Sua última novela foi "Balacobaco", da Record TV.
Em "O Clone", novela no ar no Vale a Pena Ver de Novo, Tavinho (Victor Fasano) gosta de se exibir para o público feminino, enquanto sua mulher, Lidiane (Beth Goulart), morre de ciúmes. O ator conta que procurou fugir do lugar-comum ao viver o personagem:
- Só no final da novela se revela que, na verdade, ele realmente ama a mulher, mas é vaidoso demais e gosta de ser admirado. Tem que acreditar muito naquilo para fazer. Ele nunca tem um tom de quem está enganando. Ele não faz com ar de malandragem. Quando apresentaram o personagem para mim, eu disse: "Não vou fazer essa malandragem óbvia. Vou interpretar acreditando que ele estava fazendo a melhor coisa, sem ferir ninguém, achando que era a melhor forma de conduzir".
O ator aparece invariavelmente de sunga branca nas cenas. Virou uma marca registrada do personagem. Ele se diverte ao explicar:
- A Gloria (Perez, autora) assistia com o aparelho que media a audiência ligado. Ela ia arrumando a novela de acordo com esse aparelho. Ela falava que, quando aparecia de sunga branca, dava uma mexida nos números. Ela exigia a sunga branca, colocava isso no texto. Foi assim em "De corpo e alma" e "O clone".
Por conta dessa exploração do lado sensual, as fãs ficavam em polvorosa. Isso acontece até hoje, segundo o ator:
Longe das novelas desde "Balacobaco", da Record TV, em 2012, ele fez participações em séries até 2016. O ator comenta a decisão de parar de atuar.
- Eu estava tendo pânico. Entrava no estúdio e sofria a todo momento, suava pra burro. Na hora do "gravando", não acontecia nada, o trabalho saía. Meu sofrimento era antes, me arrumando e saindo de casa para gravar. Era muito doloroso. Eu tenho saudade de contracenar. Isso é prazer inenarrável. Mas não gosto de tudo ao redor: da espera, dos nove, dez meses intensos, durante os quais você não consegue ter uma vida normal. É muito intenso. Enquanto eu estava me divertindo, tudo bem. Quando deixei de me divertir, foi um fardo - diz ele, que hoje tem uma empresa de meio ambiente. - Restauramos a flora para fazer reintrodução de fauna. Criamos espécies ameaçadas em situação controlada para fazer essa reintrodução. Numa área sem tanto desequilíbrio, fazemos apenas o acompanhamento das espécies reintroduzidas.
Entrevista concedida à jornalista Patrícia Kogut (O Globo).