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Cinquentinhas do Brasil

Por: Nelson Gonçalves Junior E-mail para contato: [email protected]

As últimas minisséries exibidas pela TV Globo foram caracterizadas por grande sucesso de crítica, mas índices de audiência não tão expressivos. Muitos consideram este fato o resultado de trabalhos mais elitizados e experimentais, ou seja, de difícil aceitação junto ao grande público. De qualquer forma, os projetos foram de excelente qualidade técnica, como “Som e Fúria”; e de um bom retorno comercial, como “Maysa”.

Ressaltando sempre que os números do Ibope são importantes, mas não representam tudo. É importante uma análise do perfil de quem te assiste.

Em outras palavras, às vezes você tem menos telespectadores sintonizados em um programa, mas estes consumidores formam o público alvo de determinado produto, e portanto são mais atraentes para o anunciante do que outro programa que talvez tenha mais audiência mas não tenha o público que interesse a marca em questão.

Deixando de lado estas análises teóricas, vamos aos fatos:

“Cinquentinha”, a nova aposta global, tem nomes de peso em seu elenco, um diretor famoso e experiente como Wolf Maia e um autor reconhecidamente talentoso, o sempre surpreendente Aguinaldo Silva. Fatos que por si só já chamariam a atenção do público. É aquela sensação de que “coisa boa vem por aí”.

E realmente veio.

A história se resume em contar a vida de mulheres de meia idade que não aceitam envelhecer e são reunidas quando o ex-marido, elemento comum entre elas, morre e deixa uma herança para ser disputada e dividida. Abusando da ironia e brincando com os clichês, a história tem tudo para agradar.

Interessante notar que a mesma qualidade técnica das últimas minisséries foi mantida e aliada a um roteiro mais popular, com uma linguagem muito aproximada da telenovela, formato mais do que aprovado pelo telespectador.

A aposta em seriados e minisséries parece estar cada vez mais forte e valorizada na televisão brasileira. Movimento tardio porém interessante para o mercado, vale a pena conferir.

Vai entender

A Record, que critica a metodologia do Ibope, é a mesma emissora que vangloriou em seus telejornais a vitória da estreia de “A Fazenda 2” sobre a programação dominical da Globo.

Se não bastasse isso, os diretores da emissora paulista também estão cancelando o grotesco “Geraldo Brasil”, por números inexpressivos no...Ibope.

E viva a incoerência...


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