
A Globo já se movimenta para celebrar o centenário de Janete Clair (1925–1983), uma das maiores responsáveis por moldar a teledramaturgia brasileira. Embora ideias como filme, documentário ou série estivessem na mesa, a emissora deve optar por uma homenagem mais simbólica e intimista: uma semana especial no “Conversa com Bial”, inteiramente dedicada à autora, no ar a partir do dia 25 de abril, data em que Janete completaria 100 anos — véspera também dos 60 anos da própria Globo.
A proposta é clara: celebrar a força da palavra e da memória viva. Ao longo de vários episódios, Pedro Bial deve receber autores, atores, diretores e familiares que conviveram com Janete ou que foram profundamente influenciados por sua obra. Em vez de dramatizações ou reconstruções, o especial apostará no poder da conversa para reviver bastidores, relembrar novelas icônicas e ressaltar o impacto que a autora segue exercendo sobre a dramaturgia brasileira.
Entre os títulos que marcaram época e estarão em destaque nas conversas estão clássicos como “Irmãos Coragem” (1970), “Selva de Pedra” (1972) e “Pecado Capital” (1975) — obras que não só conquistaram o público, mas também ajudaram a definir o que seria o DNA da novela nacional: popular, envolvente, com personagens fortes e tramas recheadas de emoção.
Durante um tempo, chegou-se a considerar a criação de uma série ficcional ou até de um documentário para o Globoplay, sob o olhar da roteirista Renata Dias Gomes, neta de Janete. Embora esses projetos ainda possam ganhar corpo no futuro, a emissora decidiu que o momento pedia algo mais direto — um tributo afetuoso e sem artifícios, como eram os textos de Janete, sempre voltados ao grande público.
Mesmo quatro décadas após sua morte, Janete Clair continua sendo uma figura fundamental e insubstituível no imaginário da televisão brasileira. Suas tramas, reviravoltas e personagens seguem vivos na cultura pop e servem como fonte de inspiração para novos roteiristas. No ano em que se comemora seu centenário, a Globo não pretende reinventar a roda — apenas parar, ouvir e relembrar. E quando se trata de Janete, há muito o que contar.
Comentários (0) Postar Comentário
Nenhum comentário encontrado. Seja o primeiro!