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"Eterna Magia" chega ao fim com baixa audiência

por jeferson, em 28/10/2007


Elizabeth Jhin se esqueceu de colocar alegria e humor em Eterna Magia. No início do folhetim, a autora foi muito criticada pela maneira como conduzia a sua história baseada em magia e bruxaria. O tema com o qual ela sonhava em trabalhar, com muitas referências à cultura celta, chega a ser um assunto quase alienígena no Brasil. A Globo exigiu mudanças no roteiro e muito do que Elizabeth tinha imaginado foi para o lixo. Mesmo assim, a trama não emplacou. A idealizadora da obra esqueceu-se de um detalhe importante: novela foi feita, também, para entreter.
É tanta choradeira, em todos os núcleos, com incontáveis personagens, que o sofrimento parece ter contaminado a produção. Os atores, que se viram perdidos em meio às inúmeras crises que o folhetim enfrentou e a emissora, que lamenta pela baixa audiência. Depois de estrear com 30 pontos, a média foi de tímidos 26.

Faz tempo que as tramas de época dominaram o horário das seis. E as que alcançaram resultados mais positivos foram as de Walcyr Carrasco. Ele invariavelmente temperou suas criações com uma alta dose de humor. Muitas vezes, inclusive, os personagens cômicos se transformavam no centro das atenções.

É só lembrar de Mirna ¿ interpretada por Fernanda Souza em Alma Gêmea, ou Januário, de Taumaturgo Ferreira, em O Cravo e a Rosa. São os tipos que dão a leveza que o horário pede. E, em Eterna Magia, não havia ninguém assim. O resultado é que, se a novela já tinha um tema difícil de digerir pela história sem uma pitada de graça, ficou ainda mais insossa.

A outra conseqüência é que, mais do que em outras tramas, essa teve de se apoiar em alguns poucos nomes para sobreviver. É aquele caso em que parece que a novela foi de dois ou três personagens. Ou um, já que o centro de todas as atenções foi para a vilã Zilda, de Cássia Kiss. Exagerada, caricata e carismática, era a única capaz de divertir com maldades que extrapolavam qualquer limite.

Indiscutivelmente, há outras excelentes interpretações de veteranos. Como a Loreta, de Irene Ravache e o Joaquim, de Osmar Prado. Mas para eles também sobrou lamentação demais.

Individualmente, jovens atores também tiveram boa performance. É o caso de Cauã Reymond, com Lucas, Milena Toscano, que cresceu na história com sua Elisa, e do pequeno Guillermo Hundadze, que com espontaneidade impressionante viveu Quinzinho. Mas eles ainda não têm nem idade, nem bagagem e nem tinham texto para carregar uma novela nas costas.

O triângulo central pouco convincente de Malu Mader, Maria Flor e Thiago Lacerda não é o único culpado pelo fracasso de Eterna Magia. Havia muitos atores bons no elenco que podiam levar a novela à frente. Mas todos ficaram chatos demais em uma história com a qual as pessoas não conseguem se identificar e que ainda por cima não tem senso de humor. Foram doenças, prisões, internações, maldades, traição e nenhum momento de graça. Sofrimento, mesmo na ficção, precisa ter limite.


Fonte: TV Press


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