A nova novela das seis estreia na segunda, dia 18 de janeiro.
Por: Com infomações da assessoria de Imprensa da TV Globo
Walcyr Carrasco iniciou a carreira profissional como jornalista e trabalhou nas redações de grandes jornais e revistas. Aos 28 anos, publicou seu primeiro livro, ‘Quando meu irmãozinho nasceu’. Depois escreveu ‘Vida de Droga’, ‘Em Busca de Um Sonho’, ‘Anjo de Quatro Patas’ e ‘Juntos para Sempre’, entre outros títulos. Como dramaturgo, assinou peças de sucesso como Batom (1995) e Êxtase (1997), pela qual recebeu o prêmio Shell de melhor autor. Em 2008, Walcyr ingressou na Academia Paulista de Letras e, em 2010, ganhou o prêmio da União Brasileira dos Escritores pela tradução e adaptação de ‘A Megera Domada’, de Shakespeare. Para a TV, começou a escrever no final da década de 1980. A primeira novela na Globo foi ‘O Cravo e a Rosa’ (2000), dirigida por Walter Avancini, com quem repetiu a parceria em ‘A Padroeira’ (2001). As novelas ‘Chocolate com Pimenta’ (2003) e ‘Alma Gêmea’ (2005), dirigidas por Jorge Fernando, consagraram o autor no horário das seis. A estreia no horário das sete foi com a comédia romântica ‘Sete Pecados’ (2007). Depois escreveu ‘Caras e Bocas’ (2009) e ‘Morde e Assopra’ (2011). A primeira novela das nove foi ‘Amor à Vida’ (2013), que lhe trouxe o prêmio Quem de Televisão como autor, entre outros. Para a faixa das onze, Walcyr escreveu a recente ‘Verdades Secretas’ (2015), que já conquistou o Troféu APCA e o Prêmio Extra de Televisão como Melhor Novela.
Como surgiu a ideia para escrever Êta Mundo Bom!?
Era um desejo meu, escrevi a sinopse de 'Êta Mundo Bom!' no ano passado. Fiz alguns trabalhos para o horário das seis com o Jorge Fernando e queria voltar para esse clima tão bom, tão agradável das novelas de humor ingênuo, revisitar esse universo.
Fale um pouco sobre as referências para essa novela: o conto do Voltaire 'Cândido ou o Otimismo', o filme 'Candinho' estrelado por Mazzaropi e o conto “O Comprador de Fazendas”, de Monteiro Lobato.
Quando eu era criança e morava em Marília, no interior de São Paulo, meu pai me levava ao cinema quase todos os dias. Às vezes, até para ver dois filmes no mesmo dia, porque a programação mudava muito depressa. Mazzaropi faz parte da minha infância. E de certa maneira, essa novela é uma homenagem a meu pai. Eu também quis trazer a grande discussão que sustenta a todos nós, todo o tempo. O mundo é bom? Há motivos para ser otimista? Então, por que acontecem tantas coisas ruins? Aliei essa história central a “O Comprador de Fazendas”, de Monteiro Lobato, porque é um conto maravilhoso, que me acompanha desde a infância. Esses alicerces me ajudaram a criar uma história engraçada, divertida, mas também profunda, pois colocam em discussão uma grande questão humana. Vale a pena, enfim, ser otimista, acreditar que um dia tudo vai melhorar?
Quais as principais virtudes de Candinho e Pancrácio, os personagens de Sergio Guizé e Marco Nanini, que mais representam a mensagem de otimismo da novela?
Candinho é um otimista incurável, mas é esperto, consegue enxergar a verdade de uma maneira diferente das outras pessoas. Já Pancrácio é um filósofo e procura aquilo que é maior no ser humano. Pedindo esmola nas ruas, mesmo fingindo ser quem não é, ele ajuda as pessoas a serem mais generosas. Na trama, quando fala sobre o fato de não conseguir emprego como professor de filosofia, ele questiona o modo de ser das pessoas em geral, que não refletem sobre as grandes questões da vida e do universo. Pancrácio faz isso o tempo todo, é um personagem adorável.
Na trama, há a radionovela Herança de Ódio, ouvida por vários personagens. O que o motivou a levar esse universo do rádio para ‘Êta Mundo Bom!’?
Quando eu era criança, acordava cedo e, antes de ir para a escola, enquanto tomava o café, minha mãe ouvia novelas de rádio. Por conta disso, quis reviver esse universo, que me traz as melhores recordações.
O que o público pode esperar de ‘Êta Mundo Bom!’?
A novela tem humor, romance, drama. Tudo junto. É uma volta às raízes, com a parte caipira, a ingenuidade. É uma novela de época, que retorna aos valores e a moral dos anos 40. Não se trata propriamente de uma novela histórica, mas a história é o pano de fundo. A grande inspiração é realmente o humor de Mazzaropi, mas agregado a uma história de São Paulo nos anos 40.
Entrevista com o diretor-geral e de núcleo Jorge Fernando
Jorge Fernando é ator, diretor e dramaturgo. Começou sua carreira na Globo como ator, em 1978. Como diretor, seu primeiro trabalho foi ‘Jogo da Vida’, com Silvio de Abreu. Depois vieram ‘Guerra dos Sexos’, ‘Cambalacho’, ‘Que Rei sou Eu?’ e ‘Rainha da Sucata’, entre outros. Da parceria com Walcyr Carrasco, fez ‘Chocolate com Pimenta’, ‘Alma Gêmea’, ‘Sete Pecados’ e ‘Caras e Bocas’. Além de seus trabalhos na televisão, Jorge Fernando fez carreira no teatro e no cinema. Entre seus maiores sucessos nos palcos estão ‘No Escurinho do Cinema’, ‘Os Duelistas’, ‘Pequeno Dicionário Amoroso’ e ‘Boom’, espetáculo em que o artista canta, dança e se transforma em vários personagens. Nas telas, dirigiu ‘Sexo, Amor e Traição’ e ‘A Guerra dos Rocha’, entre outros. Em 2012, levou para o teatro ‘Salve Jorge’, um espetáculo autobiográfico que reúne histórias vividas por ele no teatro, no cinema e na TV.
A novela fala de otimismo. Como você leva esse clima para o set de gravação?
Estou lidando com um tema em que acredito. A gente precisa valorizar cada momento, como dormir e acordar bem. Temos que agradecer, celebrar e contribuir para um mundo melhor. É com esse sentimento que eu entro no set para gravar todos os dias, para trabalhar com as equipes e dirigir o elenco. O clima tem sido de prazer, harmonia e energia positiva, o verdadeiro “Êta Mundo Bom!”.
Qual a principal diferença em dirigir novela de época?
As peculiaridades das tramas. Você pode brincar com alguns recursos que nas novelas atuais não cabem mais, como as cartas. Não é a mesma coisa guardar um e-mail (risos). E a linguagem é uma delícia. Tem mais o “por favor”, o “com licença” e o “obrigado”. Antigamente o cotidiano era mais simples. Não aconteciam tantas coisas, as pessoas paravam e ouviam a radionovela, por exemplo. É um outro ritmo e isso desperta um saudosismo.
Qual foi a maior dificuldade de gravar pelas ruas de São Paulo?
Minha ideia no início era gravar a novela toda em cidade cenográfica, estúdio e algumas externas no Rio, mas percebi que tinham cenas que eu deveria gravar em São Paulo porque poderia comprometer o resultado final. Foi trabalhoso, precisei tirar ar-condicionado, os prédios mais modernos, por exemplo. E aconteceu uma das coisas mais engraçadas da minha carreira. Surgiram 1.500 zumbis por conta de uma passeata. Eles invadiram a ponte do viaduto Santa Ifigênia, foi hilário. Se estivesse fazendo uma novela atual não tinha coisa melhor para acontecer. Nesse caso, sentei e esperei (risos).
Como foi o processo de preparação do elenco?
Fizemos várias leituras. O núcleo do Taxi Dancing, que é um cenário muito presente na trama, teve aulas de dança. Os atores aprenderam bolero, tango, charleston, entre outros ritmos. Os personagens que têm sotaque caipira tiveram várias aulas de prosódia.
O que você pode adiantar sobre a trilha sonora?
A trilha é composta principalmente dos sucessos mais tocados nos anos 40. Músicas originais na voz de Ângela Maria e Emilinha Borba, por exemplo, e regravações com artistas contemporâneos, como Paula Fernandes e a dupla Victor e Léo. A música de abertura é ‘O sanfoneiro só tocava isso’, uma das mais executadas na época. É uma versão da banda Suricato, que ficou incrível.
O que o público pode esperar de Êta Mundo Bom!?
A novela traz grandes histórias de amor, vilanias, comédia, todos os ingredientes de um bom melodrama. Além disso, tem o tom caipira, a ingenuidade, as músicas da época. É uma história agradável de ver, de comentar. Temos personagens adoráveis e um elenco primoroso.
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Assista a cenas inéditas da novela:
Êta Mundo Bom, o seu novo mundão das seis. Estreia nesta segunda, dia 18 de janeio. Na Globo!