Ator comenta volta ao gênero após 13 anos e a experiência de gravar em meio na seca do Nordeste.
De volta às gravações de uma novela, Rodrigo Santoro encontrou uma realidade dura enfrentada por muitos brasileiros: a seca. “Um dia tomei banho de mangueira do caminhão pipa com umas crianças, nunca vou esquecer. Quando a gente chegou, a produção se preparou para a questão do assédio, mas eles estavam olhando para o caminhão, a grande estrela era a água”, lembrou o ator, que gravou Velho Chico em uma pequena comunidade no Raso da Catarina, na Bahia. “Mais do que o sotaque, queria entender um pouco da alma dessas pessoas. Graças a eles eu pude chegar mais próximo disso. Foi uma oportunidade muito especial de conhecer as entrelinhas do sertão, uma experiência absolutamente inesquecível. Foi tudo muito intenso. Vi como aquelas pessoas se relacionam com a natureza, com as outras pessoas. E me deixou muito tocado essa força, que é quase um estereótipo do nordestino, essa alegria quase inverossímil para quem vive tanta miséria”, concluiu Santoro, que ainda esteve em outras cidades do Nordeste.
Sem participar de uma novela desde Mulheres Apaixonadas (2003), Santoro esteve em outras produções da Globo. A última foi As Brasileiras (2012), e o ator garantiu que estava com saudades. “Queria fazer alguma coisa um pouco mais substancial. Não vou falar se é longo ou curto, se é novela ou série. Luiz (Fernando Carvalho, diretor geral da novela) é um parceiro, tenho admiração há muito tempo por ele. As coisas se alinharam, eu me emocionei lendo a história. A novela dialoga com o público de uma forma diferente, pelo horário, pela forma de folhetim. Eu já me sentia afastado desse lugar há muito tempo, sentia necessidade de estar mais próximo”, disse o ator, que já havia trabalhado com o diretor nas duas temporadas de Hoje É Dia de Maria (2005) e na série Afinal, o Que Querem as Mulheres? (2010).