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SBT ressuscita sucessos... sem sucesso!

Por: Jonathan Pereira E-mail para contato: [email protected]

Vários programas marcaram esses 27 anos do SBT, e vira e mexe alguns deles voltam à grade, não como reprises, mas com novos apresentadores (o chamado mais do mesmo). No entanto, a maioria não consegue êxito, e é limada da programação. Peguemos 4 exemplos, cujo nome já nos faz lembrar imediatamente em qual canal passaram, e voltaram ao ar recentemente na emissora.


O ‘Viva a Noite’ projetou Gugu Liberato na TV. Nos anos 80, o SBT conquistou a liderança de audiência nas noites de sábado, vencendo o Supercine, da Globo, e o fenômeno Perdidos na Noite, da Band. Parte dos quadros do programa foi transferida para o Domingo Legal, que Gugu ganhou posteriormente nas tardes de domingo. E o Viva a Noite foi rebatizado de “Sabadão Sertanejo”, aproveitando a popularidade do ritmo.


Pois bem, ano passado a emissora resolveu trazer o programa de volta às noites de sábado, com a cantora Gilmelândia apresentando. A Dança dos Passarinhos foi exaustivamente promovida nesta versão, sem nenhum motivo que a justificasse, apenas cansando o telespectador que não entendia porque alguém vestido de pássaro amarelo aparecia tanto. O Ibope foi um fiasco, comparado aos velhos tempos. O público mudou, mas o formato não. A atração (assim como as outras abaixo que retornaram), serviu apenas para os saudosos relembrarem o que viram até 15 anos atrás. Esse ‘Viva a Noite’ mudou de horário várias vezes (foi até para as 18 horas!) até sair do ar, poucos meses depois.

O Fantasia, no qual o público participava das brincadeiras por telefone, enquanto via várias garotas bonitas na tela, estreou no SBT em 1997, diariamente, à tarde. Na apresentação, nomes que permaneceram na TV depois, como Adriana Colin (há anos garota propaganda do Domingão do Faustão), e Jackeline Petkovic (que passou a apresentar o Bom Dia & Cia), e famosos momentâneos, como a ex-sem-terra Débora Rodrigues. No ano seguinte, Carla Perez apresentava aos domingos, cometendo gafes com a língua portuguesa. Em 2000, já com um novo time de apresentadores, o programa foi para as tardes de sábado, mas ficou 6 meses no ar. Em outubro passado, Sílvio Santos resolve ressuscitar a atração, nas madrugadas. Já passou para as tardes, e foi extinta no último dia 17 de março.


Inspirado em um telejornal da TV Tupi, em 1991 o SBT estreou o Aqui Agora, febre aos finais de tarde. Com reportagens policiais e sensacionalistas, misturadas a matérias sobre direitos do consumidor e fofocas sobre artistas, a audiência foi às alturas e chegou a ameaçar a Globo no horário das 18 horas. Dois anos depois passou a fazer a previsão do tempo de uma forma diferente, com o Feliz fazendo gracinhas, o que agradava às crianças. Até Maguila foi comentarista do telejornal.

Entre os jornalistas mais conhecidos estavam os apresentadores Ivo Morganti e Cristina Rocha, além dos repórteres Gil Gomes, Celso Russomano (que chegou a apanhar em algumas matérias e mais tarde foi eleito deputado federal) e Wagner Montes. O telejornal foi ao ar até 1997, criando vários filhotes do gênero em outras emissoras (Cidade Alerta, na Record, Brasil Urgente, na Band e 190 Urgente, na CNT).


Em março deste ano voltou a ser exibido, com o mesmo logo e música, mas um cenário e um time de apresentadores mais lights. A previsão do tempo, com Feliz, também foi mantida. Agora o jornalístico briga para recuperar o mesmo público que gosta de ver tragédia, que migrou para o Brasil Urgente. A audiência anda baixa, e tudo indica que não deva permanecer muito tempo no ar.


Um exemplo que, embora não incomode a Globo, ressurgiu das cinzas e tem se mantido no ar é o “Qual é a Música” programa de competição musical entre homens e mulheres que o homem do baú estreou em 1976. Ronnie Von foi recordista de vitórias na atração, que eternizou o maestro Zezinho e o dublador Pablo que, com borboletas ou flores desenhadas no rosto, fazia performances das músicas a serem adivinhadas.

Nos anos 1980 o “Qual é a Música” era um vício nas tardes de domingo, e as famílias apostavam em casa quem seria o vencedor. Após um longo período fora do ar, voltou em 2000, depois parou de novo e desde 2007, com os mesmíssimos quadros e uma renovada no cenário – que ainda têm um quê de anos 80 - se mantêm nas tardes dominicais essebetanas. Desses casos citados hoje, é o único que vem dando certo, embora esteja longe da popularidade que conquistou nas áureas décadas de início.


A TV brasileira precisa de boas atrações, e na falta de criatividade, é compreensível trazer de volta o que um dia agradou ao público. Mas vale a pena voltar a produzir programas que marcaram época e colocá-los na fogueira, sem atualizar o conteúdo, nem levar em conta que o que satisfazia o telespectador anos atrás pode se tornar extremamente desnecessário para quem assiste agora? Vale apenas dar uma espiadinha neles e lembrar como era sua vida, o que você fazia naquele tempo, quando a versão de sucesso era exibida.


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