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SuperStar 2x06: Superpasse, Parte 1 (Team Paulo Ricardo)

Na noite de Paulo Ricardo, quem brilha é Sandy.

Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]

Sandy brinca após apresentação de banda (Foto: Isabella Pinheiro/GShow)

Quem me acompanha aqui no OPTV sabe que o título de ‘jurado do ano’ (#FIKADIKA pro melhores do ano, Sr. Jeferson Cardoso) ainda está em aberto e concorridíssimo entre Paulo Ricardo - e o seu olhar 43 - e Sandy - e a sua lenda da paixão que faz sorrir ou chorar. E isso tudo porque apesar de o primeiro ser o destaque óbvio da bancada, a segunda vem pelo menos há umas quatro semanas mostrando que não deixa nem um pouco a desejar.

Por isso, na noite em que os grupos de PR se apresentam, chega a ser curioso que não vimos tanto a participação dele como jurado, deixando o espaço (nem um pouco necessário) para Sandy ser o verdadeiro destaque da noite. A cantora é exigente, mas sabe falar com um jeitinho e se mostra muito competente e confortável em sua posição. Para quem acompanha realities internacionais, vejo Sandy como uma mistura de Christina Aguilera, Shakira e JLo.

E aqui, vemos que a síndrome de The Voice atingiu o Superstar. Na franquia holandesa, dificilmente vemos um técnico criticar um de seus candidatos, já que em teoria, o candidato estaria seguindo as sugestões do próprio técnico, e fiquei muito na dúvida de essa apatia toda do até então jurado-maravilha se devia ao fato de ele se recusar a criticar seus grupos. Se for isso, é uma pena e uma decepção imensa, porque muitos perdem com isso, inclusive nós, o público, o programa e os próprios candidatos, que “perdem”, por assim dizer, a possibilidade de se tornarem melhor

Obs: Sobre Thiaguinho, deixa quieto.

Mas se por um lado, tivemos a apatia de Paulo Ricardo, por outro tivemos incríveis apresentações e um resultado que embora não seja o meu ideal, foi justo. Vamos a eles, ranqueados daquele jeitinho de sempre:

8) Falange – Need You Now/Easy Lover (Lady Antebellum/Phillip Bailey e Phil Collins) – 82%

Não escondo de ninguém que não gosto de Falange. E por isso imaginem meu semi-infarto ao ver o grupo com 82% após uma apresentação que não passa de mediana. E a prova de que não é implicância minha com os covers é Big Time Orchestra, que escolhem músicas mais interessantes para tocar e ainda o fazem de maneira muito mais original. Fica aqui a certeza de que falta identidade e vivência de palco para o grupo, que deixa a desejar tanto artisticamente quanto vocalmente. Need You Now, apesar de muitos acharem que não, é uma baladinha country e Phil Collins é um pouco distante da realidade (e capacidade) musical deles, e por sairem do óbvio, eu até gostei um pouco, mas é triste constatar que um grupo tão bem votado só tem de positivo na semana as escolhas musicais.

7) The Moondogs – Black & White Woman (Autoral) – 65%

Sabe aqueles problemas que os Moondogs apresentaram na sua audição? Pois é, nenhum deles mudou aqui. E sinto, que o que assistimos essa semana foi um repeteco da audição só que numa versão mais lenta. Vocalmente, eles continuam ótimos, mas sempre disse que no Superstar, temos que ir além da voz. Julgando o que vimos nessas duas apresentações, não vejo um futuro muito grande para o grupo, já que a música deles se restringiria a um público em específico. Competência eles tem, mas lhes falta uma visão. Acredito que existe uma maneira de fazer o grupo encarar o presente  com as suas influências do passado e acredito ser aqui o único grupo que não conseguiu absorver do seu padrinho o conhecimento necessário nesse campo. Acho que eles merecem ser eliminados essa semana porque, assim como Thiaguinho falou, num comparativo com os outros, eles saem perdendo, mesmo sendo competentes naquilo que se propõem a fazer

6) Tianastácia – O Sol (Autoral) – 70%

Morri e não sabia que “O Sol” é uma música deles, mas sinceramente ainda que seja uma música extremamente conhecida e de fácil público, não é necessariamente onde Tianastácia brilha com mais intensidade e isso é perceptível quando nos lembramos da maravilhosa audição deles. Senti que faltou entrega, faltou emoção, faltou a criação de um elo entre o que acontecia no palco e o público. Com isso, o resultado foi uma performance fria, que certamente não chamou a atenção de muita gente, o que é uma pena, já que Tianastácia merece mais.

Obs: Sandy me fazendo ter orgulho de defendê-la semana após semana aqui nesse espaço ao se recusar a dar seus 7% ao grupo, porque eles já tem uma carreira, já tem público, já são conhecidos e estão apenas flopados no momento foi lindo! #TeamSandy Realmente, se é pra falar de justiça, é preferível que uma vaga seja ocupada por um grupo novo, que está sendo descoberto do que por alguém que já tem anos e anos de carreira.

5) Supercombo – Epitáfio (Titãs)

Eu surpreendentemente gostei. E isso só foi possível ao fato de que eles conseguiram se organizar musicalmente após a bagunça que foi a audição deles. E acredito que a releitura dessa música tenha sido muito estratégica, porque TODOS conhecem essa música e os dá tempo para reorganizar sua musicalidade para a próxima etapa. Adorei absolutamente TUDO aqui e se tenho que tecer alguma crítica, se restringiria ao aspecto vocal da coisa, já que ainda acho que o vocalista da banda não conhece a sua voz suficientemente bem. Mas vou parafrasear Anitta para resumir o que achei deles: “FOI LINDO”.

4) Scambo – Janela (Autoral) – 76%

Mais uma vez fico de boca aberta com a tamanha comercialidade das músicas de Scambo. Existe toda uma aura em volta deles que nos faz mergulhar na realidade que eles impõem à nós e assim como na audição, fiquei imaginando o clipe dessa música. Tivemos de tudo um pouco aqui, pop, rock, e claro, aquele estilo alternativo que segue dominando a temporada. Assim como Manu Gravassi, esse é um tipo de música que eu teria no meu iPod. Mas achei interessantíssimo o fato de Sandy pontuar de que essa música foi mais acessível ao público, pela maneira como ela se estrutura e se desenvolve. Scambo continua firme e forte na competição, e só me resta saber se o público vai reconhecer isso.

3) Big Time Orchestra – Meu Erro (Paralamas do Sucesso) – 77%

As influências do jazz foram claramente definidas aqui, e acredito que a adaptação da música para dentro do universo deles, funcionou aqui muito melhor do que com a canção de Roberto Carlos, nas audições. Apesar de ter percebido uns leves problemas de desafinação, não tenho como não negar essa versão da música, que mesmo com ‘cara de jingle’, ainda foi incrivelmente deliciosa. Assim como Sandy, vou bater na mesma tecla mais uma vez e dizer que só poderemos REALMENTE conhecer o trabalho deles quando eles vieram com uma música autoral. Comercialmente falando (porque sim, o fator comercial pesa em qualquer relity show), achei que eles estão encontrando o seu caminho nesse aspecto. Pessoalmente, se eu tivesse que escolher entre comprar um single da audição e o dessa semana, eu com certeza compraria o dessa semana. Vou fazer eco de Paulo Ricardo e concordar com o fato de que é preciso exaltar o fato de eles estarem saindo do óbvio nas escolhas musicais, e é por isso que mesmo com a ausência de material próprio, eles ainda estão muitíssimo bem no meu conceito.

2) Scalene – Dense Macabre (Autoral) – 86%

A palavra “profissional” continua pulando à minha cabeça durante as performances de Scalene e eles continuam firmes e fortes como meus favoritos, mas perderam a primeira posição nesse ranking por falta de surpresa e por apresentarem algo muito próximo da sua audição (o que passa longe de ser um problema, pelo menos não tão cedo na competição), ainda que tenha sido tão bom quanto a fase passada. Eu particularmente os aconselharia a cuidar um pouco mais do controle vocal nas partes mais intensas da música (a.k.a. gritos) e a dicção como também falou Paulo Ricardo (adorei que ele criticou o próprio gurpo! RESPECT!). GO, GO Scalene!

Obs: Scalene seguindo uma vibe quase metal nessas apresentações, o mesmo estilo de Malta ano passado. Coincidência?

1) Stereosound- Será Que é Samba (Autoral) – 78%

Imaginem a minha surpresa ao ver Stereosound, que cantou Red Hot Chilli Peppers nas audições, virem com um material autoral imerso no samba e me fazerem mergulhar ainda mais profundamente na proposta musical deles. E querem saber o porque? Eles foram muito mais acreditáveis aqui e eu só não sei se isso foi exclusivamente ao fato da presença do material autoral ou pela maior apresentação do samba no repertório do grupo.  Adorei a música, que tem além de uma melodia chiclete (na melhor das intenções) e uma letra repetitiva sem parecer chata. E por mais que possa ser clichê, vou dizer que adorei o fato de eles defenderem a brasilidade deles nessas diferentes vertentes. Stereosund está escalando cada vez mais o meu ranking de favoritos da competição. Que os Deuses protejam Scalene depois dessa apresentação.

Obs: Não vi muito do rock deles aqui, mas como leigo, eu não poderia me importar menos com isso.

Obs 2: Rock’n Roll é botar o dedo na ferida? Acho que esse é o papel da música como um todo, não?

Bem, os 3 grupos menos votados acabaram sendo Tianastácia (compreensível e justo), The Moondogs (justíssimo) e Scambo (os injustiçados da vez). Achei muito excelente essa ideia de passar 5 grupos pelo voto do público e o padrinho escolher um dentre os 3 menos votados para avançar. E dadas as apresentações da noite, não há dúvidas de que PR fez a escolha certa salvando Scambo, embora eu confesse que não acharia um absurdo o avanço de Tianastácia.

Bem galera, é isso! Ainda não sei se semana que vem teremos os grupos de Sandy ou os de Thiaguinho, mas de qualquer maneira, teremos grupos de altíssima qualidade competindo pelos nossos votos.

OBS: Qual a real necessidade desse tal de “voto dos convidados”? Se o objetivo é elogiar o grupo, eles podem fazer isso da cadeira deles.  Agora, dizer que eles estão lá TODOS para dar 2% a absolutamente TODOS os grupos é desnecessário ao extremo. Mas nada que abale a excelente segunda temporada do Superstar, que se mostra cada vez melhor a cada fase nova.

OBS 2: Rafa Brites, cadê a tua relevância nesse show, guria?

Até semana que vem, pessoal!


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