Hoje com uma carreira consolidada em Portugal, ele lembra que seu primeiro papel na televisão foi em Salsa e Merengue, de 1996.
Ator consagrado em Portugal, com dezenas de novelas e séries no currículo, além de trabalhos no teatro e no cinema, Paulo Pires é o protagonista de Codex 632, a primeira coprodução internacional do Globoplay. Apesar de ser uma cara nova para muitos brasileiros, os fãs de novelas mais atentos podem achar o rosto do astro português um tanto familiar. Em 1996, ele brilhou na dramaturgia do país como o personagem Vasco, de Salsa e Merengue. Em um papo com o Portal de Entretenimento do Grupo Globo, Paulo relembra o trabalho, que marcou sua estreia em novelas.
“É curioso, eu tinha feito cinema e teatro em Portugal, e nunca tinha feito nenhuma cena em televisão, e vim aqui fazer uma novela. Era meu início de carreira, foi uma experiência fabulosa.”
Na trama escrita por Miguel Falabella e dirigida por Wolf Maia, Paulo, à época com 29 anos, interpretou Vasco, sobrinho de Bárbara, personagem de Rosamaria Murtinho, que vem ao Brasil para amparar a tia após a morte de seu marido, Guilherme, papel de Walmor Chagas. Ao chegar no país, o português arrancou suspiros das mulheres do núcleo da Vila Vintém e foi disputado, principalmente, por Remédios e a interesseira Adriana, que eram vividas por Bia Nunes e Cristiana Oliveira, respectivamente. Ao fim, Vasco acaba ficando com Adriana e, juntos, os dois passam aplicar golpes.
Paulo se diverte ao lembrar o estilo de trabalho de Miguel Falabella, que fazia sua estreia como autor de novelas. “Lembro-me de perguntar: ‘Miguel, quem é este personagem? Quem é o Vasco?’. E ele dizia: ‘Começa a trabalhar que eu escrevo para ti’”, conta.
“Vim aqui ver como é que se fazia, aprender com os melhores. Meu par romântico era a Cristiana Oliveira e trabalhei com Arlete Salles, Rosamaria Murtinho, Marcello Antony, Walmor Chagas... Uma equipe fabulosa. Foi muito especial.”
Para o ator, o trabalho foi especial não só pelo fato de fazer sua estreias na novela, mas por poder se ver dentro de um universo que ele estava acostumado a acompanhar à distância, já que as produções brasileiras são exibidas em Portugal desde 1977, com o sucesso Gabriela. “Para mim, foi espetacular fazer ficção pela Globo, que eu já estava habituado a assistir às novelas”, diz.
“Lembro-me de que, no período em que estava a estudar, começava após o almoço. Eu tinha que sair 5 minutos antes da novela terminar para chegar a tempo na escola. E depois, de repente, vi-me aqui numa novela com caras, muitas delas, que eu conhecia da televisão. Foi uma experiência de vida muito enriquecedora”, completa Paulo.
Agora, após tantos anos, ele está feliz em retomar a parceria e protagonizar uma produção feita em conjunto por Brasil e Portugal. “O tempo passa depressa, principalmente quando estamos muito ocupados, não é? Em duas ocasiões, estive quase a voltar ao Brasil, com dois projetos concretos, mas em um não chegamos a um acordo, e o outro eu não podia porque ia estrear uma peça de teatro. Durante este tempo todo, mantive-me em contato e, agora, tenho muito prazer em estar aqui”.