
Do bairro do Barroso, em Fortaleza, para o primeiro lugar do 'Big Brother Brasil 25'. Assim como na vida, para chegar aonde queria Renata Saldanha precisou lutar muito. Tomou o julgamento de adversários sobre sua falta de posicionamento como combustível e escolheu se arriscar. Junto a sua dupla Eva, devolveu consequências para quem votava nela. Já em jogo solo, se fortaleceu com informações do público na Vitrine do Seu Fifi para enfrentar embates diretos e conseguiu agregar um grupo para avançar na disputa.
Entre ônus e bônus que colheu com essas escolhas, Renata avalia que o resultado foi positivo. "Apesar de na reta final eu ter encarado tantos paredões consecutivos, isso também me mostrou o quanto eu sou forte e corajosa para seguir lutando pelo que eu acredito, que era o objetivo de chegar à final. Graças a Deus eu consegui", vibra a grande campeã da temporada, com 51,90% dos votos.
Nesta entrevista, Renata revisita momentos marcantes dos 100 dias de confinamento, declara quem era seu maior oponente, justifica decisões que tomou para chegar à grande final e especula que características podem tê-la tornado a vencedora da edição. Ela também conta o destino do prêmio milionário que recebeu. Confira:
Você saiu vencedora do ‘BBB 25’. Que atributos te levaram a esse resultado, na sua opinião?
Difícil dizer... Mas eu acredito que muito é de quem eu sou e do que a minha história, formação e valores trouxeram para que eu tomasse decisões, para que eu tivesse determinadas posturas e enfrentasse os desafios do jogo. Por exemplo nas provas. Eu sou assim na minha vida: fisicamente, eu vou dar sempre o meu melhor. Sou competitiva, então eu quero vencer. Nos meus embates, sou uma pessoa que gosta de ter cuidado com o que fala. Então eu vou para o embate, mas sempre tento manter respeito e cuidado com o que está sendo dito. Tento trazer um sentido para aquela discussão, para que ela não seja simplesmente um bate-boca ou algo assim. Acredito que isso também acontece nas uniões, no grupo e na forma como eu lido com algumas atitudes. Aqui fora, eu sou professora, treinadora; acaba que eu lidero grupos. O que eu puder fazer para que o grupo de que eu esteja participando vá para a competição com uma vantagem ou queira vencer, eu vou fazer e ajudar com o melhor que eu puder. Então, acredito que tudo que vivi no BBB foi muito agregado à formação que eu tive através da arte, do esporte e das minhas experiências pessoais.
Quais foram os pontos altos da sua trajetória no reality?
Eu acho que o almoço do Big Fone foi importante porque ali eu estava pensando na energia da casa. A casa nos deixou acuados diante das decisões que foram tomadas e aquele momento fez com que eu refletisse sobre muitas coisas aqui de fora. E o público me ajudou me levando para o segundo momento, que foi a Vitrine do Seu Fifi, onde eu consegui visualizar como as coisas estavam acontecendo e ter força e energia para voltar para o meu maior embate, que no caso foi com a Aline, que era alguém que estava me confrontando diretamente. Ela era minha aliada, era do mesmo quarto que eu. Aquilo fez com que eu trocasse de quarto e organizasse um grupo para, inclusive, lutar e enfrentar aquele embate da forma mais inteligente que eu pude fazer, trazendo argumentos e sendo mais direta, levando sentido para a discussão. Então, acho que esses três momentos foram muito importantes. Apesar de na reta final eu ter encarado tantos paredões consecutivos, isso também me mostrou o quanto eu sou forte e corajosa para seguir lutando pelo que eu acredito, que era o objetivo de chegar à final. Graças a Deus eu consegui!
Como foi entrar no programa com a Eva e se despedir dela algumas semanas atrás, já que vocês duas seguiram jogando juntas durante todo o reality, mesmo com o fim da fase em dupla?
Nossa, foi péssimo me despedir dela. A Eva é uma pessoa com quem eu compartilho a minha vida a cada minuto – eu não me lembro de ter passado tantos dias sem conversar com ela – e que conhece genuinamente o meu coração. No jogo, é normal que desconfiem do que você passa. Mesmo que você tenha a melhor intenção do mundo, as pessoas sempre podem maldar as coisas. Ter ali uma pessoa que te aprove, que sabe de verdade como o seu coração funciona e acredita na sua intenção, é uma segurança. Ela te dá um conforto para tomadas de decisões e para as outras coisas que acontecem dentro da casa. Não ter mais essa pessoa, para mim, foi uma rasteira. Eu comecei a me questionar sobre várias atitudes, se eu tinha falado algo, se eu fui infeliz em alguma decisão. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que aqui fora ela seria abraçada pela família e que estaria torcendo por mim, que ela esperava que eu lutasse até o fim. Então eu comecei a pensar: "Nem que eu vá sozinha, eu posso ser a minoria, mas eu vou dar o meu melhor aqui em tudo que for. Seja na prova, seja na votação, nem que meu voto seja o único". No fim, a eliminação dela veio como um impulso para que eu continuasse o jogo até o final ou até onde o público me levasse.

Depois da repercussão daquele almoço do Big Fone na casa, você ficou com receio de ser mal interpretada pelos brothers. Houve mudança no seu jogo em função disso?
Na verdade, ali a gente estava tentando se defender. A gente quase foi para o paredão, só não foi por causa da imunidade. Naquela ocasião, pensamos em devolver as consequências para quem votava na gente. Uma consequência era menos grave do que ir para o paredão, porque no paredão você tem o risco de sair da casa. Mas, com a reação das pessoas, a gente deu uma recuada. E eu acho que isso se deve também a como a gente foi recebida pelas pessoas do nosso quarto, que eram em quem a gente confiou primeiramente para dividir acontecimentos da casa. A forma como elas nos receberam nos mostrou que, de fato, a gente não estava em grupo nenhum, era #teamEvaeRenata. A gente esperava, minimamente, um apoio de acordo com as nossas decisões. A Eva, nesse momento, inclusive, me deu muitos encorajamentos para continuar lutando. Deu certo. Depois, graças a Deus, tudo se encaminhou.
Alguns participantes apontaram que você e a Eva ficaram algum tempo sem se posicionar em um determinado grupo. O que pensa sobre isso? Foi uma estratégia iniciar o jogo dessa maneira?
Eu acredito que em tudo, no início, a gente está meio perdido. É normal, como em uma aula de dança: eu não vou chegar na sala de dança dando três piruetas; eu não sei, eu vou aprendendo. Para mim, era incoerente me unir a um grupo que eu não conheço ou não troquei nenhuma ideia, que eu não sabia se verdadeiramente iria me defender. Até que ponto eu poderia contar com aquele time para jogar junto? Eu sou acostumada a trabalhar em equipe. Eu sei o quanto uma equipe, quando está junta, gosta de trabalhar em equipe, está ali para o que der e vier. No começo eu não conseguia ver isso em ninguém, só na Eva. Mas é do nosso feitio se relacionar bem com todas as pessoas. Eu não queria me aliar a um grupo e perder uma conexão só porque ela era de outro quarto. Então, a gente se permitiu muito conhecer a todos. A gente tinha os nossos posicionamentos, mas eles ainda eram de uma forma global. No segundo dia de programa, nos questionaram de que grupo a gente era porque a casa já estava dividida. E eu não conseguia visualizar essa divisão! A gente continuou seguindo com o nosso coração e foi tentando criar vínculos que, de fato, eram leves e genuínos. Depois a gente foi vendo a importância que isso tinha, inclusive, para alguns benefícios dentro da casa. Quando as pessoas ganham prova, elas acabam colocando outras no VIP, escolhendo para dinâmicas, etc. E a gente começou a ver isso como forma de estar unidas a pessoas com as quais, obviamente, a gente tinha um mínimo de troca, e não porque alguém determinou. A união do nosso quarto, o Fantástico, foi natural.
Como foi vivenciar a experiência da Vitrine do Seu Fifi? Que impactos essa dinâmica teve no seu jogo e para a casa no geral?
Foi a experiência mais maluca da minha vida. Primeiro porque, quando disseram que era um desafio e que eu poderia ser eliminada, eu fiquei achando que era qualquer coisa, menos isso. Quando eu cheguei lá, que eu vi que era a Vitrine e vi a mãe da Eva, me veio a realidade. E aí me veio um pouco de tranquilidade, a calma de saber que o público estava com a gente nas nossas tomadas de decisões. Muitas coisas que a gente tinha se questionado dentro da casa o público tinha visto e tinha entendido. Isso me deu uma tranquilizada. E também me deu muita força, muita energia. Ver o carinho das pessoas, ver o estímulo, ver como elas me encorajaram para voltar com todo o gás que eu tivesse... Quando eu voltei, estava totalmente liberta de qualquer trava que tinha antes. Eu simplesmente mergulhei de cabeça e me joguei. Não me preocupei com nada, só em ser a Renata.
Na Vitrine, sua torcida chegou a dizer que você seria a favorita a vencer o programa. Acreditou que pudesse ser mesmo a preferida pelo público?
Não, eu não acreditei. Inclusive pessoas que são próximas e foram até lá me disseram que não tinha um favorito, mas que tinham pessoas com torcidas fortes. Disso eu tinha consciência. Pensei: "Então, se não tem favorito, eu vou jogar com as armas que eu tenho, com meu coração". Acho que a possibilidade de unir o grupo também me deixou empolgada para voltar, porque eu vi que o nosso grupo era muito desorganizado e eu poderia ajudar. A gente não conseguia juntar um voto para colocar alguém no paredão! Eu vi que a gente era alvo muito fácil para casa. Então eu voltei focada nisso: em trazer os meus embates, ter muita força para lutar por eles e ajudar o nosso grupo a sobreviver mais tempo no programa. Ali foi um momento em que a casa se dividiu por completo.
Você incentivou que o quarto Fantástico unisse forças mesmo depois de ter informações conflitantes sobre os integrantes do grupo, como João Pedro e João Gabriel. Como chegou a essa decisão?
Eram pessoas com quem eu estava desde o começo. Inclusive eu já tinha apontado no Sincerão da pergunta "com quem você trocaria de dupla?" o João Gabriel. Foram pessoas de quem eu gostei desde o início, tive uma troca natural, legal, leve. Seria muito incoerente da minha parte receber uma informação, olhar para a cara deles e dar tchau. Não é assim. O mínimo que eu poderia fazer era dar um retorno e aconselhá-los para que eles tomassem um direcionamento melhor no jogo. A gente era um grupo forte de prova, tínhamos também número para poder votar juntos. Fora que eu não sei simplesmente olhar e agir pelo conveniente, então eu fiz o que meu coração mandou. Eu não posso, só porque a pessoa errou, descartar, assim como aconteceu na casa com a Vitória [Strada], por exemplo. Eu estaria fazendo a mesma coisa que eu não aprovei. Então, questionei o João Gabriel sobre o que ele tinha dito, conversamos, resolvemos e isso passou.
Comparando os impactos para o seu jogo, entre o retorno da Vitrine do Seu Fifi e o retorno do almoço do Big Fone, qual foi o mais difícil? Por quê?
O da Vitrine, com certeza. Primeiro porque, querendo ou não, causa uma chateação sair da casa e ter a perspectiva de fora. Às vezes você descobre que tinha uma percepção equivocada de pessoas de que gostava muito. E eu sabia que eu ia voltar e ter que sustentar qualquer embate que eu criasse porque a casa ia fazer a mesma coisa que fez comigo no almoço: me acuar, fazer com que eu recuasse, me acusar de coisas que eu sabia que não eram realidade. Eu tinha que estar com isso muito convicto no meu coração e na minha cabeça para manter uma decisão de acordo com a minha percepção. Eu fui questionada várias vezes pela decisão de não colocar a Aline naquele primeiro paredão depois do meu retorno. Mas eu sabia que a Gracyanne [Barbosa] sairia e eu não queria que a Aline sentisse a força de ter voltado de um paredão de novo. Eu também não queria abrir o jogo, então eu tive que sustentar. Segurei a onda sabendo o que eu estava fazendo. Eu sabia que o Brasil estava vendo, então comecei a jogar assim, imaginando que o Brasil estava vendo, e torcendo para que eles estivessem vibrando com a mesma energia que eu.
Você teve embates com Aline, Joselma e Vinícius. Quem considera ter sido seu maior adversário no programa?
Eu acho que minha maior adversária no programa foi a Aline. Acredito que ela queria que eu tomasse uma decisão de acordo com o que ela achava. Quando eu cheguei na Vitrine, vi que ela tinha um pensamento equivocado sobre mim e que isso acabou dando frutos para implicâncias. E eu nunca nem tinha falado dela, preferi inclusive jogar um voto fora do que votar nela e no Vinícius. Então aquilo, para mim, estava sendo muito injusto. Tomei uma atitude que ia me expor para cumprir minha palavra e não votar nela, que era uma pessoa que eu super considerava, e ela falando de mim. Doeu no meu coração porque criei expectativa sobre uma pessoa com quem eu dividia o quarto, brincava e tinha um carinho. Quando tudo isso aconteceu, eu sabia que ela ia ser meu maior embate, até pela forma como ela lutou de volta. Eu acho que o embate do Vinícius foi muito consequente do que aconteceu com ela e das coisas que ele falou. Eu também quis trazer um pouco dessa responsabilidade para ele e para a Joselma, para não acharem que o que eles falavam estava passando despercebido pelo Brasil.
Quais são seus planos para esta nova fase da sua vida? Pretende seguir trabalhando com a Ginástica Rítmica e a dança?
É uma ótima pergunta. As pessoas me contando da torcida, o vídeo que eu vi ontem com toda a minha cidade no aterro torcendo por mim... Eu ainda não consigo imaginar e visualizar tudo isso, apesar de estar extremamente grata. Nem consegui comemorar direito ainda! (risos). Eu sempre quis melhorar a qualidade de vida da minha mãe. A gente veio de comunidade e eu sei o quanto, em alguns momentos, isso foi muito difícil, em relação a ter tranquilidade de transporte, segurança. Essa era uma coisa que eu queria deixar para minha mãe; eu queria dar muito conforto para ela. Então, quando eu entrei, tinha esse objetivo. Apesar de ter sonhos pessoais, queria melhorar a vida dela, e vai ser a primeira coisa que eu vou fazer. Eu amo muito a minha profissão de professora e de treinadora de ginástica, mas também estou aberta a iniciar novos projetos. Eu estava com um projeto com uma marca pessoal de roupas, que é um estilo que eu gosto de usar, vinculado um pouco à energia da dança, do movimento. Eu ainda preciso estudar direitinho como vai ser, mas acredito que também vou dar continuidade a projetos pessoais.
O que pretende fazer com o prêmio de campeã?
Primeiro eu tenho que limpar meu nome (risos). Eu não consigo dizer com precisão o que eu vou fazer agora porque é muito dinheiro, eu nunca nem vi a minha conta passar de seis dígitos, quanto mais de milhões. Obviamente, como já falei, vou honrar a minha família imediatamente. É o mínimo que eu posso fazer por quem me honrou a vida inteira e estava lá, inclusive, naquele gramado, torcendo e vibrando para que eu ganhasse. Junto com a Eva, eu também tinha o sonho de ajudar de alguma forma projetos sociais. O que eu puder fazer com a minha voz, com a força que eu tiver, para ajudar esse mesmo lugar de onde eu vim, eu vou fazer. Eu sei o quanto isso foi importante na minha vida e o quanto isso me agregou com valores e experiências muito edificantes. O máximo que eu puder proporcionar para outras meninas e meninos, para pessoas que acreditam na arte, no esporte, com certeza eu farei.
BBB 25 chega ao fim sem nunca ter superado a barreira dos 20 pontos de audiência na Grande São Paulo

O BBB 25 encerrou sua trajetória de forma histórica, mas não exatamente da maneira que a Globo esperava. Pela primeira vez desde a estreia do reality show, uma edição inteira não conseguiu ultrapassar a barreira dos 20 pontos de audiência na Grande São Paulo — um feito inédito em 25 temporadas.
Nem mesmo a grande final, exibida na noite desta terça-feira (22), escapou da sequência de recordes negativos. De acordo com os dados consolidados do Ibope, a consagração da dançarina Renata Saldanha como a nova milionária do Brasil, com o prêmio de R$ 2,7 milhões, registrou apenas 17,1 pontos de média.
O desempenho marca o pior índice de audiência já registrado em uma final do programa. Até então, o recorde negativo pertencia à edição de 2023, quando a vitória da médica Amanda Meirelles atingiu 19,7 pontos — e, na época, já havia surpreendido ao ser a primeira final a ficar abaixo dos 20 pontos.
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