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Todos os caminhos se cruzam na "Fuzuê"; saiba tudo sobre a próxima novela das 7

Confira uma entrevista com o autor Gustavo Reiz, que faz sua estreia na TV Globo.

por Redação, em 11/08/2023

Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Luna (Giovana Cordeiro). Foto: TV Globo/Fábio Rocha

Na busca pelos tesouros da vida, tudo acaba em fuzuê. Com muita irreverência, brasilidade e um grande mistério a ser relevado como ponto de partida, ‘Fuzuê’ chega ao horário das sete da TV Globo, a partir do dia 14 de agosto. Uma divertida história sobre os anseios de personagens que vivem numa sociedade de contrastes, mas que têm muito mais em comum do que imaginam. 

Primeiro trabalho do autor Gustavo Reiz na TV Globo, ‘Fuzuê’ é uma comédia romântica que trata, de forma leve e bem-humorada, diferentes relações sociais e familiares, tendo como pano de fundo, a busca de duas irmãs por seus desejos e realizações pessoais. “Fuzuê é uma novela que fala, essencialmente, sobre buscas. Pela verdade, pela felicidade, pela riqueza e por outros objetivos que podem ser considerados um tesouro para cada um. E o principal fio condutor dessa trama é a relação entre essas mulheres que vivem em realidades opostas, desconhecem que são irmãs e veem, de repente, suas vidas tomadas por um fuzuê”, conta Gustavo.  

Com direção artística de Fabricio Mamberti, a novela conta a história de Luna (Giovana Cordeiro), uma mulher simples, carismática, moradora do Bairro de Fátima, no centro da cidade do Rio de Janeiro, que produz e vende joias feitas com materiais recicláveis e busca, incansavelmente, por pistas que desvendem o paradeiro de sua mãe, Maria Navalha (Olivia Araújo), ex-cantora da Lapa, que desapareceu misteriosamente há um ano.   

Nessa busca pela mãe, ela acaba descobrindo e se enredando em uma caça ao tesouro, que é o pontapé inicial de 'Fuzuê' e o que movimenta toda a trama. Mas a heroína da história não está interessada na fortuna. “Para Luna, o tesouro dela é a mãe, a família, os valores que ela cultiva, como a lealdade e a amizade. E a Luna não acredita que as coisas na vida venham de uma forma fácil. Então, trabalha muito para conquistar o que deseja. É uma mulher muito sensível, que tem um olhar para vida muito surpreendente. É muito cuidadora, tem um coração gigante. Mas se pisar no calo dela, ela grita (risos)”, brinca Giovana sobre a história da personagem, a primeira protagonista da sua carreira.  

Num universo não tão distante do de Luna, mas bem diferente, vive Preciosa (Marina Ruy Barbosa), uma conhecida e poderosa empresária, dona de uma joalheria, que recebe como herança do pai, Cesar Montebello (Leopoldo Pacheco), documentos que indicam a localização de uma fortuna escondida. O que Preciosa não previa é que, em meio à papelada deixada pelo pai, está uma outra revelação: a existência de uma irmã (Luna), com quem ela deveria dividir todo o seu patrimônio, incluindo o tesouro que ainda tem de ser encontrado.    

Com uma narrativa dinâmica e usando elementos de mistério, suspense e romance, ‘Fuzuê’ conta com personagens carismáticos, que ajudam a levar para a tela a essência e riqueza dos diferentes universos. “Optamos por dividir a direção em três eixos importantes: a brasilidade no núcleo da Fuzuê, que é o coração da novela, com cores fortes, o universo de Bebel e Preciosa, mais contemporâneo e clean, e um terceiro eixo, que é o núcleo da Luna, do Jefinho e do próprio Bairro de Fátima, com uma estética mais latina no conceito visual”, conta o diretor artístico Fabricio Mamberti.

Todos os caminhos se cruzam na Fuzuê  

Envolvidas e motivadas pelas suas buscas pessoais e sem desconfiar dos laços sanguíneos que as unem, Luna (Giovana Cordeiro) e Preciosa (Marina Ruy Barbosa) vão se encontrar, pela primeira vez, na Fuzuê, uma das mais tradicionais e populares lojas do centro da cidade, dando início ao período mais agitado e relevador de suas vidas.   

Cenário ideal da guerra por preços baixos, mas também de muitas histórias, a Fuzuê é comandada pelo excêntrico Nero de Braga e Silva (Edson Celulari), um ex-feirante que se orgulha de suas origens e tem a loja como seu verdadeiro tesouro. “Nero é um personagem incrível, positivo, incansável, que vê beleza em tudo. Ele vem de uma origem muito humilde, é extremamente criativo, um tipo brasileiro que a gente encontra em muitas cidades e famílias”, conta Edson. Nero vai se tornar um grande parceiro de Luna na busca por sua mãe, uma vez que foi na Fuzuê que Maria Navalha (Olivia Araújo) foi vista pela última vez antes de desaparecer misteriosamente.  

É também na brasileiríssima loja de departamentos que Luna conhece Miguel (Nicolas Prattes), advogado, filho de Nero, recém-chegado de Portugal, com quem viverá um movimentado romance. Miguel terá grande atuação para desvendar o mistério do desaparecimento da mãe de Luna. “O Miguel vai fazer o que for preciso para a Luna ter a mãe dela de volta. Eu acredito que essa relação vai se desenvolver muito. A mãe do Miguel sempre falava que um dia ele iria achar alguém e ser muito feliz. Acho que quando ele olha para a Luna, lembra do que a mãe falou”, diz Nicolas.   

O justo e incorruptível Miguel só não sabia que a causa ainda não estava ganha e que, assim como um tesouro valioso, havia mais gente interessada em Luna. Logo, vai descobrir que terá de lidar com o ex-namorado-eterno-apaixonado da jovem, Jefinho Sem-Vergonha (Micael Borges), um motorista de aplicativo e aspirante a cantor sertanejo que tem uma relação de idas e vindas com Luna, se tornando um forte candidato ao seu coração.   

Mas não é só Jefinho que vai ser um empecilho para o romance de Luna e Miguel. A ex-namorada do advogado, Olívia (Jessica Córes), uma modelo brasileira de fama internacional, também vai tentar, a todo custo, ter o amado de volta. Passional e ciumenta, a modelo só não contava com a ambição de Rui (Pedro Carvalho), um agente de modelos português, golpista profissional, que chantageia sua suposta prima sempre que quer algo.   

Os Braga e Silva, a família mais popular de ‘Fuzuê’  

Com algumas diferenças de interesses, eles podem até brigar entre si, mas se unem de forma visceral quando alguém tenta prejudicar algum membro da família. Esses são os Braga e Silva, que tem como patriarca, Nero (Edson Celulari), o dono da Fuzuê, que comanda a loja com os filhos Francisco (Michel Joelsas) e Alícia (Fernanda Rodrigues).     

Filho mais novo de Nero, Francisco é um jovem carismático e comunicativo, que não economiza quando o assunto é diversão. Vaidoso, acredita estar preparado para assumir a Fuzuê e tenta impressionar o pai para provar que pode ser um bom sucessor. No entanto, se sente um pouco inseguro e carente em relação ao irmão Miguel (Nicolas Prattes), que vive em Portugal e é o favorito de Nero para comandar a loja. Miguel, que vivia reprimido pelo controle do pai, volta ao Brasil após quatro anos para tentar ressignificar essa relação.   

Extremamente empolgada e envolvida com os assuntos da Fuzuê, Alícia é tão excêntrica quanto o pai, mas sonha em entrar para a alta sociedade. A questão é que ela não tem o menor tino para os negócios. Alícia é a atual Rainha do Fuzuê, a garota-propaganda da loja, onde trabalha há anos. Expansiva e viciada em redes sociais, tem o desejo de ‘gourmetizar’ a loja e abandonar de vez a imagem de herdeira bagaceira. Muito apegada à família, Alícia cuida do pai com grande devoção e é um tanto maternal em relação aos irmãos.   

Ela é casada com Claudio (Douglas Silva), que ama a mulher e embarca nas suas loucuras. Nerd assumido, é fascinado por pesquisas e histórias de mistério e trabalha no desenvolvimento de jogos para celulares. Claudio e Alícia são pais da pequena Valentina (Maria Flor Samarão), uma menina esperta, articulada, que, ao contrário do pai, não leva a sério as ideias da mãe e costuma agir com mais maturidade que ela.  

Quem completa a trupe da família Fuzuê é Conceição (Bia Montez), a governanta dos Braga e Silva. Amiga de Nero desde os tempos de feira, Conceição criou Miguel, Francisco e Alícia. Superprotetora da família e conselheira de todos, é aquela pessoa que todos gostam de ter por perto.   

O clã Montebello    

Os Montebello já tiveram seus tempos de glória. Hoje em dia, vivem mais de aparência e da pompa que o sobrenome famoso ainda carrega do que qualquer outra coisa. Tanto que a possibilidade de voltar ao topo vira uma obsessão para Preciosa (Marina Ruy Barbosa) a partir do momento em que ela descobre que a herança deixada pelo pai, Cesar Montebello (Leopoldo Pacheco), inclui a indicação de uma fortuna escondida no centro da cidade do Rio de Janeiro. Mais precisamente, no local onde a loja Fuzuê do Nero (Edson Celulari) está instalada.

Empresária que faz da ostentação seu estilo de vida, ela comanda um programa de TV onde encarna uma espécie de coach da riqueza, estimulando as mulheres a seguirem seu exemplo. A filha de Bebel (Lilia Cabral) também administra a Conde de Montebello Joias, que já não é tão rentável quanto no passado.  

Preciosa é poderosa e perigosa. Espero despertar no público sentimentos controversos, coisa que só a vilania de uma personagem consegue. E espero que ela apronte todas, não tenha limites”, conta Marina, em seu primeiro papel como mãe. “Eu amo ter em minhas mãos personagens que me desafiem quando elas trazem coisas novas, experiências que se distanciam da minha realidade. Mas Preciosa está longe de ser um exemplo de mãe”, avisa.  

Casada com Heitor (Felipe Simas), deputado conhecido por suas ideias mirabolantes e projetos polêmicos, Preciosa tem o aliado perfeito para seus planos ambiciosos. De um jeito um tanto escancarado e quase fanfarrão, Heitor manipula o que for preciso de acordo com seus interesses e tenta manobrar a iminente falência da família, administrando as dívidas com seus proventos e propinas. Para isso, ele conta com a ajuda do seu assessor, Pascoal (Juliano Cazarré), um sujeito educado e refinado, mas de caráter duvidoso. Com uma personalidade dúbia, Pascoal é capaz de ir às últimas consequências quando deseja algo e pode se tornar muito perigoso, tanto para inimigos quanto para aliados.   

Muito atenta a todas essas movimentações, temos a matriarca dos Montebello, Bebel, mãe de Preciosa. Elegante, discreta e com uma visão assertiva para os negócios, Bebel vê na popularização da marca da joalheira uma forma de tirar a empresa do buraco, algo que a filha nunca concordou. Apesar de serem bem próximas uma da outra, ela vive uma relação de altos e baixos. No passado, Bebel estudava música, mas acabou abandonando todos os seus sonhos para se dedicar à família, e tem o neto, Bernardo (Theo Mattos), filho de Preciosa e Heitor, como seu grande tesouro. Introspectivo, o menino sofre com ausência da mãe e passa mais tempo diante das telas do que socializando com outras crianças. Com a descoberta da existência de uma filha ilegítima do marido, fruto de uma traição, Bebel vai rever as próprias decisões e atitudes e dar um novo rumo à própria vida.     

Por dentro do mundo de Luna    

O Bairro de Fátima, onde Luna (Giovana Cordeiro) sempre viveu com a mãe, nunca foi dos mais calmos por fazer parte da região considerada o berço da boemia carioca. Situado entre a Lapa e Santa Teresa, próximo à Fuzuê, o bairro é predominantemente residencial e possui uma vida própria, com suas histórias, conflitos e organizações. Como um núcleo provinciano em pleno centro da cidade, os moradores se conhecem, se chamam pelo nome e se ajudam quando é preciso.  

Atualmente, a área é dominada por Merreca (Ruan Aguiar), nascido e criado ali e, portanto, amigo de infância de Luna. Profundo conhecedor da região, Merreca cobra para fazer a “segurança” do bairro e é para ele que, não só Luna, mas também outros moradores da área, pagam aluguel. Sempre atento a tudo o que acontece por ali, o que inclui a aproximação de Luna com pessoas de poder, Merreca vai ser uma constante ameaça aos planos da jovem, principalmente quando perceber que há algo valioso em jogo.    

Uma guerra declarada também fica por conta de outros dois vizinhos de Luna, Domingos (Deo Garcez), pai de Jefinho Sem-Vergonha), e Glaucia Corneteira (Zezeh Barbosa), a fofoqueira oficial do Bairro de Fátima e autodeclarada defensora da moralidade na região. Ambos se dizem cozinheiros de mão cheia e brigam pelo título da iguaria mais famosa do bairro. Ela é dono do “Quintal Carioca”, bar famoso pelo bolinho de frango. Ela vende salgados na praça e considera seu bolinho de tutu a muito mais gostoso do que o tal bolinho do vizinho. Domingos mantém um pequeno sítio nos fundos de casa, com horta e animais, outro motivos da guerra entre eles. 

Mas não é só Domingos que sofre com as cornetadas de Glaucia. A fofoqueira também é contra todos os eventos festivos do bairro, o que a sempre fez implicar o Seu Lampião, dono do Beco do Gambá, e com a sua lendária rival, Maria Navalha. Implicância esta herdada por Luna.

Quem também é figura constante na região é o delegado Barreto (Rogério Brito). Responsável pelas investigações sobre o sumiço de Maria Navalha, o delegado é muito cobrado por Luna, que já não vê tanto esforço por parte dele em desvendar o paradeiro da mãe. Sempre alerta a tudo o que acontece na área, Barreto é o principal inimigo de Merreca por estar sempre de olhos atentos aos seus passos. O delegado encontrará na jornalista Cecília (Cinnara Leal), uma aliada para desvendar possíveis crimes envolvendo a família Montebello, que também vai virar alvo de suas investigações. 

A heroína da história também contará com o misterioso Cata Ouro (Hilton Cobra), que tem esse nome não por acaso. Sucateiro da região, ele vive pelas ruas do Bairro de Fátima, com a cadela Gata, recolhendo os mais variados objetos. Mas o que ele mais procura é ouro e fica repetindo sempre as mesmas frases, um tanto delirante. Cata Ouro, temido e respeitado no bairro, terá um grande papel na trajetória de Luna.    

Liberté, égualité, furduncé   

Comandado por Seu Lampião (Ary Fontoura), um franco-nordestino que sempre sonhou fazer de sua casa um verdadeiro cabaret, o Beco do Gambá reúne diferentes gerações em busca de divertimento, com noites de karaokê e shows performáticos. O lugar foi palco dos shows de Maria Navalha no passado e é onde, atualmente, Luna (Giovana Cordeiro) trabalha aos finais de semana.   

A jovem ajuda na administração e na produção dos eventos da casa que conta com uma trupe pra lá de animada e, acima de tudo, unida. No comando dela está Seu Lampião ou Lumière, como gosta de ser chamado, porque, segundo o próprio, é francês, mas o sotaque nordestino levanta dúvidas. Artista sensível e divertido, Seu Lampião foi um dos grandes protetores de Maria Navalha (Olivia Araújo) e é de todos os artistas e funcionários do Beco do Gambá.     

A começar por Soraya Terremoto (Heslaine Vieira), visagista profissional e dançarina do Beco. Melhor amiga de Luna, Soraya almeja a fama por uma vida livre de boletos e vai viver uma divertida e calorosa relação com Francisco (Michel Joelsas), um dos filhos do dono da Fuzuê. Ao lado dela está Bartô (Guil Anacleto), ator e diretor do Beco, responsável pela concepção dos shows. Bartô, que também atua como professor de teatro na ONG Rio Alegre. 

O dois dividem apartamento com Caíto (Clayton Nascimento), um ator e noveleiro assumido, sensação do Beco do Gambá com o número das dragsisters, onde interpreta as irmãs Ruth e Raquel, uma alusão às inesquecíveis gêmeas de ‘Mulheres de Areia’. Sensitivo, Caíto diz ter intuições e gosta de provocar mistérios com seu talento folhetinesco. Além de atuar no Beco, o artista também trabalha na confecção de Rejane Miranda (Walkiria Ribeiro), musa dos antigos comerciais da Fuzuê, que tenta retomar a carreira artística.   

A equipe do Beco também conta com Edgar (Milton Filho), garçom da casa, que se sente frustrado porque acha que deveria estar no palco. É um homem de poucas palavras, mas muito observador e um dos principais informantes da tia, Gláucia Corneteira (Zezeh Barbosa), a fofoqueira do bairro, que vive em guerra com Seu Lampião. Mas nada que abale a vida do Beco, que segue sendo ícone de resistência cultural, de culto ao divertimento, à alegria, ao otimismo.     

A lendária e vibrante Fuzuê  

Para uns, é a loja mais interessante da cidade. Para outros, não passa de um império da cafonice. A bem da verdade é que a loja de departamentos fundada por Nero de Braga e Silva (Edson Celulari), dona de uma decoração tropical, com cores e símbolos do Brasil por toda parte, é o coração da história de ‘Fuzuê’.   

Na trama, a Fuzuê foi projetada, inicialmente, como uma grande feira para estrangeiros por explorar as belezas do país, a cultura popular e dar preferência aos produtores locais. Por toda a diversidade de departamentos e oferta de produtos que oferece – de moda praia a eletrodoméstico -, a Fuzuê caiu no gosto popular e se tornou um dos cartões-postais do Rio, orgulho para Nero.  

Nero comanda a loja ao lado dos filhos, Francisco (Michel Joelsas) e Alícia (Fernanda Rodrigues), a atual garota-propaganda da Fuzuê, que encarna Carmen Miranda nos anúncios. Antes dela, a dono do posto era Rejane (Walkiria Ribeiro), antiga amante de Nero e eterna rival de Maria Navalha (Olivia Araújo). Longe dos holofotes há um tempo, Rejane tem uma pequena confecção em sua casa no Bairro de Fátima, onde fabrica peças para a Fuzuê. 

Apesar de viver uma realidade um tanto decadente, Rejane não perde a pose de diva, o que a faz ter um admirador em especial: Otávio Augusto (Val Perré), gerente da Fuzuê e homem de confiança de Nero. Funcionário exemplar há anos, profundo conhecedor da loja e dos gostos do patrão. Mas apesar de ser tão ligado a tudo o que ocorre na loja, ele parece não notar a paixão platônica que Kirida (Noemia Oliveira) nutre por ele. Assessora para todos os assuntos na Fuzuê, a eficiente Kirida faz de tudo para impressionar o chefe e sonha em crescer na loja. Um pouco atrapalhada, ela se divide em mil para conseguir dar conta de tanto trabalho, mas defende que missão dada é missão cumprida.   

Completando o time Fuzuê, temos Vitor (Danilo Maia), um jovem simples e trabalhador, que encarna o mascote oficial da Fuzuê, a Ararioca, e Gilmar (Eber Inácio), barman pessoal de Nero, que sempre está a postos para fazer drinks para o patrão.  

Por trás das câmeras, por dentro da Fuzuê   

Contrastes de cores e universos ditam a cenografia e direção de arte    

Ambientada no Rio de Janeiro dos tempos atuais, ‘Fuzuê’ terá seus movimentos e ações concentrados em três bairros: Bairro de Fatima, Barra da Tijuca e Copacabana, com uma diversidade de cenários – dos multicoloridos aos mais monocromáticos -, que acompanham o dinamismo da história e apresentam seus universos de contrastes, de forma natural. “Fuzuê é uma novela divertida, colorida, alegre e muito dinâmica. Ter esses universos separados e bem fáceis de entender visualmente ajudam muito a contar a história”, conta o diretor de arte Daniel Flaksman. 

Local por onde todas as tramas irão passar, a loja Fuzuê ganha destaque em meio aos cenários desenvolvidos para a novela por ser um verdadeiro showroom de brasilidade e tropicalismo, a essência de ‘Fuzuê’. “O universo do Nero (Edson Celulari) é colorido. Então, a loja faz uma brincadeira com a temática tropical. O corrimão da escada tem um desenho de abacaxi, as paredes têm folhagens, as colunas do interior da loja são decoradas por palmeiras com LED em volta”, revela Daniel.  

A referência de fachada são lojas tradicionais, prédios art noveau no centro do Rio, com vitral em forma de cauda de pavão e uma imponente escultura de gavião no topo, que serviu de inspiração para uma fonte de água que fica dentro da loja da novela. Para o interior da arquitetura, corrimão de latão dourado, balaustrada de serralheria, piso de ladrilho hidráulico e cores que vão do dourado ao verde. Todos muito comuns em lojas e restaurantes antigos do centro da cidade. Nas prateleiras, uma mistura entre o que se encontra no Saara, tradicional área de comércio popular do centro do Rio, com o que é vendido na Feira de São Cristóvão: produtos típicos regionais, artesanato, mas também moda praia, casa etc. Com 16 departamentos, a loja ainda conta com um trono de abacaxi.  

Outro cenário de destaque de ‘Fuzuê’, e palco das principais tretas, é o Beco do Gambá, localizado dentro da cidade cenográfica do Bairro de Fátima. Segundo Keller Veiga, responsável pela cenografia da novela, as referências para a criação da casa noturna foram o Buraco da Lacraia, que funcionou por quase 30 anos na Lapa, e o Cine Íris, o cinema em funcionamento mais antigo do Rio. “O Beco do Gambá lembra um pouco os cineteatros tão comuns antigamente. Usamos muitas referências de cinema, principalmente filmes brasileiros, da Atlântida, mas a estrutura dele é a de um cabaré, uma casa noturna”, conta. Na paleta, o tom que mais vai prevalecer será o vermelho. “Um Moulin Rouge meio abrasileirado”, completa o diretor de arte Daniel Flaksman. 

O contraste entre os núcleos fica mais em evidência quando entrarem em cena os cenários sofisticados da novela, como os de Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Bebel (Lilia Cabral), mais monocromáticos. “Nesses cenários, usamos uns tons trabalhados com os pastéis, tendendo para cores mais neutras, para os marfins. Usamos também elementos dourados, muita luz embutida e os tecidos são lisos e transparentes”, explica Keller.   

Personalidades e histórias de vida, através do figurino e caracterização  

A proposta de Fuzuê é ser uma novela com uma identidade visual que converse bem com seus personagens e seja mais um elemento no contar da história.   

A rivalidade entre as personalidades de Luna (Giovana Cordeiro) e Preciosa (Marina Ruy Barbosa) também vai ser marcada pelo figurino. “A Luna é mais solar, usa mais cores, passa mais energia. Como ela trabalha produzindo joias com materiais orgânicos, acaba trazendo isso para o seu estilo. Tudo dela é muito artesanal e sempre vai contar com uma interferência da personagem na maneira de se vestir. Por exemplo, ela compra uma roupa no brechó e sempre encontra uma forma de dar um toque pessoal naquela peça”, conta a figurinista Flavia Azevedo.   

Já Preciosa vai seguir uma linha mais clássica, no estilo quiet luxury, que consiste no uso de peças mais básicas, porém de boa qualidade e preço mais elevado. “A Preciosa vai usar cores mais discretas e sóbrias, sem muita extravagância, mas de muito bom gosto e elegância”, diz Flavia.  

Esse estilo vai servir de inspiração para Alícia (Fernanda Rodrigues), que tem a Preciosa como “ídola master”. Só que, diferentemente da empresária, a atual Rainha do Fuzuê é um pouco mais exagerada. “Ela tenta seguir o estilo da Preciosa, mas sempre coloca um exagero do mundo da Fuzuê nas suas roupas. Acredito que as mulheres que gostam de se vestir de forma mais extravagante vão se identificar muito com a Alícia”, adianta a figurinista. 

A caracterização da personagem também contou com processo de alongamento de cabelo e mechas. “A Alícia é uma personagem leve, divertida, que procura estar sempre na moda, mas é um pouco acima do tom. Então, tivemos a ideia de colocar o cabelo dela mais longo e mechas bem-marcadas. É um cabelo que não sai de moda”, conta a caracterizadora Juliana Mendes.   

Mas marcado mesmo ficará o trabalho de caracterização de uma das figuras mais misteriosas da trama, o Cata Ouro, personagem vivido por Hilton Cobra. Para compor o figurino do catador foi preciso buscar referências do passado do personagem. “Hoje, ele é um catador, mas o que ele era antes? Como era no passado? Tinha profissão? família? O figurino é o resultado de todas essas experiências de vida, uma mistura de peças e acessórios acumulados durante sua caminhada. As sobreposições também funcionam como proteção e disfarce para as ruas onde vive”, conta Flavia. Das ruas, ainda vieram as referências para os tons deste figurino:  acinzentados como a poeira, a poluição e a fumaça.    

Brasilidade e mistura de ritmos dão o tom à trilha sonora 

Levanta a mão aê. Prepara pra mexer. Que até de manhã vai rolar o Fuzuê’. O refrão da música escrita e interpretada por Michel Teló especialmente para a trilha de abertura da novela avisa que a nova trama das 19h está no ar.  A canção ‘Fuzuê’, inclusive, marca a primeira vez de Teló como intérprete numa abertura de novela.  

O mix de estilos, batidas e sons, mas com o toque de brasilidade como carro-chefe, formam a identidade musical de ‘Fuzuê’, que conta com Nani Palmeira na produção musical.  

Além das inéditas, clássicos foram regravados para integrar a trilha sonora como é o caso de ‘Um Dia de Domingo’, agora, interpretado por Anavitória e Lucas Mamede e que será o tema do casal Luna (Giovana Cordeiro) e Miguel (Nicolas Prattes). A vilã Preciosa Montebelo (Marina Ruy Barbosa) também ganhou, não apenas uma, mas duas músicas para embalar suas artimanhas: ‘Erva Venenosa’, de Rita Lee, e a inédita ‘6 Dígitos’, criada por Maurício Oliveira com os parceiros Ráae e Hyagojam e tendo a cantora Ráae dando voz à canção.  

Outra inédita é ‘Borogodó’, do grupo Baiana System com Duda Beat e Tropkillaz, que é um dos destaques da trilha e tema da personagem Rejane (Walkiria Ribeiro) enquanto ‘Feliz, alegre e forte’, de Marisa Monte acompanha a trajetória da heroína Luna (Giovana Cordeiro).  

Outros clássicos da MPB também estão presentes como, ‘Carinhoso’, interpretado por Maria Bethânia, ‘Felicidade’ (Elba Ramalho), ‘Meu Mundo é Hoje’ (Tereza Cristina e o Grupo Semente), ‘Pilantra’, parceria de Jão e Anitta, ‘Mal acostumado’, por Péricles, entre outros.   

ENTREVISTA COM O AUTOR GUSTAVO REIZ  

Gustavo Reiz é ator, autor de novelas e escritor. Nascido em 1981, começou sua carreira ainda na adolescência, escrevendo peças de teatro. Entre elas, a comédia juvenil ‘Confidências e Confusões Masculinas’ e ‘VIP – Verdades Inquietantes de uma Profissão’. Na TV, seu primeiro trabalho foi como roteirista da adaptação de ‘Os Ricos Também Choram’ (2005), exibida pelo SBT. Em seguida, já na Record, foi colaborador em ‘Luz do Sol’ (2007) e assinou seu primeiro trabalho como autor, a minissérie ‘Sansão e Dalila’ (2011). Ainda na emissora, escreveu ‘Escrava Mãe’ (2016), ‘Dona Xepa’ (2013) e ‘Belaventura’ (2017), além do seriado ‘Fora de Controle’ (2015). Como escritor, é autor de cinco livros juvenis. Na TV Globo, Gustavo assina a autoria de ‘Fuzuê’ (2023), sua primeira novela na emissora.     

Como surgiu a história de 'Fuzuê'?    

Surgiu da vontade de escrever uma novela divertida e que trouxesse algo curioso ao público, mas que também resgatasse um pouco do clima dos folhetins mais antigos. Novelas de Cassiano Gabus Mendes e Silvio de Abreu, por exemplo, mesclavam sempre muita comédia com mistério, o que me agradava muito como telespectador. Sou historiador por formação, sempre parto de pesquisas para escrever uma novela. E pesquisando sobre o centro do Rio, que é um lugar muito rico culturalmente, berço da boemia carioca, fiquei fascinado por histórias que envolviam, inclusive, tesouros escondidos, passagens subterrâneas, objetos antigos que teriam sido encontrados em escavações. Passado e presente se encontram de uma forma muito curiosa. Por que não pensar que teria um tesouro escondido ali até os dias atuais? E que ele estaria escondido debaixo de uma loja popular, tipo um mercadão, por onde passam muitas pessoas diariamente? Assim surgiu a Fuzuê do Nero, uma loja fundada por um ex feirante, orgulhoso de suas raízes, que jamais a derrubaria e que vai defendê-la a todo custo da ganância dos vilões. Esse foi o ponto de partida da história.      

Fuzuê é definida como uma comédia romântica, que vai tratar sobre diferentes relações sociais e familiares e os anseios de personagens que vivem numa sociedade de contrastes. Fale um pouco sobre o conceito da novela e de que forma vai apresentar essas relações na história da trama.   

 A novela fala sobre buscas; pela verdade, pela essência, pela riqueza, pela felicidade, pelos objetivos que podem ser considerados um tesouro. A relação entre Luna (Giovana Cordeiro) e Preciosa (Marina Ruy Barbosa), que são duas mulheres que vivem em realidades opostas (e que desconhecem que são irmãs), é o principal condutor da nossa trama. A primeira mora num bairro popular, tem muitos amigos, transforma o que seria lixo em arte (produzindo biojoias), e possui uma visão otimista da vida, apesar de enfrentar várias dificuldades no dia a dia. Já Preciosa Montebello foi criada em berço de ouro, é uma mulher detentora de um grande poder, mas é extremamente solitária, gananciosa, com uma visão egoísta da vida - mas que ganha destaque por pregar o altruísmo e a positividade. O contraste entre esses dois universos, chocando o que é genuíno e o que é fake ou frágil, está presente o tempo todo na novela.   

Um dos principais núcleos da trama se passa no Bairro de Fátima, um dos locais mais boêmios e tradicionais do Rio. O que levou à essa escolha?   

O Bairro de Fátima é um lugar muito residencial, onde as relações familiares e sociais são mais próximas, menos impessoais. A gente usou esses elementos como referência para fazer o nosso próprio Bairro de Fátima, que, particularmente, acho que combina muito bem com os personagens da história. Sem contar que ele tem um charme próprio por ter tido alguns moradores ilustres, como Carmen Miranda e Grande Otelo, personagens que têm tudo a ver com o clima da novela.    

Como você definiria 'Fuzuê'?    

'Fuzuê' é uma novela leve, divertida, com boas doses de mistério e muito romance. É uma comédia para toda família, que convida o público a entrar nessa caça ao tesouro, ao mesmo tempo em que o faz pensar sobre o que seria verdadeiramente algo valioso a buscar. Para nossa protagonista, a Luna, o tesouro dela é a mãe, que está desaparecida há um ano. Para a Preciosa Montebello, nossa antagonista, além de tomar posse do valor material, ela busca, acima de tudo, honrar o legado do pai, que descobriu aquela informação valiosa. Cada personagem tem sua busca, sua missão. É uma novela, acima de tudo, sobre a busca de objetivos pessoais, pelas verdades e realizações de personagens muito variados.   

Um dos principais núcleos de 'Fuzuê' é a família Braga e Silva. A escolha desses sobrenomes tem alguma relação com dois outros grandes autores?   

Sim, é uma singela homenagem a Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, dois grandes autores pelos quais tenho muita admiração. As obras de Silvio de Abreu também ganham referências na trama, em algumas falas. Sou um novelista-noveleiro. 'Fuzuê' vem com muitas referências à história da teledramaturgia, não só com personagens e tramas, mas também com essas pequenas homenagens. Temos, por exemplo, um personagem interpretado pelo Clayton Nascimento, que é o Caíto, um ator que interpreta as ‘drag sisters’ Ruth e Raquel e usa muitos bordões de produções antigas, por ser um noveleiro assumido. Como telespectador, eu ficaria ansioso para fisgar cada uma das referências. É minha homenagem também aos noveleiros de plantão.      

Luna, personagem vivida pela Giovana, é mulher consciente e engajada com as questões socioambientais. Esse será um tema que vai chamar atenção na novela? De que forma você pretende abordar esses assuntos?    

É um assunto que será tratado de forma totalmente orgânica, por fazer parte da vida de nossa protagonista. Luna é uma mulher trabalhadora, consciente, que se preocupa com o meio-ambiente e transforma o que seria lixo em arte, estendendo essa prática também na ONG onde trabalha. Na minha opinião, mais eficaz do que qualquer discurso é ver essas práticas de valorização do ambiente serem utilizadas no dia a dia da personagem. Muitos outros temas relevantes também serão abordados de forma orgânica na novela, como críticas sociais, diversidade, etarismo, exposição nas redes sociais, alienação parental, entre tantos outros, sempre abordados de forma cuidadosa e leve, para não "chatear o telespectador", como diria Cassiano Gabus Mendes.      

Como está sendo trabalhar na sua primeira novela para a TV Globo?    

Primeiro, tem sido uma jornada longa e incrível. Uma jornada de muita produtividade, muito aprendizado e realização. Cresci vendo novela e trabalhar na emissora que te formou como telespectador é especial, é gratificante. Apesar de completar 18 anos de carreira este ano e ter passado por muitas experiências, é emocionante chegar num lugar onde a magia ganha forma, um lugar de excelência, onde habitam todas as referências que fazem parte da minha formação como autor. Saber que a minha novela entra nessa galeria tão vitoriosa é uma realização sem tamanho. Uma emoção digna de capítulos especiais.   

Apesar de a história de Fuzuê estar pronta desde 2019, o seu lançamento teve de ser adiado por conta da pandemia. Como foi esse processo? Você sentiu a necessidade de mudar algumas histórias ou personagens?    

Considero 'Fuzuê' um projeto de muita força. Vem de 2019, atravessa uma pandemia, acompanha mudanças na sociedade em geral. Então, naturalmente, muitas tramas e personagens foram revistos. É uma novela pensada para o público, para divertir, entreter e emocionar. Uma novela para quem gosta de novela. Então, ter essa possibilidade de revisitar personagens e histórias enquanto esse processo acontece foi muito importante. Não é sempre que temos essa possibilidade. Estou tendo a chance de curtir cada momento dessa engrenagem, ver cada pecinha se encaixar e participar de cada escolha com o Fabrício Mamberti (diretor artístico), que é um grande parceiro. É uma novela que já nasce muito especial.       

E qual a sua expectativa para a novela?    

A melhor possível! Quero que 'Fuzuê' seja sempre uma boa companhia para quem está assistindo. Além de ter personagens carismáticos e tramas de apelo popular, é uma novela que resgata muito daquele folhetim clássico, dos romances arrebatadores, dos triângulos amorosos, das vilãs icônicas, das rivalidades de bairro, das disputas e confusões entre personagens, dos ganchos e surpresas, mas sempre com o viés cômico, romântico, sem temas mais densos. Espero que o público se identifique, se divirta e torça pelos personagens.      

ENTREVISTA COM O DIRETOR ARTÍSTICO FABRICIO MAMBERTI    

Diretor de TV e cinema, Fabricio Mamberti iniciou sua carreira em 1988 como produtor de cinema e publicidade. Em 1992, estreou como diretor em Portugal, nas redes SIC e RTP. Na TV Globo desde 1995, atuou na direção de diversas novelas, séries e seriados, como ‘Pecado Capital’ (1998), ‘Força de Um Desejo’ (1999), ‘Porto dos Milagres’ (2001), ‘Chocolate com Pimenta’ (2003), ‘Páginas da Vida’ (2006), ‘A Vida da Gente’ (2011) e ‘Deus Salve o Rei’ (2018), entre outros projetos. Em 2011, foi indicado ao Emmy Internacional, na categoria Art Programming, pelo programa ‘Por Toda a Minha Vida - Adoniran Barbosa’. Na área de Variedades, implementou os programas ‘Encontro com Fátima Bernardes’, ‘TV Xuxa’ e, no ‘Fantástico’, realizou o talent show ‘Como manda o figurino’. Fabricio assina, ainda, a direção artística da primeira e segunda temporada de ‘As Five’, série Original Globoplay – spin-off de ‘Malhação: Viva a Diferença’, novela premiada pelo Emmy Kids na categoria Melhor Série, em 2019.       

O que você pode destacar como ponto forte no trabalho de direção artística dessa novela?    

Acredito muito em contar uma história em que todos os personagens sejam muito palpáveis e 'Fuzuê' apresenta uma comédia que acontece de uma maneira orgânica. Um mix interessante que une personagens muito fortes, que esbarram no burlesco, no extravagante, mas, ao mesmo tempo, têm traços muito realistas. Então, a novela parte dessa identificação do público com esses personagens. E, para isso, temos um texto do Gustavo (Reiz) que dá o tom, é muito direto e realista. A gente quer que tudo aconteça de uma maneira crível e que os personagens tenham identidade. Partimos dessa direção, que é dinâmica, muito focada no ator e na mise en scène e com um acabamento de imagem e de cenário característicos do meu trabalho. Todos esses elementos têm de conversar. E 'Fuzuê' é um prato cheio para isso.      

'Fuzuê' é uma comédia romântica, que vai tratar sobre os anseios de personagens que vivem numa sociedade de contrastes. Como essas diferenças serão apresentadas na novela?   

Estamos trabalhando com três eixos principais na novela, que apresentam essas diferenças de forma muito clara e, ao mesmo tempo, orgânica, natural. O primeiro é o núcleo do Nero, personagem do Edson Celulari, que tem a loja Fuzuê e a casa dele. Tudo muito caloroso, italiano, apaixonado. No núcleo da Preciosa (Marina Ruy Barbosa), é tudo mais calculista, mais frio, clean, embora a Bebel, personagem da Lilia Cabral, que é mãe de Preciosa, transite por esses dois núcleos, assim como a Alícia, personagem da Fernanda Rodrigues, filha de Nero. E tem o terceiro núcleo, que é latino. É onde apresentamos a casa da Luna (Giovana Cordeiro), do Jefinho (Micael Borges), o Beco do Gambá, Quintal Carioca. Na Luna, é tudo muito romântico. Cada núcleo já tem na fotografia e na direção de arte uma identidade própria, um tipo de personalidade. Mas a gente vai trabalhando essas identidades aos poucos e junto com toda a equipe.       

Como está sendo contar a história de 'Fuzuê' por meio do seu trabalho?   

'Fuzuê' é uma novela leve, solar, com muito romance, aventura e comédia. É um prato cheio para o telespectador porque a gente parte de um bom texto, que gera interesse e empatia pelos personagens. Isso é muito forte. Se não, vira só um trabalho de direção e eu não acredito que uma novela seja contada só com acabamento. Com um bom texto, uma câmera boa e atores bem-posicionados, com um plano, a gente conta essa história.      

A atriz Giovana Cordeiro viverá a sua primeira protagonista. O que motivou a escolha dela para viver Luna?   

Giovana é talentosíssima. A escolha dela como personagem principal da trama foi por conta do trabalho maravilhoso que ela vem fazendo na carreira e que cunhou com a Xaviera, de ‘Mar do Sertão’, um personagem que teve muita identificação com o público. E teve uma identificação do próprio autor com a atriz, o que é muito importante.      

Como está a parceria com Gustavo Reiz?   

Está sendo incrível. Desde que nos conhecemos, ficou essa vontade de, um dia, trabalharmos juntos e quis a vida que a gente se encontrasse nesse primeiro trabalho dele na TV Globo. Gustavo é um autor muito aberto e o principal dessa nossa parceria é a gente ouvir um ao outro. Essa escuta gera esse compromisso e a resposta de um produto bem-conceituado, que é 'Fuzuê'.      

'Fuzuê' é definida como uma novela otimista e vibrante, que vai trazer as cores e ritmos do Brasil. Conte como isso será retratado na trama. Tem algum ritmo que vai predominar na trilha sonora da novela?   

'Fuzuê' é uma novela muito musical. É bem antenada nos lançamentos, mas também em intérpretes já conhecidos. Então, tem essa mistura e cuidado com os ritmos, que vão do sertanejo ao funk, passando pelo samba. Temos uma trilha muito eclética e que conversa com a dramaturgia da novela.      

Você esteve na direção de diversos sucessos durante esses 28 anos de Globo e sua última novela foi 'Deus Salve o Rei', em 2018. Como está sendo para você retornar ao horário das 19h?    

Sou um diretor que sempre transitou pelos três horários. E fui muito feliz com ‘Deus Salve o Rei’ no horário das sete. Gosto muito desse horário porque acho que ele permite experimentar algumas coisas e está sendo muito prazeroso. Eu sou uma pessoa de novela por essência. Foi muito interessante passar por séries, atuar no acabamento de alguns projetos. Mas esse dia a dia de novela é o que me alimenta. Eu gosto, não só de contar essa história, mas também de trabalhar com uma equipe do tamanho que uma novela demanda. E isso é uma das coisas que mais me animam nesse processo. Além de contar história e colocar no ar, eu gosto de fazer essa gestão de pessoas. Gosto ver motivação e de formar pessoas, que é uma coisa que está absolutamente ligada ao artístico. Isso reflete muito no ar.      

O que o público pode esperar de 'Fuzuê'?    

Sem dúvida, o público pode esperar uma boa trama. 'Fuzuê' é uma comédia romântica com boas histórias, bons conflitos e com personagens muito sólidos e verdadeiros.        

‘Fuzuê’ é criada e escrita por Gustavo Reiz, com direção artística de Fabricio Mamberti. é escrita com colaboração de João Brandão, Juliana Peres e Michel Carvalho, e tem direção geral de Adriano Melo e direção de Bernardo Sá, Nathalia Ribas e Glenda Nicácio. A produção é de Gustavo Rebelo e direção de gênero de José Luiz Villamarim.   


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