Com elenco nordestino, "Mar do Sertão" corrige erros de novelas anteriores

Uma protagonista paraibana e um vilão pernambucano: Isadora Cruz e Renato Góes. Dois nordestinos estarem entre os três papéis principais de Mar do Sertão não é mera coincidência (Sérgio Guizé é a outra ponta). Para a nova novela das seis --que estreia nesta segunda (22)--, a direção escalou mais de uma dezena de atores fora do eixo Rio-São Paulo: são 15 artistas nordestinos na trama que se passará em uma cidade fictícia do Nordeste.

"Acho que, hoje em dia, não cabe mais a gente falar de uma novela que se chama Mar do Sertão e não trabalhar com mais atores nordestinos do que com atores do eixo Rio-São Paulo. Cada vez mais a gente tem que trazer diversidade e buscar atores novos. É nossa responsabilidade trazer essa diversidade para televisão representando o Brasil do jeito que tem que ser representado", diz o diretor artístico Allan Fiterman.

"Essa é uma busca incessante para que a gente não caia na mesmice, e cada vez mais acho que a nossa preocupação é, sim, trazer diversidade para televisão de uma forma geral para conhecermos pessoas pessoas talentosas pelo Brasil", completa Fiterman.

"É muito bom a gente estar mostrando esse lado do Brasil. Uma coisa que está enchendo o coração de todo mundo é esse elenco com muitos atores nordestinos e poucos sudestinos. Isso é muito interessante. São muito talentosos e com esse sotaque gostoso de ouvir eles falando", concorda Débora Bloch, a ambiciosa Deodora. Além de Isadora e Renato, o elenco conta com os baianos Érico Brás, Cyria Coentro e Felipe Velozo, o maranhense Déo Garcez, os cearenses Ana Miranda e Lucas Galvino, os potiguares Titina Medeiros e Matteus Cardoso, a pernambucana Clarissa Pinheiro, os paraibanos Nanego Lira, Everaldo Pontes, Thardelly Lima e Suzy Lopes.

"Quando você não dá oportunidades para atores que têm um domínio maior daquela história, para colocar os mesmos atores desse eixo Rio-São Paulo, me corta o coração", diz Isadora.

O autor também é só felicidade com o elenco montado por Fiterman para contar essa história que é tão especial para ele: Eu sou de São Paulo, minha mãe, de Roraima, e meu pai, do Ceará então eu nasci aqui por acidente. Passei grande parte da minha infância e adolescência no Ceará, então sempre tive vontade contar essa história, porque é uma história regional, mas também é universal.

"Canta Pedra é um pequeno mundo encrostado em um ambiente e cidade fictícia num lugar também fictício, em uma geografia inventada, que mistura cânion, catinga, é uma geografia que não existe, são paisagens que nós inventamos e que o Allan traduziu bem em imagem, a partir do meu texto. Na verdade, é uma história regional de fato, ambientada no interior do Brasil, um Brasil profundo, mas ao mesmo tempo, que está dentro de todos nós", arremata o autor.

Informações de Carla Bittencourt, do Notícias da TV.