Também estou arrasado, Sandy!
Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]
Sabe aquela temporada impecável que o Superstar veio mostrando até agora? Pois é, pela primeira vez esse ano tive a ligeira impressão que pode tudo ser jogado por água a baixo. E pelo mesmo motivo do fracasso das duas últimas temporadas do The Voice Brasil: o voto do público.
Nesse momento, que se dane a ordem cronológica que geralmente adoto aqui e vou logo explodir a bomba: Os três grupos menos votados foram Kita, Reverse e Trio Sinhá Flor, sendo que dentre esses 3, apenas o Trio Sinhá Flor desapontou a ponto de merecer essa posição. Já Kita, depois de ser disparadamente a melhor apresentação da noite, se viu precisando ser salva pela sua madrinha (que muito obviamente o fez). Já Reverse, que não tinha me agradado tanto assim nas audições me fizeram prestar atenção mais detalhadamente no trabalho deles essa semana e os achar merecedores de mais uma chance de se apresentarem.
E aqui surge o problema: O voto do público ocorre desde o primeiro momento do programa até o último e esse é o diferencial da franquia Rising Star (que depois de flopar no mundo todo, só veio hitar no Brasil, pra quem não sabe), ou seja, não podemos mudar isso. Mas podemos dar mais poder aos jurados ao menos nessas fases mais iniciais do show, porque por exemplo, Kita foi o grupo mais elogiado pelos jurados essa semana, foi um fato e ainda assim se viu entre os 3 menos votados. Essa discrepância entre os jurados e o público nunca se mostrou tão grande e é o sinal de que temos que mudar alguma coisa antes que alguma eliminação de alguém que realmente iremos sentir falta aconteça.
Enfim, vamos a essas apresentações dessa semana, que no geral foram um tanto mornas e inferiores às do grupo de Paulo Ricardo, mas tivemos também aqui destaques inegáveis (cof cof, Kita). Vamos a eles:
8) Devir – All About That Bass (Meghan Trainor) + Versão em português pore les – 86%
Tenho plena noção de que muita gente vai querer o meu pescoço por estar colocando Devir aqui em último lugar, mas senti a mesma coisa que senti na audição: uma banda de covers. Claro, eles “fizeram a versão deles”, mas sejamos honestos e aceitemos que “All About That Bass” é uma música muito reggaeável e não os permitia sair da zona de conforto deles em nenhum momento, nem vocal (e olha que eu acho o grave dessa mulher LINDÍSSIMO), nem artístico. Quando eles passarem mais tempo tentando mostrar o que eles REALMENTE podem oferecer ao mercado, eu gasto mais tempo falando deles.
Obs: Pode até parecer implicância minha, mas adorei que Paulo Ricardo pegou no pé deles a respeito da música. Hihihi...
7) Trio Sinhá Flor – Asa Branca (Luiz Gonzaga) – 76%
Ai, Trio Sinhá Flor. Como me dói ver vocês na sétima posição no meu ranking. Essas meninas fizeram uma das audições mais memoráveis da temporada e talvez seja justamente por isso que minhas expectativas estavam altíssimas. Primeiramente, vou logo dizer que não achei nem um pouco que elas fizeram um trabalho menos que bom. Mas a verdade é que ficou tudo tão genérico que senti que a música (e por tabela elas também) perderam a força. De todas as versões de “Asa Branca” que eu já vi, a minha favorita continua sendo a de Liah Soares, na primeira temporada do The Voice Brasil. Alguns clássicos só funcionam em realities quando levados para lugares completamente diferentes da versão original (sdds Liah), e é uma pena saber que o Trio Sinhá Flor aprendeu isso da maneira mais difícil.
6) Os Gonzagas – Cheiro de Carolina/Carolina (Luiz Gonzaga/Seu Jorge) – 82%
Ok, que a ideia de juntar essas duas Carolinas foi genal, foi! Mas acontece que as surpresas acabaram aí. Sandy pegou muito leve no quesito afinação com eles. O grave do vocalista (que espero que não vire o Leandro Buenno do Superstar) foi mais defeituoso do que Claudia Leitte tentando agir naturalmente no TVB. E mais, tal qual o Trio Sinhá Flor, durante as partes da música do Gonzaga, predominou o tédio e o desinteresse, enquanto que nas partes da música de Seu Jorge, foi que os meninos conseguiram chamar a atenção. Até acho que mereceram avançar HOJE (se eu pudesse empatar eles com o Trio Sinhá Flor, eu empataria, mas por motivos de ranking, não posso!), mas longe de marcarem como uma banda tão bem votada deveria.
5) Reverse – Lá Vem Você (Autoral) - 68%
Eu não lembrava muita coisa deles das audições, mas sabia que eles tinham sido relativamente bem e não tinham deixado necessariamente uma má impressão em mim. Por isso, apesar da falta de uma musicalidade melhor para a música e a falta de controle vocal, eu até gostei deles. Tecnicamente, achei essa apresentação mais fraca que as anteriores, mas artisticamente, acredito que foi hoje que pude entender melhor quem é Reverse. E é esse o motivo de mesmo com tantos problemas, eles ainda estarem em quinto lugar.
4) Versalle – Modelo Adequado (Autoral) – 85%
Eu juro que qualquer dia desses vou processar Paulo Ricardo por roubar descaradamente todas minhas impressões de uma apresentação. O que mais me chamou a atenção com Versalle foi o aspecto vocal, muito mais do que a música. O cara tem uma profundidade na voz que é impressionante e nos deixa hipnotizado e ansiosos por mais. Claro que a música também era boa, mas tendo em vista a surpresa que eu tive, ela ficou em segundo plano. Paulo Ricardo disse que no rock é muito difícil o uso do grave e eu acredito que esse seja mais um diferencial para o grupo que passa a frequentar um possível Top 3 no Team Sandy se continuar assim.
3) Eletronaipe – Só eu Sei (Autoral) – 82%
Palmas lentas para a melhor música autoral já apresentada no Superstar desde “Diz Pra Mim”. Incrível como tudo caminha para um hit de sucesso. Eu já até conseguia ouvir essa música tocando na rádio. Mas como nem tudo são flores, Marquinho Osócio quis lembrar dos seus tempos de The Voice e nos apresentou uma apresentação fraca vocalmente, ainda que riquíssima em presença de palco e conexão com o que foi cantado. Claro, teve a questão do “ele está doente”, mas se eu for dar um desconto pra cada desculpa que cada grupo dá em cada reality... Enfim, boa música, boa apresentação da identidade musical deles, e um bom vocalista. Só faltou uma boa apresentação, mas fica pra próxima.
2) Dona Zaíra – Tenho Sede/Rios de Lágrimas (Dominguinhos/Tião Carreiro e Pardinho) – 85%
Com a queda do Trio Sinhá Flor, e o excelente nível dessa apresentação, devo dizer que Dona Zaíra segue se consolidando como o melhor grupo de forró do programa. Absolutamente tudo deu certo nessa apresentação. É completamente possível ouvirmos momentos em que temos o forró original e há momentos em que as demais influências tomam conta. Posso ainda não ter superado esse nome e posso ainda achar que as roupas de astronauta são completamente ridícuas e desncessárias (mas bacanas para sair da mesmice), mas meu respeito por Dona Zaíra, só cresceu essa semana.
1) Kita – Twisted Complicated World (Autoral) – 80%
UAU, KITA! Como é possível você simplesmente me deixar tão boquiaberto assim em apenas 2 minutos? Como é possível calar a boca (de uma maneira tão artisticamente marcante) de tantos que disseram que vocês não eram nada depois das audições? Como crescer tanto em tão pouco tempo? Enfim, se Kita ainda me deixava balançando de amores pelo seu trabalho, agora eles simplesmente me derrubaram no chão e passaram por cima de mim com um trator. Essa performance tinha absolutamente tudo que alguém procura em um grupo musical: letras marcantes, intensidade, bons vocais, arranjo FENOMENAL e uma musicalidade exalada por todos os poros daquele palco. Adoro o fato de que por mais que essa mulher pareça estar gritando, não chega um som desconfortável em nossos ouvidos de maneira alguma. E por isso, após essa apresentação incrível de Kita, só digo: Te cuida, Scalene! Você ganhou um adversário à altura.
Bem, já disse que os 3 grupos menos votados foram Kita, Reverse e Trio Sinhá Flor (Enquanto isso, Devir com inexplicáveis 86% dos votos) e Sandy simplesmente não tinha outra opção: ERA KITA, OU KITA, OU KITA! E ainda bem que ela escolheu Kita, não porque eu acredito que eles eram melhores do que os outros, mas porque eu acredito que eles fizeram por merecer muito mais.
Pra não dizerem que eu não falei deles, vou falar dos pontos fracos/inúteis da semana em uma linha: Rafa Brites, Thiaguinho e convidados especiais com os seus 2%(exceto: Luciana Mello que ressurgiu das cinzas) e a falta de ensaios entre o padrinho e os grupos (se é que eles ocorrem!)
Bem gente, foi isso semana que vem teremos a última semana de Superpasse com os grupos de Thiaguinho, entre os quais poucos me interessam, mas tenhamos fé! Até semana que vem, isso é, se vocês já tiverem conseguido superar a apresentação de Kita!