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Ministério Público acusa Marcelo Rezende de incitação à violência

Argumento da Record sobre cobertura do Cidade Alerta não convenceu a Procuradoria.

por Sergio Gustavo, em 24/01/2016

Indicada por muitos como a cena mais chocante exibida em 2015, uma perseguição transmitida no dia 23 de junho rendeu à Record ação do Ministério Público na Justiça.

Cidade Alerta e Brasil Urgente cobriam, ao vivo, a movimentação, quando um agente da Rocam (Ronda Ostensiva com apoio de motocicletas) atirou em dois homens que estavam no chão. José Luiz Datena foi mais cuidadoso e comentou: “Não sei se os caras apontaram o revólver para o policial, não vi. Provavelmente, sim”. Em seguida, o apresentador da Band criticou a ação da polícia, tendo seu questionamento duramente criticado nas redes sociais, segundo informação do UOL. Já Marcelo Rezende não usou meias palavras, expondo, mais uma vez, a sua visão sobre o combate à criminalidade: “Se ele atirou é porque o bandido estava armado. E ele fez muito bem”.

O Ministério Público considerou o comentário do apresentador do Cidade Alerta como incitação à violência e também questionou a exibição das imagens em rede nacional, em pleno fim de tarde. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo procurou a Record antes de levar a ação à Justiça. A emissora argumentou que a transmissão era ao vivo, o que impedia prever o desfecho do caso. O MP não aceitou a explicação, alegando que a emissora assume os riscos ao colocar no ar esse tipo de movimentação. Além disso, alegou que a Record voltou a exibir reprises das imagens.

O procurador Pedro Antônio de Oliveira Machado aguarda a decisão da Justiça em aceitar ou não a sua notificação. Machado pede que a Record deixe claro que discorda do comentário de Rezende. Ele pretende que a emissora faça a sua retratação no Cidade Alerta, usando, durante dois dias, o mesmo horário em que foi transmitida a ação.


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