas duas fases anteriores) o quão melhor ele é. Ricardo sofreu da Síndrome de Jésus; foi bom, mas qualquer coisa a mais do que isso é um exagero; e da Síndrome de Jeanne; insistiu em cantar no registro baixo. Ou melhor, ficou no seu registro baixo até metade da performance, quando Deus ouviu as minhas preces e subiu o tom da música. Nessa transição, pela primeira vez percebi umas desafinadas do cantor. Ainda teve aquele falsete no final, que foram muito bem feitos, apesar de totalmente deslocados e sem função ali, já que o impacto foi zero. Para quem ainda não havia percebido, aqui ficou ainda mais evidente as influências do soul americano na voz de Ricardo.
2) Jésus Henrique – Lilás (Djavan)
Foi só eu, ou esse arranjo dado para a música do Djavan me lembrou o arranjo da batalha de Nise Palhares, Thiago Costa e Davi Lins ao som de “Adivinha o Quê?”. Bem, passado o comentário aleatório do dia, vamos à Jésus. Foi uma performance bacana até, talvez a melhor dele até aqui. Adorei o fato de que ele conseguiu cantar uma música mais up-tempo (agitada) sem perder o fôlego, pontos para ele. Mas, falando a verdade, Jésus foi um dos meus maiores conflitos essa semana. Digo isso porque para mim, que não sou fã, ficou muito óbvio de que o cantor tem a capacidade de combinar uma voz potente e cheia de recursos interessantes, carisma e competência. Acontece que ainda assim, não deu certo. À apresentação ficou parecendo que faltava alguma coisa. Desconfio fortemente de que isso seria a vontade de ganhar, que se existe dentro do cantor, deve ser mostrada. Vimos um pouco dela nas audições, mas ainda assim, quero mais. E depois dessa performance, Jésus me mostrou que pode chegar lá.
1) Kiko e Jeanne – Sapato Velho (Roupa Nova)
Ok,vou assumir. Para quem já estava levemente decepcionado quando viu que a dupla escolheu cantar Roupa Nova de novo, eu até me surpreendi. Ao ponto de os colocar em primeiro aqui. E digo isso quase exclusivamente por causa de Kiko. O cara mandou muito bem mesmo, e o fez numa intensidade que acabou ofuscando a colega de palco. Desde as audições, tenho percebido nos dois, uma necessidade de cantar acima da nota, o que em alguns momentos, acaba soando incômodo. Hoje isso não aconteceu. Todas as explosões de Kiko foram muitíssimo bem colocadas e fizeram com que a canção ganhasse uma força absurda no quesito interpretação. Porém, tudo isso sumia quando chegava a vez de Jeanne cantar. Ao vir aqui no Planeta TV semana passada e ler que eu não gostei dela atacando no registro mais alto, Jeanne decidiu essa semana, usar mais o seu grave (e o usou ainda nas harmonias, levando Kiko pra baixo junto). Ponto para ela, porque eu fico realmente feliz por ela ter trabalhado diferentes regiões da voz dela. Ficaria ainda mais feliz se o resultado tivesse sido bom. Não foi. O que presenciamos ali foi um total descompasso entre os dois, que visivelmente estavam fazendo interpretações de intensidade diferentes. E mais uma vez vou ser sincero: Se Daniel tinha alguma intenção de levar a dupla adiante (dica: ele tinha muita), ele não o fez devido aos problemas apresentados pela cantora aqui. Fica a dica também para Kiko, que certamente vai fazer que nem a irmã e ler aqui, então aqui fica meu conselho: “Kiko amigo, sei que você ama a sua irmã, mas vocês não funcionam inteiramente como dupla. Segue carreira solo, que eu talvez vá ver um show teu, beleza?!”.
- Resultados: Bem, com 46% dos votos, Kim Lírio foi aprovado pelo público para o Top 16. Mesmo acreditando que Kim fez a pior performance do Team Daniel da semana, acredito que as suas duas primeiras performances foram sim, boas o suficiente para fazer o público o avançar merecidamente, mesmo depois de um desastre desse. Quanto à escolha de Daniel, a justiça apontava para Kiko e Jeanne, o histórico no programa para Ricardo e a lógica, para Jésus. O técnico, que desde as audições se mostrou muitíssimo empolgado com Jésus (mas do que o cantor merecia, vale dizer) o escolheu para avançar, o que eu até considero uma escolha relativamente coerente. Entre uma dupla sem grande perspectiva de mercado (Kiko e Jeanne), um cantor que tende a cantar abaixo da nota correta (Ricardo) e um cantor que tende a cantar acima da nota certa (Jésus), eu também escolheria o cantor que canta acima da nota, porque isso indica que ele tem um alcance maior. Fiquei muito perdido durante o discurso de Daniel, que apontava diretamente para Kiko e Jeanne. Mas no final, Jésus acabou sendo o escolhido. Um resultado justo e ao mesmo tempo injusto. Mas acima de tudo, coerente e por isso, acabei ficando em paz com ele.
Obs: Não Lulu, nesse ponto da competição, nem todo mundo é bom. Ainda é preciso separar o joio do trigo. E olha que ainda tem muito joio, hein...
Team Milk – O time com o qual eu tinha as maiores expectativas, e na média teve as melhores performances. A performance que citei lá em cima está aqui!
4) Leandro Buenno – Without You (Usher feat. David Guetta)
Acorda Leandro, segunda bola fora. Sim, essa performance foi uma decepção. Quando me lembro da audição de Leandro, lembro que adorei tudo: a escolha musical, o senso rítmico dele, seus falsetes maravilhosamente bem colocados e o imenso potencial de mercado. Hoje, nada deu certo. Desde as batalhas, a voz dele estava estranha, não desafinada, mas como se não fosse a voz de canto natural dele, meio jogada, de qualquer jeito. Isso foi muito perceptível aqui. Pessoalmente acredito que isso se deve ao fato de tanto nas batalhas quanto aqui no Tira-Teima, o foco de suas apresentações foi a interação com o público e a coreografia, ao contrário de sua audição, onde o foco foi claramente nos vocais (dificílimos, devemos lembrar). O grave, também foi bem defeituoso. Faltou projeção. Ficou jogado (sim, a sensação foi essa mesma!). Essa performance só não foi mais apagada devido ao excelente combo feito de nota alta + vibrato + nota mais alta + vibrato para aguentar mais um pouco a nota que Leandro conseguiu executar perfeitamente no final da apresentação. Mas convenhamos, 5 segundos de canto decente não fazem valer duas performances meia-boca e ainda mais uma depois da outra. Ficou muito óbvio que até mesmo os outros técnicos perceberam o desastre que foi essa performance. Algo tem que mudar, se não teremos um novo Sam Alves, só que dessa vez, sem a voz.
3) Millane Hora – Vapor Barato (Gal Costa)
Millane pode ter feito uma das melhores batalhas da temporada. E talvez exatamente por isso, eu tenha esperado muito dela e acabei frustrado. Não ruim. Foi boa. A dramatização estava lá. O controle vocal também. Mas faltou a precisão cirúrgica que ela nos apresentou nas batalhas e a transmissão da emoção. Faltou toda uma perfeição que foi nos previamente apresentada e por consequência, nos faz julgar a cantora por um parâmetro mais alto que os demais. Passei muito tempo esperando a apresentação atingir o seu ápice e quando a cantora chegou lá, não senti que a espera tinha valido a pena. E talvez esse seja o único motivo para a cantora estar em terceiro, mesmo tendo feito uma boa apresentação, porque foi bom, só não impressionou da mesma maneira que ela fez na semana passada.
2) Priscila Brenner – Burn (Ellie Goulding)
Ok, se em nenhum momento anterior a esse, Priscila havia ganhado a minha torcida, esse momento acabou de acontecer. A loirinha fez uma escolha de música relativamente óbvia, mas apostou em um arranjo que crescia durante a música e a forçava a crescer junto com ele. O resultado disso tudo foi ótimo: Falsetes maravilhosos, uma sensibilidade nítida a uma letra nem tão profunda assim e o melhor, os momentos de força em que Priscila finalmente se permitiu sair da casinha em que ela estava se escondendo nas suas duas performances anteriores. Em partes, isso deve ao fato de ela ter colocado o modo auto-tune para descansar e nos permitido ouvir sua voz natural. Foi realmente a melhor performance de Priscila no programa. E ela realmente deveria seguir em frente depois desta. Mas Priscila só passa se for pelo público, porque Cláudia ou salva Leandro ou salva Lui.
1) Lui Medeiros – Oceano (Djavan)
Acredito que esse grave ainda vai infernizar a vida de muita gente esse ano. Até no pé do Lui ele anda pegando. Sim, até Lui! Os graves deles não estavam perfeitos, mas estavam consideravelmente melhores em relação à batalha. Acho que faltou ele envolver a nota (olha, tem que ter a cabeça muito aberta pra entender o que eu falo aqui hehe), que podia estar certa, mas meio crua, meio sem nenhum atrativo, entenderam? Bem, agora esqueçam ABSOLUTAMENTE TUDO o que está escrito nas linhas de cima e continuem a ler. Lui Medeiros simplesmente anulou qualquer possibilidade de não avançar de fase uns 20 segundos após ter começado a cantar. Veio a mudança de tom (sempre ela!) e junto dela, os falsetes (sempre eles!), e as notas altas, que fizeram falta na batalha com Deena. Lui Medeiros simplesmente provou por A + B de uma forma lindíssima que não merecia ir pra casa ainda. Mais do que isso, entrou definitivamente no meu Top 5 da temporada e concorre seriamente a vencedor, ainda mais depois de uma performance como essa. Lui foi aplaudido de pé pelos 4 técnicos e é um dos poucos a de fato merecer isso tudo. Acho bom Cláudia Leitte cuidar muito bem do Lui, que pode até não ter perfil de campeão, mas se olharmos por esse lado, Ellén Oléria, também não tinha. E ainda assim ganhou a temporada já nas audições. #OREMOS
Obs: Nem preciso falar que foi a melhor performance da noite, não é?
- Resultados: Surpreendentemente (e digo isso baseado na base de fãs dos cantores e não nas performances), Lui foi o mais votado pelo público com 29% dos votos. Uma diferença certamente muito pequena entre e ele o segundo colocado. Mas, com o avanço de Lui, isso só significaria uma coisa: Leandro seria a escolha de Claudinha. A cantora já havia deixado claro (nas entrelinhas) nas batalhas, que não desistiria dos eu #2 no iTunes tão facilmente. Acontece, que o buzz da audição de Leandro já passou e ele anda decaindo a cada fase que passa. E com isso perdemos duas cantoras, que de qualquer maneira seriam muito mais interessantes do que Leandro na próxima fase. Millane e sua teatralidade vão ficar marcadas em “Bilhete” e o timbre delicioso e diferenciado de Priscila também será lembrado em “Burn”. A técnica pode até ter se tornado mais estratégica ao longo desses 3 anos de programa, mas que Priscila merecia passar, ah, isso ela merecia.
Team Brown – O Team Brown foi mediano, como sempre foi.
4) Hellen Lyu – Marcas de Ayer (Adriana Mezzadri)
Vamos lá, Brown! Cadê o timbre único de Hellen? De única essa performance não teve nada. Ou até teve, mas levando para um lado muito negativo. O tédio predominou como de costume, mas dessa vez tivemos o bônus de muitas notas erradas durante o caminho. Resumindo, não há dúvidas de qual deve ser o destino de Hellen: #VAZAPRAGA!
3) Vanessa Borges Fire (hahahahahaha) – Amantes Cinzas (Carlinhos Brown)
Gente do céu, que preguiça. Ela escolheu uma música do Brown de novo. Criatividade mandou beijo para a você, sra. Fire. Verdade seja dita, a presença de palco da cantora cresceu absurdamente essa semana, mas a sua desenvoltura vocal, não acompanhou esse desenvolvimento. Não me entendam errado, a voz de Vanessa não é ruim. No aspecto técnico, ela é muito boa, mas sua voz é muito sem brilho. Querem mais alguma prova? Aqui vai: O fato de a cantora estar oficialmente namorando Amarildo Fire simplesmente apagou qualquer sinal de relevância da performance da cantora naquele momento para o programa. Tanto, que Tiago Leifert nem demorou para contar a novidade ao mundo. E se você não tem moral nem com o apresentador do programa, a coisa tá feia pro seu lado.
Obs: A Sra. Fire estava deslumbrante nesse vestido, hein.
2) Romero Ribeiro – Depois do Prazer (Só Pra Contrariar)
Uma escolha inteligentíssima de repertório. E realmente acredito nisso. É uma música do Só Pra Contrariar, mas eternizada na voz da Alcione. E por isso, ao cantar essa música, Romero acaba trazendo um elemento de novidade, que não existe de verdade, mas parece que existe. E é exatamente aí que reside a mágica da performance de Romero: Uma novidade, sem trazer nada de novo. Uma reciclagem de algo que um dia já foi sucesso. Uma jogada inteligentíssima mesmo, que de quebra ainda permitiu que o cantor mostrasse pela primeira vez um lado mais emocional no palco. Se Romero e Brown, digo só o Romero, né, porque o Brown..., enfim, se Romero continuar fazendo escolhas inteligentes como essa, eu só digo isso: “Que os deuses protejam Rose Oliver”.
1) Rose Oliver – Força Estranha (Caetano Veloso)
Foi uma performance do tipo montanha-russa. Começou lá em baixo, bem lá em baixo mesmo e terminou com tudo em cima. Ao ver a escolha da música, as primeiras palavras que vieram a minha mente foram: THALITA PERTUZATTI. A semifinalista do Team Milk da primeira temporada fez uma das mais marcantes audições daquele ano e meio que eternizou essa música na sua voz. E por isso, digo que Rose não chegou nem perto de me surpreender da mesma maneira que Talita fez. O grave pegou ela de jeito nos primeiros versos, quando em uma tentativa de mostra suavidade e emoção acabou errando umas notas bem cruciais, mas se recuperou muito rapidamente e fez coisas com a sua voz que eu nem imaginava que ela era capaz de fazer. Umas notonas depois, voltou a reduzir a intensidade da sua performance e guardou um pouco para o final, quando terminou de uma maneira espetacular. Ou seja, começou mal, cresceu absurdamente, ficou bom e terminou excelente. Uma excelente performance. Mas sinto que Rose ainda é capaz de fazer muito mais do que apresentou essa semana.
- Resultados: E mais uma surpresa com os resultados do Team Brown. Com 28% dos votos, ROMERO RIBEIRO foi o escolhido do público para avançar à próxima fase. Foi surpreendente mesmo, porque não acreditava que Romero tinha uma base de fãs já tão significativa. E se por um lado, isso foi bom para ele, foi levemente decepcionante ver Rose Oliver deixada de escanteio depois de uma performance tão bacana. Felizmente, Brown e eu estamos em sintonia desde a semana passada e ele percebeu que ele não tinha o que escolher. Era Rose Oliver ou Rose Oliver ou Rose Oliver. Não tinha como ele errar. E com isso, mas uma vez fiquei em paz com os resultados. E olha a boa notícia gente... depois de colocar o público para dormir enquanto cantava em espanhol, Hellen Lyu foi eliminada. Já vai tarde e não volte. Quanto a Vanessa, sinto por ela, mas Amarildo vai ser eliminado semana que vem também e eles vão pra casa juntos!!!!
Team Lulu – Só não foi a maior decepção da noite porque eu já não esperava nada deles. Mas ainda assim, uma parte de mim esperava mais.
4) Danilo Reis e Rafael – Planeta Água
Ainda se essa performance tivesse sido boa (dica: não foi mesmo), ela está anos-luz atrás da batalha dos meninos e ainda mais distante da audição deles. E vocês tem que concordar que fica difícil de nos empolgarmos com uma performance tão mais ou menos de quem já nos surpreendeu um dia. Adorei o fato de eles não terem escolhido nada tão perto musicalmente deles e feito adaptações do arranjo, mas não deu certo. Nem mesmo o grave de Danilo (ou de Rafael, ainda não sei quem é quem!) me deu uma injeção de ânimo. Pareceu que foi feito de qualquer jeito, e senti um certo descaso (por parte de todo o Team Lulu, na verdade). E aqui vou roubar a frase do Daniel de duas semanas atrás e dizer que faltou preparo para essa apresentação. E muito. Falou interação com o público, faltou se entregar de verdade ao que estava sendo feito. Para mim, essa performance foi uma eliminação instantânea dos meninos. Pelo menos no meu ranking.
3) Twyla – Unchain my Heart
Não é segredo nenhum que eu realmente odiei a audição de Twyla, e a sua batalha reverteu um pouco desse cenário. Mas aqui no Tira-Teima, me lembrei mais da Twyla das audições do que da das batalhas. Além de não conseguir entender o que ela falava durante grande parte da apresentação, ainda achei que a energia que geralmente ronda a cantora em suas performances, não estava presente aqui. Assim como Vanessa, a presença de palco dela fez grandes avanços, mas vocalmente não há como dizer que foi uma grande performance. E para completar, Twyla vai se despedir do programa com um daqueles gritos insuportáveis em falsete que ela e Lulu (e agora Cláudia) juram que agrada os ouvidos. Isso mostra duas coisas: 1)Twyla não aprendeu muita coisa em sua passagem pelo programa 2)Lulu não é um bom técnico desde a primeira temporada.
2) Dudu Fileti – Every Breath You Take (The Police)
Respeito muito o legado que essa música tem em sua volta, mas escolher cantá-la, é pedir para ser eliminado. Muito dificilmente um cantor consegue sair da mesmice que o arranjo e a letra os leva. Nem mesmo o vencedor da sexta temporada do The Voice US, Josh Kaufman (o melhor vencedor da franquia, vale dizer) e Usher conseguiram fazer um bom dueto com essa música. Mas acredito que Dudu até conseguiu me surpreender nessa performance. Não que ele tenha cantado melhor que Josh e Usher, mas acredito que ele conseguiu trazer umas dinâmicas interessantes e ele trabalhou uns níveis de loucura durante a performance que combinaram com a letra. Para quem não sabe, essa é conhecida por muitos como a stalker song (música do perseguidor), já que os versos dizem “Cada respiração que você der e cada movimento que você fizer, eu estarei lhe vendo”, e por isso, a loucura interpretada por Dudu combinou muito. Na verdade, ele só perde a primeira posição aqui porque sua performance pareceu muito calculada, muito sem espontaneidade e muito previsível por vezes.
1) Edu Camargo – Lábios de Mel
Vou começar dizendo o único motivo de Edu estar em primeiro aqui: A entrega do cantor a canção foi algo com que muitos candidatos podem aprender e trazer para a sua apresentação. A intensidade da interpretação de Edu foi muito linda e seus falsetes muito respeitáveis, e olha que eu nem sabia que Edu tinha esses falsetes dentro dele. Eu consegui de fato sentir cada palavra cantada por ele. Ou melhor, consegui senti cada palavra da música exceto o primeiro terço da canção, que começou muito do nada e eu nem tinha percebido que ele tinha começado. Mas ainda assim, o que veio depois simplesmente apagou da minha mente aquele começo ruinzinho e me fez de fato torcer pelo cantor e pela sua aprovação.
- Resultados: E mais uma surpresa no Team Lulu. Com 41% dos votos, Danilo Reis e Rafael foram os escolhidos para a próxima fase pelo Team Lulu! E sabe o que foi o melhor disso tudo? A cara de decepção de Lulu! Se eu ainda estava na dúvida se a dupla tinha feito uma apresentação abaixo da média, nesse momento, eu tive certeza absoluta de que eu estava certo. E com a aprovação dos dois, cabia a Lulu escolher entre Edu e Dudu, porque Twyla já era carta fora do baralho nessa disputa, desde que os olhos de Lulu brilharam no fim da batalha de Edu contra Rose. Como muitos imaginavam, Lulu levou Edu adiante, dessa vez merecidamente. Mas ainda não confio que Edu daria um bom finalista para o técnico, sim porque afirmo desde já que essa é a intenção de Lulu.
Bem, percebe-se assim que a semana de Tira-Teimas no The Voice Brasil foi bem controversa no que diz respeito às escolhas feitas pelos técnicos, mas musicalmente, foi excelente. Muito boa mesmo. Acho que só perde para a semana passada de batalhas. De uma maneira ou de outra, todos os times, saíram prejudicados essa semana. As eliminações de Dudu Fileti, Priscila Brenner, Millane Hora e até mesmo Kiko e Jeanne me desceram bem amargas. E dentre estes, acredito que Priscila poderia muito bem ser roubada por algum outro técnico se houvessem “pegueis” em jogo. Uma pena.
Ainda que a muitos nomes bons já tenham se apresentado essa semana, ainda há mais gente interessante na semana q vem. No Team Milk, estou ansioso para ver o que Nathalie Alvim fará e Kall Medrado, dois nomes que acredito serão os escolhidos para avançar. No Team Daniel, anseio por ver apenas Carla Casarim. Vitor e Vanuti podem tanto surpreender quanto decepcionar. No Team Brown, Paula e Joey são minhas únicas esperanças de entrega de boas performances. E o Team Lulu, deixa pra lá...
Bem, nosso ranking acabou meio diferente, mas vamos lá:
1)Team Milk: Lui Medeiros, Leandro Buenno.
O Team Milk continua fortíssimo, e Lui acaba de se tornar definitivamente um dos meus favoritos na competição. Acredito que Cláudia ainda não tenha tido um candidato musicalmente parecido com Lui, e se na primeira temporada, o Brasil corou uma mulher negra e homossexual como vencedora, não vai ser por gordinho que Lui tem menos chances de ganhar que os outros (Peço desde já desculpas se alguém achou esse comentário preconceituoso. Juro que não foi). Já Leandro, quanto mais cedo ele sair, melhor para a média do Team Milk.
2)Team Brown: Rose Oliver, Romero Ribeiro
Continuo achando incrível a recuperação que o Team Brown vem tendo desde as batalhas. Nem Rose nem Romero mostraram tudo o que são capazes de fazer ainda e ambos já tem o meu respeito. E somando a minha expectativa pela adição de Paula Marchesini e Joey Mattos aqui na semana que vem, vemos um Team Brown muito mais forte do que eu poderia ter previsto ao final das audições.
3)Team Daniel: Kim Lírio, Jésus Henrique
Kim pode ter caído lindamente de produção, mas ainda tem duas performances poderosíssimas presentes na minha memória e vai passar pela prova de fogo no show de apresentações do Top 16. Já Jésus, ainda tem que comer muito feijão com arroz para provar que merece avançar para o Top 12.
4)Team Lulu: Edu Camargo, Danilo Reis e Rafael
Logo ao fim das audições, Lulu podia não ter o melhor time, mas tinha Lui Medeiros, Rose Oliver e Deena Love para chamar de seus, e por isso, tinha a possibilidade de ganhar a temporada. Hoje, 4 semanas depois, vemos que a coisa mudou e muito. Quando o seu melhor candidato é um Edu Camargo que só conseguiu chamar a atenção do povo na terceira fase da competição, temos um problema gigante. Contudo, Lulu ainda tem uma dupla sertaneja que mostrou fazer sucesso com o público e por enquanto, não deve ser subestimado.
Bem, tenho mais 3 notícias para vocês:
1) Para os fãs de Carla Casarim, fiquem sabendo que ela responde a todos no facebook e é uma fofa. Ela respondeu uma simples mensagem minha e descobri que ela tem um site. carlacasarim.com
2) A respeito da minha bancada dos sonhos, vou botar ela um pouco de escanteio e deixar que vocês formem ela nos comentários. Vamos ver o que sai! Até agora, temos Samuel Rosa como substituto para Lulu, ideia que eu adorei. As outras 3 vagas estão em aberto. Os nomes que mais aparecerem estarão aqui.
3) A performance de Lui me inspirou a criar o Selo Liah Soares de qualidade. Uma adaptação do selo Amanda Brown de qualidade utilizado pelo Luiz Gustavo Cristino. Esse selo só será utilizado em performances que me surpreendam tanto quanto Liah Soares fez na primeira temporada quando cantou “Asa Branca”. Por melhor que Lui tenha sido (e ele foi muuuuuuito bom mesmo), ainda não foi digno de ganhar o selo Liah Soares de qualidade.
Bem, fiquem com Deus! Até semana que vem e que ela seja melhor do que essa e que muitas performances sejam dignas do selo Liah Soares de Qualidade!!!! Comentem a vontade, quero muito saber qual a bancada dos sonhos de vcs!