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Armação Ilimitada marcou a década de 80!

Por: Jonathan Pereira

De tempos em tempos aparecem propostas que revolucionam a linguagem e a maneira de se fazer TV no Brasil. Entre essas quebras de parâmetros está a série Armação Ilimitada (http://www.teledramaturgia.com.br/armacao.htm), sucesso estrondoso dos anos 80, que imortalizou a dupla Juba e Lula (Kadu Moliterno e André de Biase).

O rock pesado da abertura (http://br.youtube.com/watch?v=z-maLZgPvxI&mode=related&search) já dava idéia do formato jovem do programa, que começou mensal e no ano seguinte, era quinzenal. De 1985 a 1988, 40 episódios foram ao ar.

Várias cenas de externa e de esportes radicais (em um mesmo episódio, por exemplo, nossos heróis praticavam surf, motocross e voavam de asa delta), ritmo de videoclipe e história em quadrinhos (balões, onomatopéias apareciam escritas na tela) e um texto ágil e dinâmico foram alguns pontos positivos do seriado.

A história era narrada pela DJ Black Boy (Nara Gil), que podia aparecer a qualquer momento, com sua rádio. O órfão Bacana, que acompanhava Juba e Lula em suas aventuras, era um capítulo à parte. O carisma do personagem de Jonas Torres permanece até hoje na memória dos fãs. A jornalista Zelda Scott (Andréa Beltrão) era o alvo do coração dos protagonistas. Ora estava com um, ora com outro, num triângulo que não se definia.

O chefe de Zelda no Correio do Crepúsculo (interpretado por Francisco Milani) levava tudo ao pé da letra e, sempre que aparecia (caracterizado como algo que acabara de ser falado), era garantia de muitas risadas. As paródias de filmes e séries, como Magnum e Rambo, também geravam momentos de diversão.

O primeiro episódio, Triângulo de Bermudas, mostra como eles conheceram o Bacana (http://br.youtube.com/watch?v=e3qwycehfA4&mode=related&search) e o porquê do nome Armação (http://br.youtube.com/watch?v=a0akCJ6kNF4&mode=related&search). Se fosse reprisado hoje, o texto ainda seria atual. Basta ouvir uma frase de Bacana no mesmo episódio, ao pessoal do circo: "adoro vocês, mas para ir morar em Itaporã, estudar contabilidade e trabalhar numa padaria...". A falta de perspectiva dos jovens da época com relação ao futuro e a dificuldade de arrumar um emprego mesmo estudando permanecem até hoje.

A série foi marcante para os atores e para o público. Kadu Moliterno diz que as pessoas ainda o chamam de Juba. Andréa Beltrão conta que a personagem marcou sua carreira. Já André De Biase engordou e está distante da imagem de Lula.

A dupla pretende, 20 anos depois, levar a série para o cinema, mostrando como Juba e Lula estariam hoje. Uma estratégia arriscada (com Carga Pesada deu certo, 22 depois a série voltou a ser produzida e chegou a cinco temporadas). Será necessário um bom roteiro para não decepcionar na telona a legião de fãs que viu a série, e ao mesmo tempo conquistar uma geração que não teve oportunidade de assisti-la.

Na incerteza do lançamento do filme - e como dificilmente a Globo vai reprisar a série (chegou a passar à tarde, na Sessão Aventura, em 1990) -, é possível matar a saudade com o DVD que acaba de ser lançado, reunindo 10 episódios escolhidos pelo diretor Guel Arraes – um dos poucos responsáveis pelas novidades na TV nas últimas décadas.

Agora é aguardar para ouvir o grito (e gritar novamente): JUBA E LULA, HÔÔÔ!!!


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