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Autor diz que "Duas Caras" terá deputado honesto

por jeferson, em 01/09/2007


A próxima novela das oito da Globo, "Duas Caras", que estréia no dia 1º de outubro, terá um político honesto. É a maneira que o dramaturgo Aguinaldo Silva, 63, encontrou para criticar os sucessivos escândalos de corrupção que têm acontecido no país. "Ele coloca a ética e a moralidade acima de tudo, não é purista, demagogo nem corrupto."
Em "Senhora do Destino" (2004), sua última novela -que teve a maior audiência da história-, um prefeito corrupto foi apedrejado no final.

O político de "Duas Caras", cuja trama também inclui golpes de um estelionatário que faz cirurgias para mudar de fisionomia, será o deputado federal Narciso Telerman, vivido por Marcos Winter.

O ator, que é engajado politicamente e tem uma ONG de direitos humanos, ainda não teve muito contato com o personagem, mas diz ter esperanças na vida real. "Ainda quero apertar a mão de um grande presidente do Brasil, se é que ele já nasceu", diz. "Achamos que o Lula mexeria onde deveria, mas não foi bem assim."

Winter acha difícil fazer comparações entre realidade e ficção, mas afirma que os honestos existem, embora muitos entrem na política por ver a possibilidade "crescer na vida e se dar bem".

O autor diz estar frustrado com a política e com a violência. Nos últimos anos, tem passado algumas temporadas em Portugal, para onde pretende se mudar e até mesmo escrever uma novela.
Ele admite que pensou em abandonar a carreira durante uma crise pessoal e que, por conta disso, trocou a narrativa fantástica, vista em novelas como "Pedra sobre Pedra" (1992), pelo realismo. Ex-repórter policial, Aguinaldo Silva guarda jornais para escrever suas peças de ficção.

"Um político honesto é praticamente um peixe voador. Isso é realismo fantástico", brinca. "As pessoas podem dizer que isso não existe, mas eu digo que, se não existe, deveria."
Outros dois personagens não mudarão de personalidade na novela, além do político: um pastor evangélico e uma mãe-de-santo. "No meio de todas as perversões, o Aguinaldo pensa em personagens que têm saída", comenta Wolf Maya, diretor-geral da produção.

As informações são da Folha de São Paulo.


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