A eliminada comenta sobre sua participação.
A trajetória de Gizelly no ‘Big Brother Brasil’ foi marcada por altos e baixos. Todos os momentos foram vividos com a intensidade de um “furacão”, apelido que a própria participante atribuiu à sua personalidade. A insegurança no começo do programa deu lugar a uma forte aliança dentro da casa – determinada pela chegada dos participantes da casa de vidro, Ivy e Daniel – que teve seu fim decretado nas últimas semanas do BBB 20. Eliminada com 54,79% dos votos na última terça-feira, num paredão contra Babu Santana e Mari Gonzalez a poucos dias da final da temporada, Gizelly diz que o ‘Big Brother’ sempre foi um sonho: “Com três anos, quando me perguntavam o que eu queria fazer quando crescer, eu dizia: 'Aparecer na televisão'. E eu consegui realizar isso. Mas eu não imaginava ir tão longe, sempre achei que só ia durar 15 dias. Fui chegando mais e mais longe e pensando: “Meu Deus, o que está acontecendo que não tiraram essa louca daqui ainda?” E uma hora tiraram. Mas eu acho que saí de uma forma honrosa”, explica a advogada, que, na entrevista a seguir, conta um pouco mais sobre suas descobertas pessoais durante a passagem pela edição comemorativa do BBB.
Como você avalia sua trajetória no ‘Big Brother Brasil’?
Eu sou muito corajosa, mas, quando cheguei ao BBB, fiquei amedrontada. Principalmente quando o muro caiu e eu vi que a participação dos convidados era verdade. Me senti muito insegura, mas resolvi aproveitar e curtir muito as festas porque achei que no primeiro paredão eu já iria sair. Mas fui ficando, conhecendo as pessoas, depois nos identificamos na “comunidade hippie” e isso passou. Fui conversando, fazendo as minhas palhaçadas... Nunca imaginei que eu seria tão engraçada! Eu assisti ontem a alguns vídeos e me perguntei como consegui fazer tudo isso, se eu só fui eu mesma. Quando perguntam sobre o meu jogo, eu penso: “Que jogo?” O meu jogo foi ter sido Gizelly. Com uma diferença: no ano passado eu chorei duas vezes; no BBB eu chorava duas vezes por dia (risos).
O que mudou da Gizelly que entrou no BBB para a Gizelly que sai agora?
Eu achava que eu era positiva, mas lá dentro eu descobri que era super negativa (risos). Todo mundo sempre falava que eu tinha que confiar mais no meu taco. Eu era muito insegura, o tempo todo pensava na minha mãe e se eu estava orgulhando ela. Vi que preciso me valorizar mais e acreditar mais em mim mesma, ver que também sou uma boa pessoa. Saio mais confiante e valorizando ainda mais a minha família.
Você chegou ao Top 7 do BBB 20. Esperava ir tão longe?
Desde criança eu falava que queria entrar no ‘Big Brother Brasil’. Com três anos, quando me perguntavam o que eu queria fazer quando crescer, eu dizia: “aparecer na televisão”. E eu consegui realizar isso. Mas eu não imaginava ir tão longe, sempre achei que só ia durar 15 dias. Fui chegando mais e mais longe e pensando: “Meu Deus, o que está acontecendo que não tiraram essa louca daqui ainda?” E uma hora tiraram. Mas eu acho que saí de uma forma honrosa.
O que faltou para chegar à final?
Talvez acreditar mais em mim, ser mais segura e menos negativa.
Você mencionou que, no início do jogo, ficou um pouco receosa com a divisão da casa entre Pipoca e Camarote. Em que momento isso deixou de ser uma questão?
Eu achava que o povo não estava nem fazendo prova do outro lado do muro porque a gente não ouvia nada! Quando o muro caiu e eu olhei o cabelo das meninas, falei: “Marcela, estão iguais aos nossos!” (risos). Quando eu comecei a conversar com a Rafa e a Manu vi que elas eram iguais a mim. A mesma insegurança, o mesmo medo, a mesma fragilidade. Ali vi que elas eram gente como a gente, independente de terem entrado como convidadas. Nos identificamos muito. Nunca imaginei que Manu Gavassi seria uma das pessoas com quem eu teria mais troca dentro do BBB.
Logo no começo do reality, você acabou tendo uma antipatia pela Flayslane, que seguiu até os últimos dias do confinamento, quando vocês conversaram e se resolveram. O que te incomodava no jogo dela?
A mudança de comportamento. Nos primeiros dias eu andava com ela. Quando a Thelminha falou que tinha gente se fazendo, mentindo, eu comecei a observar. Um dia ela bebeu apenas uma lata e ficou muito louca, mas não tinha como, biologicamente, ela fica bêbada tão rápido. No outro dia teve um choro em que eu não vi lágrima. E um belo momento houve uma ruptura: ela parou de andar comigo e com a Marcela e começou a andar com a Mari e com a Gabi. E eu pensei: “Óbvio que ela vai querer andar com as duas, ela quer ser cantora, quer ser famosa. Eu e a Marcela somos o quê? Duas despreparadas que não entendem nada que está acontecendo”. O ápice da confusão foi quando ela cuspiu a bebida em mim na festa duas vezes e viu que eu e Prior nos beijamos para sermos os protagonistas do primeiro beijo do BBB 20. Talvez ali ela tenha começado a ter ranço de mim e eu acabei tendo ranço dela também. Era o que tinha para fazer lá dentro (risos).
Parte do público na internet shippou você e a Marcela (“Gicela”). Como enxerga a relação de vocês duas?
Eu fiquei chocada quando soube disso! (risos) Quando eu olhei para a Marcela no primeiro dia eu falei “saudade”, não falei “prazer”. Parecia que eu já conhecia ela de outras vidas, não sei explicar. Eu acho ela linda, maravilhosa, perfeita. Mas nunca teve esse negócio de atração. Ainda mais com a nossa personalidade tão diferente, não ia rolar. Ela é muito compreensiva, entende todo mundo. E eu não entendo, não. Está me fazendo raiva? Fico com ódio, não falo mais, tchau. Não vou ficar de conversinha (risos). Eu olhava com muita admiração para ela, como um exemplo de mulher para mim.
Quando ela ficou com o Daniel, você sentiu ciúmes?
Vocês já perderam a melhor amiga? Eu estava perdendo a minha, a pessoa que era o meu braço-direito na casa (risos). Quando tudo começou, só tinha eu, Marcela e Thelminha ali – a Thelminha muito confiante e eu e a Marcela morrendo de medo de tudo. Éramos nós duas juntas em tudo. Quando o Daniel entrou, esse foi o meu sentimento: perdi a minha melhor amiga. E ela sempre deixou claro que não seria assim. Eu que sempre fui muito sentimental nessas coisas de amizade.
Ficou insegura após a saída dela?
A casa no outro dia acordou vazia. Sabe quando está faltando alguma coisa? Quando eu olhava para ela, ela não precisava falar nada e já me trazia paz.
Na sua percepção, como a entrada da Ivy e do Daniel mudou a dinâmica do jogo?
Daquele momento até agora, se os dois não tivessem entrado para confirmar o que eu e Marcela estávamos falando, pode ter certeza que nós duas iríamos para todos os paredões. Porque tinham começado a duvidar da gente. Eu mesma comecei a desconfiar do que eu tinha ouvido, pensei que talvez tivesse entendido errado. Quando eles entraram me deu confiança e mostrou que eu não estava louca. Naquele momento senti todo o Brasil apoiando a nossa causa porque foram tirando todo mundo que tinha falado aquelas coisas ruins.
O que fez você se identificar tanto com eles?
Eles dois foram meus anjos da guarda e tenho uma gratidão muito grande por eles. Eu juro que não imaginava essa rejeição da Ivy aqui fora. A gente tem um lado palhaça, bobona, muito parecido. Eu olhava para ela e me via naquelas bobeiras, me identificava. E no Daniel eu via muita ingenuidade. Não tinha como ver maldade nos dois. A gente que estava lá dentro sabe disso.
Você também foi uma das pessoas mais próximas do Victor Hugo em determinado momento do jogo. O que fez vocês dois se desentenderem?
Sempre gostei muito do Victor Hugo e ele sempre gostou muito de mim. Mas eu comecei a ver ele mudando de posicionamento no jogo. Primeiro ele disse que eu era uma heroína, depois começou a questionar a forma com que a situação dos meninos foi abordada. Eu não queria ver maldade, mas percebi ele mudando de lado. Talvez eu não devesse ter gritado com ele quando o chamei de falso porque não é certo gritar assim com ninguém. Mas depois, no paredão dele, pedi perdão. E não tenho mágoa de ninguém.
Você ficou muito irritada com o castigo do monstro. Acha que isso te desestabilizou na competição?
Se me desestabilizou? Eu dei um surto louco no meio da sala, gritei e mandei todo mundo calar a boca! Eu estava doida. Alguém falou que o quarto branco era monstro, depois não era mais monstro e aquele era o meu primeiro... Fiquei irada.
Quem é a Gizelly que agora tantas pessoas conhecem?
Ser Gizelly é não ter filtro. Eu só penso e vou falando. Por isso que eu posso ter falado demais, magoado alguém. Só que aqui fora a gente não fica o tempo todo apontando o dedo para o coleguinha porque a gente tem vida, trabalha, tem celular, tem um monte de coisas para fazer. Lá a gente só fala da vida dos outros. E era a única coisa que eu podia fazer, além dos momentos de diversão. E eu não tinha ideia do que é a proporção de falar alguma coisa dentro da casa mais vigiada do Brasil.
Você se arrepende de alguma coisa?
Da língua, né? Grande! Como diz a Ivy, dava três voltas na piscina.
Quem você acha que vai ganhar o BBB 20?
Com o que eu estou vendo aqui fora, talvez a Rafa ou a Manu.
E para quem fica sua torcida?
Se for Rafa, Manu, Thelma ou Ivy eu vou ficar muito feliz, de coração. Foram pessoas que estiveram comigo o tempo todo, inclusive quando eu mais precisei.
Você chegou a dizer que talvez não tivesse mais a sua carreira como advogada aqui fora... Então quais são seus planos daqui para frente?
O presidente da associação de advogados criminalistas da qual eu faço parte lá no Espírito Santo me disse que estava torcendo por mim! E antes de entrar no programa, eu tinha sido nomeada presidente da Comissão da Jovem Advocacia do Espírito Santo. Era uma ascensão na minha carreira. E aí veio o ‘Big Brother Brasil’, um sonho em que eu me joguei. Achei que, de certa forma, tinha perdido minha carreira. Quando eu recebi a mensagem dele dizendo que o meu cargo estava lá me esperando, fiquei muito feliz! São duas coisas que eu amo: o entretenimento e a advocacia. Eu quero aproveitar as oportunidades, receber todas as propostas nas duas áreas, e continuar com o meu escritório. A advocacia é uma paixão e uma vocação minha. Também quero fazer um trabalho com mulheres vítimas de violência doméstica.
O 'BBB20' tem direção geral de Rodrigo Dourado e apresentação de Tiago Leifert. O programa vai ao ar de segunda à sábado logo após ‘Fina Estampa’ e, aos domingos, após o ‘Fantástico.’
Comunicação Globo