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Presidente da República ameaça cassar as concessões da TV Globo

A possibilidade existe, no entanto, é remota.

por Redação, em 25/12/2019

Jair no Jornal Nacional. Foto: TV Globo

A TV Globo e o Presidente da República não falam a mesma língua. Nos últimos dias, a maior emissora do país, praticamente, tem "declarado guerra" ao Governo eleito pela maioria dos brasileiros, há um ano.

Indignado com algumas investigações, com ampla cobertura jornalística da Globo, Jair Bolsonaro fez uma alerta: "Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição. Nem pra vocês nem pra TV nem rádio nenhuma. Mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho pra vocês, nem pra ninguém".

É em outubro de 2022 que vencem as concessões da Globo. Porém, para tirá-la do ar, Bolsonaro precisará de união no congresso, o que não acontece desde o dia em que tomou posse. A Globo também tem o amparo da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Na edição desta quarta-feira do JN, William Bonner leu um comunicado do Grupo Globo:

"A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações. O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação. A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações".


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