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Autores de "Elas por Elas" fazem balanço da trama, que completa um mês no ar

Protagonizada por sete mulheres, novela das 6 traz releitura da obra de 1982, criada por Cassiano Gabus Mendes.

por Redação, em 26/10/2023

Alessandro Marson e Thereza Falcão. Foto: Bella Pinheiro/Globo

Com sete protagonistas, dois jovens apaixonados e um detetive atrapalhado, nesta quarta-feira (25), Elas por Elas chega à marca do primeiro mês no ar. Releitura da novela escrita por Cassiano Gabus Mendes em 1982, o projeto engloba uma vasta equipe, mas tudo começa a partir do trabalho de dois indivíduos: Thereza Falcão e Alessandro Marson, os autores desta empreitada.

“Acho que a grande questão foi manter as histórias, mas contá-las de outra forma. O fato de você ter uma comunicação instantânea como a do celular inviabiliza um monte de trama. A gente não se dá conta como o mundo de hoje é diferente do de 40 anos atrás. Várias tramas construídas em cima de encontros e desencontros, como Romeu e Julieta, seriam inviáveis”, exemplifica Alessandro.

Seja na autoria principal, como foi em Novo Mundo, ou na colaboração, a exemplo de Avenida Brasil, a dupla está acostumada à labuta de criar e escrever diariamente uma média de 40 páginas. Porém, Elas por Elas traz de volta um antigo prazer aos profissionais da novela, que é a produção de acordo com a resposta do público. Comum ao gênero, o fator não esteve presente no último trabalho deles, Nos Tempos do Imperador, cujo ritmo foi afetado pela pandemia.

“Antes de os capítulos serem exibidos, assistimos a maioria para aprovar corte. Mas também acompanhamos na hora da transmissão. Ali, a gente vê com outro olho. A gente vê como espectador”, explica Thereza.

“Quando escrevemos enquanto a obra vai ao ar, temos esse feedback, que é o que nos permite acompanhar de forma mais próxima do público e corrigir o que não está agradando”, explica Alessandro. “Tudo isso serve para a gente se abastecer de sentimentos sobre o que o público está pensando sobre a obra.”

Da novela de 1982, os autores mantiveram a proposta de não concentrar o holofote em uma protagonista ou em um casal, mas sim no grupo, composto por sete amigas, com o adicional do Mário Fofoca, agora vivido por Lázaro Ramos. A tarefa é árdua, mas compensa.

“É uma coisa complicada para manter, porque você tem que conquistar o público para todas ao mesmo tempo e manter o interesse equiparado entre elas. Claro que tem semanas que uma aparece mais, outra, menos. A vantagem do multiprotagonismo é isso. Acho que é uma forma de o público se manter interessado”, comenta ele.

As atualizações

Ao propor uma nova visão à história de 41 anos atrás, Thereza e Alessandro trouxeram atualizações que conversam não apenas com a vida prática do cotidiano, como o uso de smartphones, mas, também, de pautas em voga. Entre elas, destaque para a diversidade racial no elenco, ao fato de todas as sete protagonistas terem uma vida profissional e para personagem Renée, nesta releitura, uma mulher trans.

“Quando veio a ideia de fazer uma mulher trans, queríamos fazer de uma forma afetiva. Somos um país terrível com a população LGBTQIA+, então, precisávamos trazer esta personagem de um jeito diferente. Tem o preconceito, como é retratado na relação dela com o cunhado, mas (ela é cercada) especialmente pelo afeto”, avalia Thereza sobre o papel de Maria Clara Spinelli.

“Queremos mostrar uma pessoa completa (indo além da questão da transexualidade)”, continua ela, que ainda destaca a presença de atores negros, diferentemente da versão original.

“Essa (diversidade racial) era outra coisa que a gente tinha que trazer, porque não existe mais espaço para mostrar uma sociedade que não seja diversa. Agora, graças a Deus, podemos mostrar de uma forma mais próxima. Se fossem sete protagonistas brancas, não estaríamos representando o Brasil de forma nenhuma.”

Baixa audiência

A nova versão de "Elas por Elas" está alcançando baixos índices de audiência. O primeiro mês do folhetim marcou apenas 16,6 pontos de média. A antecessora, "Amor Perfeito", marcou 18,7 pontos no mesmo período. A previsão é de a trama fiquei no ar até abril de 2024, quando será substituída por "No Rancho Fundo", de Mário Teixeira.


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