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A eterna namoradinha do Brasil

Por: Jonathan Pereira E-mail para contato: [email protected]

Nesses 60 anos de TV, alguns atores conquistaram títulos que carregam para o resto da vida. Hoje falaremos de Regina Duarte, que durante décadas foi chamada de "a namoradinha do Brasil". Algumas de suas personagens ficaram eternizadas na memória do público.

Os mais novos devem lembrar dela apenas como as Helenas das novelas de Manoel Carlos – personagem que assumiu em "História de Amor (1995), "Por Amor" (1997) e "Páginas da Vida" (2006). Se nos últimos anos a TV não tem lhe proporcionado papéis marcantes, no passado estão figuras que fazem parte da história da teledramaturgia.

Como a Viúva Porcina de "Roque Santeiro" (1985) que, com roupas estravagantes, fazia Sinhozinho Malta (Lima Duarte) de gato e sapato. Até seu tema musical, "Dona", do grupo Roupa Nova, traz à mente a lembrança da figura, que soltava seu grito "Miiiiiinaaaaa" (Ilva Niño), ao chamar a empregada.

Tem também a batalhadora Raquel de "Vale Tudo" (1988, está voltando ao ar no canal a cabo Viva). Ela vendia sanduíches na praia e era renegada pela filha Maria de Fátima (Glória Pires), que lhe aplicou um golpe e vendeu a casa. E ainda a sucateira Maria do Carmo de "Rainha da Sucata" (1990), dona de ferro-velho que perde tudo e tem que vender sucata na rua para sobreviver. "Seus gritos de "sucateeeeeira" ainda ecoam na cabeça de quem assistiu.

A atriz, de 63 anos, começou aos 14 no teatro, no interior de São Paulo. Como garota-propaganda apareceu em cartazes para uma campanha de sorvetes e em anúncio para a TV de uma marca de refrigeradores. Sua estreia na telinha aconteceu no ano seguinte, 1965, na novela "A Deusa Vencida", de Ivani Ribeiro. Desde então foram mais de 20 novelas e tramas inesquecíveis, como a primeira versão de "Irmãos Coragem" (1970), quando foi Ritinha.

O apelido de namoradinha veio por causa de sua personagem, Patrícia, na novela "Minha Doce Namorada" (1971). As mocinhas que viveu a seguir deram base ao título, que só começou a ficar em segundo plano quando protagonizou a série "Malu Mulher" (1979).

Duas das novelas de maior audiência da TV estão em seu currículo. Além de "Roque Santeiro", "Selva de Pedra" parou o país em 1972. Ela era Simone Marques, que fazia triângulo com Cristiano (Francisco Cuoco) e Fernanda (Dina Sfat). A trama chegou a atingir 100 pontos de audiência.

A alcunha de namoradinha não foi passada para sua filha, Gabriela Duarte, com quem trabalhou em "Por Amor" e na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (1999). Apesar de boa, talvez falte algo à Gabriela, como mais boas personagens ou carisma, para cativar os telespectadores.

Regina é bastante lembrada nesta década por ter aparecido na campanha presidencial de 2002, com um olhar bem sincero, dizendo ter "medo" de uma vitória de Lula. Não foi a primeira vez que ela militava na eleição. Em 1985, ela já tinha participado da campanha para prefeito de São Paulo, apoiando Fernando Henrique Cardoso.

Depois da rápida aparição em "Araguaia", na qual teve de aparentar mais idade, ela curte a família (três filhos e dois netos) enquanto não retorna à TV. Os telespectadores que a tem na memória esperam que sua volta seja com uma personagem tão boa quanto as citadas acima.


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