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Daniel Filho comenta nova fase da televisão brasileira

O profissional diz que a TV “perdeu o público jovem”.

por Eri Moraes, em 17/08/2015

Numa entrevista concedida à jornalista Keila Jimenez, do portal R7, o diretor Daniel Filho afirmou que o futuro da TV ficou mais “complexo”. Aos 77 anos de idade, também falou sobre os seus novos projetos e criticou as novelas pedindo uma fuga de histórias já contadas e cenas sem sentido.

Foto: Divulgação

Em 1992, foi um dos pioneiros da produção independente ao produzir o seriado “Confissões de Adolescente”. Hoje, diz que a TV já “perdeu o público jovem” e que segue pensando em propostas para voltar a trabalhar com televisão.

“A televisão que começou a ser criada nos anos 50 demorou bastante tempo até achar o seu estilo e se consagrar. Em 1995, esse modelo começou a passar por grandes modificações com a chegada das mídias digitais. A maneira de se ver TV ficou mais complexa. Não existe mais aquele modelo de TV na sala, com a família em volta assistindo. As pessoas gostam de ver programas em celulares, nos tablets, computadores.... Então, as emissoras têm que se reinventar e evitar seguir as fórmulas que já foram muito exploradas”, explica o diretor sobre a fase que o mercado de comunicação está passando no atual momento. Porém, acredita que a TV continuará existindo mesmo com uma plataforma mais ampla de sites que oferecem conteúdo on demand como Netflix, Apple TV e outras plataformas – muitas não disponíveis no Brasil até o momento.

Sobre as novelas atuais, aponta “Sete Vidas” e “Além do Tempo” como exemplos a ser seguidos pela dramaturgia , junto com uma crítica da prioridade da produção dos folhetins em detrimento da história. “Não é preciso destruir um avião ou fazer uma grande festa no terceiro capítulo da novela ou viajar para outro país para mostrar uma produção grandiosa. As cenas têm que vir da exigência da trama e o que vejo é que muitas delas são sem sentido. Outra questão são alguns capítulos muitos longos, de mais de uma hora. Não há quem aguente”, diz Filho. O diretor também sugere às emissoras um equilíbrio bem feito entre jornalismo e entretenimento.

Sobre a última saída da Rede Globo, ocorrida às vésperas de completar 50 anos, o ex-diretor não quis dar detalhes.


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