Por: Em entrevista, Ruy Barbosa e Edmara negam que a decisão de refilmar “Paraíso” tenha a ver com o sucesso de “Pantanal” no SBT - o projeto do remake, dizem, estava pronto há dois anos. “Tivemos que mudar a cidade onde se passa a novela porque, hoje em di
Rede Globo – 18h
Estréia: 16 de março 2009
Novela de: Benedito Ruy Barbosa
Adaptação de: Edmara Barbora e Edilene Barbosa
Direção: André Felipe Binder, Pedro Vasconcelos e Paulo Ghelli
Direção geral: Rogério Gomes
Núcleo: Rogério Gomes
Em entrevista, Ruy Barbosa e Edmara negam que a decisão de refilmar “Paraíso” tenha a ver com o sucesso de “Pantanal” no SBT - o projeto do remake, dizem, estava pronto há dois anos.
“Tivemos que mudar a cidade onde se passa a novela porque, hoje em dia, no Brasil quase não existe - eu disse quase, veja bem - comitiva de bois. Para achar uma comitiva em que o cara toque berrante, você tem que fazer uma viagem longa”, explica o autor.
Foi sua a ideia de refilmar “Paraíso”?
Não, foi da Globo mesmo. Cabocla deu muito certo, depois Sinhá Moça. Então, estão achando que essa vai dar muito certo também, porque é o mesmo universo. Eles já tinham desistido da refilmagem. Mas cada vez que a gente pensava em “Paraíso” e via o que estava no ar, sabe... Tem muita gente esperando o remake dela.
Mas a mudança da história do interior de São Paulo para Mato Grosso tem a ver com a reprise de “Pantanal” no SBT?
Não. É que hoje em dia no Brasil não existe quase - estou dizendo quase - comitiva de bois. Peão é uma profissão que existe em Barretos, onde os caras vão montar boi bravo. Para achar uma comitiva em que o cara toque berrante, você tem que fazer uma viagem longa. No Pantanal, você encontra isso adoidado. As comitivas levam 5 mil bois, é um negócio lindo de morrer.
Não ficou nem um pouco contente com a reprise de “Pantanal”, que teve tanto sucesso?
Não. Eu queria fazer um remake dela, na Globo - eu mesmo escreveria, com gosto. Não posso falar muito sobre disso, por causa do processo que estou movendo contra o SBT.
Qual é o recado que o sucesso de refilmagens de novelas como “Cabocla” e “Sinhá Moça” passa? Há algum problema com as novas histórias?
Olha, esse é o tipo de pergunta que eu respondo e me complico depois... (risos). Está provado que a novela das 6 tem de ser poética, romântica, o amor tem de ser tratado com respeito. Essa coisa de novela que se passa na horizontal, muita bagunça, não funciona.
“Paraíso” é sua, mas a adaptação está nas mãos das suas filhas. Quando você voltará a escrever?
A Globo está querendo que eu escreva outra história, mas estou relutante. Porque ninguém na minha família quer mais que eu fique 12 horas no computador - eles acham que vou morrer (ele sofreu um AVC em 2006). E não tenho medo de morrer, mas também não tenho pressa.
Paraíso apresenta a história da paixão quase impossível do peão José Eleutério, o “Filho do diabo”, por Maria Rita, a “Santinha”, moradores de uma pequena cidade do interior. Segundo a lenda local, o pai de José Eleutério, Eleutério, possui uma garrafa, onde cria o diabo, que lhe garante incríveis poderes. Na realidade, a garrafa é apenas uma lembrança adquirida por Eleutério numa feira do Rio de Janeiro. Mas o povo da pequena cidade acredita na lenda, assim como crê nos rumores sobre os milagres que Maria Rita teria feito na infância.
José Eleutério e Maria Rita ainda estão no meio da disputa política entre seus pais, Eleutério e Antero, proprietários de grandes fazendas e figuras importantes da região, dois homens com vidas repletas de histórias fantásticas, lendas e crendices. Os dois chegaram à região na mesma época e estabeleceram-se em fazendas vizinhas. Eleutério é um homem rústico, bem-humorado, amante de uma boa conversa. Religioso, tem um coração enorme. É justo, sem ser rígido, e bondoso, sem ser passivo. Foi apaixonado por Nena, mãe de seu único filho, que morrera no parto do menino. Tem obsessão por José Eleutério, mas não concorda com a vida de peão que o filho leva. Antero, por sua vez, é um homem simples e fechado. No passado, sofreu com as histórias sobre os milagres da filha e foi obrigado a deixar sua terra em busca de paz. Procura não falar sobre o assunto, apesar da insistência da mulher, a beata Dona Mariana, que vive a divulgar a santidade da filha e sonha vê-la num convento. Interesseiro, Antero torce para que Maria Rita se case com Zé Eleutério, interessado na fortuna do rapaz.
Paralelamente ao conflito principal de Paraíso, outros personagens merecem destaque na história. Entre eles estão Otávio Elias e Ricardo Bidauska, dois jovens incansáveis na tentativa de trazer o desenvolvimento para a pequena cidade. Formaram-se em comunicação no Rio de Janeiro, mas não conseguiram oportunidade de trabalho na cidade devido à retração do mercado e decidiram tentar a vida no interior. Através desses personagens, o autor procurou discutir sobre a dificuldade do jovem em ingressar no mercado e as muitas possibilidades que uma cidade interiorana pode oferecer.
As tramas envolvendo a família do prefeito Norberto também movimentam a história de Paraíso. Norberto é um sujeito bonachão e sério, mas tem dificuldade em lidar com os poderosos da região e seu jeito de fazer política, ficando sempre à margem de importantes decisões. É casado com a doce Aurora e pai de Maria Rosa, professora formada, muito inteligente, o melhor "partido" da cidade. Para ajudar na administração da cidade, Norberto conta com a ajuda do Padre Bento.
Outros personagens importantes da história são Josefa, empregada da fazenda de Eleutério, uma mulher simples que alimenta uma paixão platônica pelo patrão; sua filha, Rosinha, apaixonada por Zé Eleutério; e o valente peão Terêncio, melhor amigo de Zé Eleutério.
Nathália Dill: Santinha
Eriberto Leão: José Eleutério
Vanessa Giácomo: Rosinha
Mauro Mendonça: Coronel Antero Godói
Cássia Kiss: Mariana Godói
Reginaldo Faria: Coronel Eleotério
Soraya Ravenle: Zefa (Josefa)
Alexandre Nero: Terêncio
Carlos Vereza: Padre Bento
Cristiana Oliveira: Zuleika
Kadu Moliterno: Bertoni
Walderez de Barros: Dona Ida
Leopoldo Pacheco: Prefeito Norberto
Bia Seidl: Aurora
Genézio de Barros: Alfredo Modesto
Fernanda Paes Leme: Maria Rosa
Lidi Lisboa: Dolores
Guilherme Berenguer: Ricardo
Jackson Costa: Isidoro
João Sabiá Marcos
Daniel: Zé Camillo
Lucci Ferreira: Geraldo
Guilherme Winter: Otávio
Rodrigo Sater: Tiago
José Augusto Branco: Nono
Paula Barbosa: Edite
Juliana Boller: Aninha
Lucy Ramos: Cleusinha
Caroline Abras: Jacira
Mareliz Rodrigues: Nina
Aisha Jambo: Tonha
Cris Vianna: Candinha
Thommy Schiavo: Cilo (Peão Maluco)
Yassir Chediak: Juvenal
Alexandre Rodrigues: Tóbi
Cosme dos Santos: Zé do Correio
Gésio Amadeu: Capita
Aramis Trindade: Zé das Mortes
Cláudio Galvan: Vadinho
Hugo Gross: Pedro do Posto
Jorge Lucas: Tião
Luciana Barbosa: Efigênia
Luciano Vianna: Tonhão
Paulo de Almeida: Dudu
Robert Guimarãe:s Tibúrcio
Eduardo Di Tarso: peão
Participações Especiais
Marcelo Faria: Coronel Eleutério (jovem)
Luli Müller: Nena
Duda Ribeiro: Mané Corrupio
Mariana Mamoré: Maria Rita (criança)
Gabriel Rodrigues: Zeca (criança)
Como bom anfitrião, o autor Benedito Ruy Barbosa foi o primeiro a chegar à festa de Paraíso, novela das seis da Globo que estreia no próximo dia 17. No evento, realizado na noite de domingo (8), no Moinho Eventos, em São Paulo, o autor estava acompanhado da mulher Marilene Barbosa, dos 10 netos e quatro filhos.
Empolgado com o clima rural presente no cenário assinado por Cris Ayrosa, Benedito observou o ambiente e disse que se sentia em casa, naquele universo. Porém, não conseguiu disfarçar sua preocupação com a baixa audiência do horário deixado pela antecessora, Negócio da China, de Miguel Falabella.
“A primeira versão de Paraíso alcançou 70 pontos, mas sei que os tempos mudaram. Vou pegar o horário com baixíssima audiência, mas reconquistarei os telespectadores, trazendo de volta romantismo e uma série de valores esquecidos nos tempos modernos, como a união familiar”.
Seguindo a mesma linha de pensamento do pai, Edmara Barbosa, que assina a adaptação, acredita que os autores deveriam expor mais sentimentos nas obras.
“Quando escrevo as cenas do Mauro Mendonça, me inspiro no meu pai, que sempre foi meu grande conselheiro e amigo. O sucesso só vem quando abrimos o coração e nos entregamos, sem medo de ser piegas”, avaliou.
Os textos, carregados de emoção, encantaram o protagonista Eriberto Leão, que vive o filho do diabo:
“A história é fantástica e os diálogos passam mensagens que nos fazem crescer. O Benedito me obriga, diariamente, a pensar sobre uma série de questões pessoais”, avaliou o ator, que admira o talento de seu par romântico, Nathália Dil.
“Ela é uma atriz jovem, mas muito sensível e dedicada. O papel caiu como uma luva, nela”.
Durante a festa, Nathália curtiu a solteirice dançando e jogando bilhar com os amigos, mas abriu o jogo: sonha em dividir esse momento importante em sua carreira com alguém especial.
“Um namorado não atrapalharia meu trabalho como protagonista. Não é o tamanho do papel que atrapalha uma relação e, sim, a falta de compreensão na relação”, comentou a atriz que, ao contrário de sua personagem Santinha, não foi criada dentro de uma religião.
“Respeito todas as religiões, mas não sigo nenhuma. Nas gravações, tive até dificuldade em aprender a segurar o terço”, confessou a atriz.
Ao contrário da mocinha da trama, Cássia Kiss, que faz a mãe amargurada de Santinha, vive um momento especial na vida pessoal. Aos 51 anos, ela garante ter descoberto o amor verdadeiro nos braços do psicanalista João Batista Magro Filho:
”Estamos juntos há seis meses. O caos aéreo nos aproximou no aeroporto, e hoje tenho o prazer de envelhecer ao lado dele, que é um ser humano raro e encantador. Estamos até usando aliança”.
Abraçada ao marido, Cássia conferiu o show comandado pelo cantor Daniel, que fará o violeiro Zé Camilo na trama.
“Na primeira versão, esse personagem interpretado pelo Sérgio Reis chamava-se Diogo. Disse ao Benedito que gostaria de homenagear meu pai, usando seu nome, e ele topou”, contou o cantor.
Apesar de ainda não saber se terá uma de suas músicas na trilha sonora da novela, Daniel promete ‘causar’ nas gravações.
“Esse lance de beijo técnico não é comigo. Quando o diretor gritar gravando, vou beijar de língua e acabou. A única exceção na minha carreira foi a Xuxa”, divertiu-se.
Após a roda de viola comandada por Daniel, Yassir Chediak e Rodrigo Sater, Rogério Gomes subiu ao palco para parabenizar as estrelas do elenco, no Dia Internacional da Mulher, e reverenciar o dramaturgo.
“Benedito, você é meu ídolo! Sempre que faço suas novelas, cresço como profissional e como homem”, disse 'Papinha', arrancando lágrimas do autor, que ainda se recupera de um AVC ocorrido em 2006.
“Eu estou bem melhor, mas hoje em dia me comovo ainda mais com essas formas de carinho. Isso é o que vale na vida”, finalizou Benedito.
Uma novata desbancou Vanessa Giácomo do posto de queridinha de Benedito Ruy Barbosa. Natália Dill, recém-saída de Malhação, vai protagonizar Paraíso, próxima trama das 18 horas da Globo, com estréia prevista para 9 de março. Na adaptação de Edmara Barbosa, filha do dramaturgo, a atriz será Maria Rita, a Santinha (papel vivido por Cristina Mullins em 1982), a quem a população atribui dons milagrosos. Vanessa Giácomo assume o papel de Rosinha.
A decisão foi tomada na semana passada, quando o diretor-geral da trama, Rogério Gomes, desembarcou em São Paulo com a lista de atores reservados para o trabalho para que os autores analisassem. "Escalar uma novela é uma tarefa difícil, pois há de se adequar os papéis aos atores e vice e versa. A Vanessa formará o triângulo amoroso da história, disputando o coração de Zeca, o filho do diabo, interpretado por Eriberto Leão", conta Edmara.
A novelista diz que teve dificuldades para fechar o elenco do novo folhetim. Alguns atores com quem gostaria de trabalhar estavam contratados da Record e outros, reservadas para produções da casa. "Além de uma emissora concorrente, existe a competição interna. No momento, a Globo produz três novelas, grava outras três, além de vários programas da grade. Mas nada que não se resolva. Tem muita gente boa disponível no mercado."
Ela desmente os boatos de que teria pedido a João Emanoel Carneiro a liberação de Mauro Mendonça - o empresário Gonçalo Fontini de A Favorita -, mas festeja a possibilidade de vê-lo interpretar Antero, pai de Santinha. "Ele é ótimo e fará par com a Cássia Kiss, que interpretará Mariana. Os dois vivem um casamento difícil, por conta da mulher que é excessivamente beata."
Há 12 anos, Eriberto Leão estreava na televisão brasileira como o misterioso e, há quem garanta, extraterrestre João, de O Amor está no ar, da Globo. Passando pela emissora do Jardim Botânico, pela Band e pela Record, com uma bagagem de cinco novelas, duas minisséries e algumas participações em programas do tipo talk show, em 2009 ele alcançou o posto mais alto de um folhetim: ser protagonista.
A partir de segunda, dia 16, Eriberto vai aparecer nas telinhas como o mocinho (mesmo sendo “filho do diabo”) da nova novela das seis, Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, com adaptação de Edmara e Edilene Barbosa. Uma novela rural, que fala dos costumes interioranos, mitos, causos e que valoriza a relação familiar.
Falando em família, na noite de domingo, dia 8, aconteceu a festa de lançamento do novo folhetim no Moinho Eventos, em São Paulo. Claro que Eriberto compareceu, afinal, todos os convidados queriam saber os detalhes de seu personagem, das gravações, das dificuldades, quando...
A festa parou para ver a chegada de dona Lenira Leão. No alto dos seus 84 anos, a avó do ator fez questão de prestigiar a evolução de seu neto mais famoso.
- Acho que ela nunca viu tanto fotógrafo junto, disse, feliz, Eriberto, que também estava acompanhado da namorada, Andréa Leal, e dos pais, Telma Monteiro e Eriberto Monteiro, os meus pais sempre me acompanharam. Mas, minha avó, que já está velhinha, às vezes não sai. Mas eu disse: nessa você tem que ir. Mesmo porque tem essa relação do Zeca com a Terra, que é a nossa mãe, então, como não chamar a mãe da minha mãe? A família brasileira é muito importante e a gente precisa retomar isso sempre.
Apaixonado pela história de Paraíso e por tudo o que representa, Eriberto fez uma comparação entre o homem do interior, que ainda mantém uma relação íntima com a natureza, e o homem da cidade, que perdeu a noção da riqueza que o nosso país tem.
- Tive uma aula com um velho berranteiro, há quatro meses, que me explicou o que é o som do berrante. Eu, paulistano, sempre achei que era o som do boi. Mas, não, é o som da Terra. Eu aprendi a tocar sabendo disso, que é um som que vem do coração e tem ligação com o planeta.
Paraíso não é o primeiro remake de Benedito Ruy Barbosa no currículo de Eriberto Leão. Ele já atuou em Cabocla e Sinhá Moça, duas novelas em que o tema rural é abordado.
- Se eu ficar marcado como sendo um ator do Benedito Ruy Barbosa, vou embora feliz, porque ele é o nosso Shakespeare. É a mesma coisa de dizer: você vai ficar marcado por só fazer Shakespeare. Poxa, que bom!
Ibope
A audiência das novelas das seis não anda agradando muita gente, inclusive Benedito chegou a se pronunciar sobre os baixos índices do Ibope. No entanto, essa não é uma preocupação do novo protagonista.
- Estamos muito felizes e satisfeitos fazendo essa obra, ela já é um sucesso pra gente. O resto é o imponderável.
O site "O Planeta TV!" capturou algumas imagens das chamadas da trama:
A produção de arte realizou uma grande pesquisa sobre locações, costumes e animais que compõem as cenas de Paraíso, próxima novela das seis da Rede Globo. Também identificou características próprias dos objetos usados na comitiva e seus estranhos nomes, como:
“embornal” – bolsa que carrega os apetrechos de uso no campo
“bruaca”- mala de couro que carrega os objetos dos peões e da cozinha
“traias”- objetos que adornam o animal para a montaria
“cuca” - o cozinheiro das viagens
“Compramos as traias no Mato Grosso: a do peão de comitiva, que é composta entre outros itens do pelego, da cabeçada e do arreio; e a traia do peão de rodeio, que traz, entre outros, a luva e corda americana”, conta o produtor de arte André Soeiro.
A equipe de produção de arte viajou com 30 caixas repletas de objetos de cena.