Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]
Uma dupla de jornalistas, com uma ex-modelo simpática e um cozinheiro bom moço, que debatem e comentam sobre tudo e todos. Esta é a fórmula do “Olha Você” de Claudete Troiano e companhia. Qualquer semelhança descarada com o “Hoje em Dia” da Record não é mera coincidência.
A idéia do SBT em lançar um programa no final da tarde para alavancar a audiência do horário nobre é extremamente inteligente. Este programa ser uma mistura de entretenimento com jornalismo é mais um acerto. Contratar bons profissionais para tocar o projeto então...Sem palavras.
Agora repetir exatamente a mesma idéia de outra emissora faz cair por terra todos os elogios iniciais. Digo isto porque o “Hoje em Dia” já apresenta um desgaste na audiência. Após três anos no ar, o telespectador demonstra sinais de cansaço deste formato que foi tão bem explorado pela Record nestes últimos tempos.
Ai então Silvio Santos resolve investir num projeto igual, que até tem o perfil para ser um guindaste e elevar a audiência da emissora, mas que por enquanto tem sido mesmo uma âncora. Ou seja, a idéia é ótima e acertada, mas está sendo colocada em prática tarde demais.
Outra observação a se fazer é a total falta de entrosamento dos seus apresentadores. Um dos grandes sucessos do “Hoje em Dia” é a visível empatia entre Brito Junior, Ana Hickmann, Chris Flores e Eduardo Guedes. A sintonia entre eles dá um tom descontraído ao programa, coisa que não acontece na versão de Silvio Santos, em que temos uma experiente Claudete Troiano comandando três outros apresentadores com muito menos talento e jogo de cintura.
Outra notável diferença é a falta de estrutura do jornalismo do SBT. Os links ao vivo apresentam problemas técnicos com freqüência e a qualidade dos jornalistas é quase universitária.
Importante valorizar dois pontos positivos do “Olha Você”: primeiramente o cenário, que é disparado o mais bonito e caprichado dos programas vespertinos; e depois o talento de Claudete Troiano, que se sobressai absurdamente aos demais.
Apesar de todas as críticas, o programa pode vingar se conseguir ficar no ar por alguns meses. Isto porque as opções do telespectador no horário são mínimas. É o famoso ditado: entre os males, o menor. Na falta de opção, fico com o menos pior, e torcendo para que os diretores de televisão nos brindem com algo mais digno de se assistir.
Política
Os roteiristas de programas humorísticos deveriam ser obrigados a assistir o Horário Eleitoral Gratuito com os candidatos as próximas eleições municipais. É cada figura, cada proposta absurda, que só dando risada mesmo...