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Carga Pesada

Por: Jonathan Pereira E-mail para contato: [email protected]

Já faz 30 anos que Antônio Fagundes e Stênio Garcia deram vida a Pedro e Bino na série “Carga Pesada”. A primeira versão do programa estreou em 1979 na Globo, e nasceu graças ao sucesso do especial “Jorge, um Brasileiro”, exibido no ano anterior. Desde então, as aventuras dos dois caminhoneiros conquistaram o público.

A atração ia ao ar às terças-feiras. A fase inicial foi até 1981 e teve 54 episódios, nos quais a dupla se metia em confusões e aproveitava para denunciar as más condições das estradas brasileiras, entre outras mazelas sociais. Problemas que voltaram a ser abordados pela série a partir de 2003, quando a produção foi retomada, com os mesmos atores e dia de exibição.

Ao invés de um remake, sabiamente a Globo preferiu mostrar a vida dos personagens 22 anos depois. Pedro e Bino se reencontram e voltam a ganhar as estradas de todo o país na boleia do caminhão. Romances, dramas, aventura e comédia se intercalavam nos episódios. O programa depois passou a ser exibido nas noites de sexta-feira, e saiu do ar em setembro de 2007.

A crítica social levava os telespectadores à catarse. A dupla falava o que os brasileiros pensavam sobre corrupção, estradas ruins, problemas na saúde pública, prostituição infantil, entre outros. Mas o grande destaque foi a mensagem de amizade. Os dois não hesitavam em declarar o quanto outro era importante. Soava natural, bonito e extremamente crível.

Eles trocavam de caminhão de acordo com o patrocínio do programa. A Scania bancou 26 episódios, cedendo caminhões para uso dos personagens. Depois a Chrysler assumiu o restante dos episódios da primeira fase. Na atual, a Volkswagen lhes deu o Titan, que pegou fogo para ser substituído por outro modelo no decorrer da trama.

No início de 2007, conversei com Antônio Fagundes sobre o programa. Era nítida a animação com que falava de “Carga Pesada”. “Nem eu nem o Stênio nos conformamos com o fim da série na época porque a gente sempre achou que as histórias são infinitas. O programa tem possibilidades, até pelo fato de os heróis serem móveis, andarem pelo Brasil inteiro”, disse.

Ele contou como eram as gravações e um dos motivos das temporadas. “Um episódio leva duas semanas para ser gravado, porque é tudo em externas, com o caminhão na estrada mesmo, não é tão simples quanto entrar no estúdio e gravar”.

Parte da série foi reapresentada em aniversários da Globo. No Festival 25 Anos, em março de 1990, 5 episódios voltaram ao ar. O mesmo aconteceu cinco anos depois, no Festival 30 Anos. O tema de abertura, “Frete” era o mesmo, só que nas primeiras temporadas da nova versão, foi cantada por “Chitãozinho e Xororó”. Renato Teixeira, intérprete da música original, voltou a cantá-la (o que ficou bem melhor).

A emissora preferiu colocar os atores em novelas. Fagundes e Stênio fizeram “Duas Caras”, e desde então a produção foi interrompida. Para amenizar a saudade dos fãs, um box com 4 DVDs – um deles com episódios antigos - foi lançado. Como “Os Normais” e “A Diarista” voltam em 2010, resta a esperança de que haja uma derradeira temporada (ou várias) de “Carga Pesada”.


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