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Silvio de Abreu rebate críticas e comenta baixa audiência de "Guerra dos Sexos"

Em entrevista exclusiva, o autor também afirma que não fará remake de "Éramos Seis".

Por: Jeferson Cardoso

O autor Silvio de Abreu. Foto: Divulgação/TV Globo

Paulistano, 67 anos, Silvio de Abreu, responsável pelo remake de "Guerra dos Sexos", conversou com o Portal OPTV e comentou sobre as críticas e a baixa audiência de sua 16º novela.

De acordo com ele, apesar de a novela não ter muita audiência em São Paulo, vai muito bem em todo o país. O dramaturgo rebate às críticas quanto ao humor mais infantil. No fim, ele desmente especulações de que escreverá o remake de "Éramos Seis",  na faixa das seis. 

Confira, na íntegra, a entrevista:

Como foi a experiência de produzir o remake de "Guerra dos Sexos"?

Silvio de Abreu - Excelente. Além de me proporcionar um reencontro com Jorge Fernando ainda tive o enorme prazer de escrever um produto de qualidade que não ficou devendo nada ao original de 1983. Tive ainda a oportunidade de revisitar os personagens que criei com novos interpretes e acho que muitos superaram os originais. O trabalho da produção, cenários, figurinos, direção foi impecável e não tive a censura federal cortando ações e me obrigando a regenerar personagens no final.

Alguns saudosistas, que assistiram a primeira versão, comentam que houve poucas mudanças no roteiro e muitos diálogos foram reaproveitados. Antes da estreia, você disse que se tratava de uma história nova. Como vê essas críticas?

Silvio de Abreu - Devem ser saudosistas de péssima memória, porque as mudanças foram muitas e bastante significativas, a começar pelos diálogos que foram todos reescritos, as gírias que foram mudadas, os apelidos, a própria situação principal de novela que antes era uma briga entre homens e mulheres e dessa vez foi uma briga entre dois primos irascíveis. É verdade que muitas ações foram reaproveitadas, o que é mais do que normal para um remake, se fosse para fazer uma novela nova não teria usado a mesma escrita há trinta anos.

"Guerra dos Sexos" chega ao fim com uma média de 23 pontos de audiência, a mais baixa do horário. Por que acha que a audiência não correspondeu, já que recebeu bem da antecessora (Cheias de Charme)?

Silvio de Abreu - Tanto Guerra dos Sexos, quanto Lado a Lado e Salve Jorge vão terminar com médias abaixo de suas antecessoras. Por aí se vê que o problema não está nessa nova versão da Guerra, as três novelas estrearam muito perto uma da outra, sem dar tempo ao público de assimilar as tramas e ter vontade de segui-las. Além disso tanto Guerra quanto Lado a Lado foram lançadas em pleno horário político, mais cedo do que os seus costumeiros horários. Em seguida entrou o horário de verão, que faz com que as pessoas demorem mais para chegar em casa. Mas, mesmo assim, a audiência só foi decepcionante, neste período, em São Paulo, em todo o Brasil as médias foram ótimas e, mesmo em São Paulo, o share nunca foi menor do que 45%, o que não configura um fracasso, principalmente quando o canal concorrente consegue 3 vezes menos.

Por que você acha que a Classe C não recebeu muito bem a novela?

Silvio de Abreu – Infelizmente a nossa classe C está à procura do que ela acredita ser realismo e que aprendeu a assistir nos reality shows. Hoje, tudo que saia disso e que não mostre elementos com os quais essa classe possa se identificar, não vai agradá-los. Alguém já disse que para os que têm imaginação, nenhuma explicação é necessária, para os que não têm, nenhum é possível. A verdade é que não conseguiram decodificar que a novela era uma mistura de farsa com melodrama, ou seja, alguns núcleos deveriam ser levados a sérios e outros, os sinais eram claros para 1983, mas parece que hoje em dia devem ser mais explícitos.

Jorge Fernando ousou em mostrar imagens de São Paulo, de cabeça pra baixo, nas passagens de tempo, o que causou certa estranheza. A direção também optou por dar um tom um pouco infantil ao humor. Esses detalhes podem ter refletido na audiência?

Silvio de Abreu - Causar estranheza quando se mostra uma cidade de cabeça para baixo é normal, mas não concordo de maneira alguma que o humor fosse infantil. Durante a novela mostramos muitos tipos de humor: comedy capers, comedia maluca, pastelão, comedia romântica, vaudeville, quiprocós, farsa etc... Juntar tudo isso num rotulo de "infantil" além de maldoso é muita falta de conhecimento do gênero.

Com o fim da novela, quais são os seus planos? Voltará a escrever para o horário das 21h?

Silvio de Abreu - Não tenho planos, só quero férias.

É verdade que você pretende escrever o remake de "Éramos Seis" às 18h?

Silvio de Abreu – Não é verdade.

O último capítulo de "Guerra dos Sexos" será exibido na próxima sexta-feira, dia 26. A última semana do folhetim reserva algumas surpresas. Confira algumas novidades:

- Veruska rouba os diamantes e foge com Nenê
- Manoela taca fogo no estúdio de Fábio
- Carolina termina pobre e vendendo canudinho de coco na feira como a mãe

De segunda a sábado, "Guerra dos Sexos", às 19h30. Na Globo!


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