Mulheres fazem história em transmissão da Copa do Mundo no Catar

Em um feito inédito, a televisão aberta terá mulheres narrando, comentando e participando ativamente de uma Copa do Mundo masculina. O fato histórico acontece no mesmo ano em que o Catar, país sede da competição, condenou uma mulher a cem chicotadas por denunciar um estupro.

O espaço na transmissão do futebol vem sendo conquistado por mulheres há alguns anos, que ganhou força a partir da Copa de 2018, quando os canais extintos canais Fox Sports colocaram vozes femininas para narrar em partidas de jogo.

A Globo, que até então só tinha Ana Thaís Matos no quadro de comentaristas femininas no canais fechados, colocou outras mulheres na equipe: Renata Silveira, Renata Mendonça e Natália Lara, que estão participando das transmissões este ano. As exibições ainda contam com participações especiais das jogadoras Formiga e Cristane Rozeira.

Apenas Ana Thaís viajou ao Catar, das mulheres que compõem a equipe. Em conversa para o Notícias da TV, do Uol, a jornalista explicou que ainda não sabia das roupas que teria que usar ou como se comportar: " "É um país que não valoriza as mulheres. Eu não fiz nenhuma preparação especial", afirmou.

A comentarista também destacou a importância de sua presença no evento. "Uma Copa plural, de vários rostos, de várias vozes, em um país difícil, que não enxerga as mulheres. Estou me permitindo emocionar e tentando entender o que eu vou viver, levar como mulher. Eu não posso deixar de falar desse lugar. É por isso que eu estou aqui, ser mulher me conduziu até aqui", disse.