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Carolina Kasting fala da reprise de "Coração de estudante" e sobre a família

Atualmente, a atriz está no ar na reprise de Coração de Estudante no Viva e na novela portuguesa Valor da Vida na Band

por Micael Constantino, em 26/12/2022

Carolina Kasting fala da reprise de "Coração de estudante" e sobre a família

Em entrevista a coluna da jornalista Patricia Kogut, do O Globo, a atriz Carolina Kasting fala da reprise de “Coração de estudante” (2002), exibida no Viva. Na trama, ela interpreta Mariana, uma mulher que luta contra o alcoolismo e tenta se reaproximar do filho pequeno:

— Foi um papel muito marcante na minha carreira. Falar sobre alcoolismo mexeu comigo, porque eu tive um caso na família de uma pessoa incrível que se destruiu completamente por conta disso. É um tema pesado e que conseguimos abordar de uma forma impactante na faixa das 18h. A personagem levantou discussões. Lembro de uma cena em que a vilã (Adriana Esteves) coloca álcool no suco da minha personagem durante uma festa e ela acaba fazendo um grande escândalo na frente do filho. Foi forte.

O outro trabalho em exibição é a novela portuguesa “Valor da vida” (2019), que está no ar na Band:

— Esse projeto foi uma grande aventura pessoal. Eu fui convidada para a novela e me mudei com toda a família para Lisboa. Moramos por um ano lá. Profissionalmente, foi superinteressante. Fiquei impressionada ao ver como as novelas e os atores brasileiros têm importância por lá.

Além da carreira como atriz, Carolina é artista plástica e recentemente estreou sua primeira mostra individual em São Paulo, chamada “É, sou, somos”, em que fala sobre a opressão ao corpo feminino:

— Nas artes plásticas, eu me expresso com fotografia, vídeo e escultura. A fotografia é a espinha dorsal da minha obra. E ela está muito relacionada ao corpo. Na abertura da mostra, eu fiz uma performance. O meu trabalho traz uma questão feminista e inclui todas as pessoas que se identificam como mulheres como essência. Eu estudo bastante o feminismo, principalmente o feminismo latino-americano, que busca reverter esse processo colonial e dar voz aos corpos periféricos e silenciados. Eu entendo o meu lugar de privilégio como uma mulher branca e cisgênero e, pela arte, descobri que, mesmo nessa posição, tenho um lugar de representatividade. O feminismo, ao meu ver, é para todos, para os homens também. O sistema patriarcal é destrutivo para os homens.

Mãe de uma adolescente de 17 anos, Cora, a atriz diz que tem um diálogo muito franco com a filha sobre todos os assuntos:

— A gente conversa sobre todos esses processos da vida. Você não nasce mãe, você se torna. Nem mulher você nasce. É um caminho. Na relação com a minha filha, existe esse diálogo absoluto, inclusive sobre sexualidade, já que ela está na adolescência. É preciso falar, porque senão você exila o seu filho ou sua filha de você mesma, e isso é muito triste.

Além de Cora, Carolina é mãe de Tom, de 6, ambos frutos do seu casamento com o diretor Mauricio Grecco. Ela também tem um enteado, Rafael, de 25 anos, de um relacionamento anterior do marido:

— Lá em casa, vivemos uma democracia em que todos têm voz. Não é fácil. Dá muito trabalho, mas é o único caminho possível.

Carolina e Mauricio estão casados há 23 anos. Ela ressalta que não existe segredo para um relacionamento longo:

— É preciso ter muito diálogo. Entender que a pessoa nunca vai ser aquilo que você espera que ela seja. O trabalho de uma vida é ter a liberdade de ser, estar e fazer o que quiser. E é preciso dar essa liberdade para o companheiro. Nós somos muito companheiros, fazemos tudo juntos. Um potencializa o outro.


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