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"Brega e Chique": Outro grande sucesso de Cassiano Gabus Mendes!

Por: Jonathan Pereira E-mail para contato: [email protected]

Nos anos 80, várias novelas que ambientaram suas histórias no universo da moda fizeram sucesso. O autor Cassiano Gabus Mendes era craque nesse sentido. “Plumas e Paetês” (1980), “Ti-ti-ti” (1985) e “Brega e Chique” (1987) são exemplos que deram certo por suas mãos. Como as duas primeiras foram mescladas no remake de “Ti-ti-ti” que está no ar atualmente na Globo, vamos falar sobre “Brega e Chique”.

A abertura já começou causando polêmica. O modelo Vinícius Manne aparecia andando com o bumbum à mostra, com a música “Pelado”, do Ultraje a Rigor, tocando (“Pelado, pelado, nu com a mão no bolso”). Após o primeiro capítulo, a Censura exigiu que fosse colocada uma folha de parreira para não mostrar totalmente as nádegas dele. O efeito durou poucos capítulos e logo a versão original foi liberada, sendo inclusive veiculada à tarde, quando a novela voltou ao ar no “Vale a Pena Ver de Novo”, entre 1989 e 1990.

A trama se passava em São Paulo e era protagonizada por Glória Menezes, que fazia a pobre Rosemere, e Marília Pêra, intérprete da rica Rafaela. Se você viveu essa época provavelmente vai lembrar da interpretação de Marília, que deu um show em seu retorno às novelas depois de um hiato de 13 anos (a última havia sido “Supermanoela”, de 1974). A personagem era rica, cheia de manias e futilidades e morava em uma mansão num bairro nobre de São Paulo.

As duas eram casadas com o empresário Herbert (Jorge Dória), que também atendia pelo nome de Mário Francis. Rosemere morava na periferia, para onde Rafaela se mudou após o marido simular a própria morte e fugir do país, deixando uma boa quantia de dólares para a amante e muitas dívidas para a mulher. As duas se conhecem e ficam amigas, sem imaginar que gostam do mesmo homem.

Boa parte das cenas divertidas foram entre Rafaela e Montenegro (Marco Nanini), secretário e cúmplice de Herbert. Já Rosemere balançava o coração do marceneiro Baltazar, interpretado por Dennis Carvalho. A reviravolta acontece quando Herbert retorna ao país, após uma cirurgia plástica, com o nome de Cláudio Serra (e interpretado por outro ator, Raul Cortez). Ele reencontra as ex-mulheres, uma de cada vez, e as convida para jantar, chamando-as de Alfa I (Rafaela) e Alfa II (Rosemere).

Elas finalmente descobrem seus ex-companheiros são a mesma pessoa e que existe uma terceira mulher, Zilda (Nívea Maria), a melhor amiga de Rafaela. Ele morre, dormindo, enquanto sonhava com sua verdadeira face, e as três arrumam outros homens.

Cássio Gabus Mendes destacou-se como Bruno, sobrinho de Baltazar. O personagem falava palavras erradas, como "craro" e "pobrema", o que deixava as cenas divertidas. Patrícia Pillar (Ana Cláudia), Tarcísio Filho (Teddy), Cássia Kiss (Silvana) e Tato Gabus (sempre presente nas obras do autor), como Maurício, também estavam no elenco.

Alguns efeitos especiais eram novidade na época, como o wipe, que faz com que a imagem seja varrida da tela na mudança de cena, e o filó, que dividia tela ao meio. As lentes coloridas usadas pelas protagonistas viraram febre entre as mulheres.

“Brega e Chique” teve média geral de 62 pontos em 173 capítulos, chegando a superar os índices da novela das 20h da época, “O Outro”. A versão reapresentada no “Vale a Pena” foi reduzida a 125 capítulos.

Assim como em “A Favorita” (2008), a ordem dos nomes de Marília Pêra e Glória Menezes alternava diariamente na abertura, que contou também com a participação de Doris Giesse, que anos depois ganharia o programa “Doris para Maiores”.

A novela recebeu o Troféu Imprensa e o Prêmio APCA como melhor obra do gênero em 1987, e Marília faturou também o Troféu Imprensa de Melhor Atriz. Maria Adelaide Amaral, que reescreve “Ti-ti-ti”, já manifestou a vontade de ter a atriz interpretando a personagem novamente, em uma participação especial.


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