A Edição Especial da novela começa a ser exibida na próxima segunda (10).
De forma inesperada, o Ministério da Justiça (MJ) reclassificou nesta terça-feira (4) a novela "História de Amor" (1995), que será reprisada pela Globo a partir de segunda-feira (10) no lugar de "Cabocla" (2004) no início das tardes.
O despacho foi publicado no Diário Oficial da União após monitoramento da Coordenação de Política de Classificação Indicativa (Cocind), do Departamento de Promoção de Políticas de Justiça (DPJUS).
Segundo a decisão, a novela contém "conteúdos inconsistentes com a classificação outrora atribuída". Antes recomendada para todos os públicos, agora passa a ser não recomendada para menores de 12 anos devido a elementos como "consumo de droga lícita, ato violento, presença de sangue, agressão verbal, insinuação sexual, nudez velada e estupro".
Apesar da reclassificação, a exibição na faixa das 14h45 seguirá inalterada, mas a Globo monitorará a edição da reexibição. Recentemente, outras novelas clássicas como "Cabocla" e "Tieta" (1989) também passaram por reclassificação.
Começo de uma paixão
A protagonista Helena é uma mulher que vive às voltas com a filha Joyce, uma adolescente mimada e inconsequente, que engravida do namorado. Quando a jovem sofre um acidente, provocado pelo rapaz, Joyce é socorrida pelo médico Carlos que está a caminho da igreja para o seu casamento com Paula.
Carlos leva a adolescente para a sua clínica, os dois constroem um laço de amizade e, por meio da jovem, ele é apresentado a Helena, por quem se encanta e vice-versa. Apesar de consumar o casamento com a dondoca Paula, Carlos não tira Helena da cabeça. Mas o doutor, que sofre com a pressão da mulher, ainda precisa administrar os ataques da ex-namorada e sócia Sheila (Lilia Cabral), que faz de tudo para reconquistá-lo.
Relação conflituosa entre Joyce e os pais:
A jovem Joyce (Carla Marins), filha de Helena (Regina Duarte), engravida do namorado Caio (Ângelo Paes Leme), que, leviano e inconsequente, rejeita o filho. Além de sofrer com as irresponsabilidades do namorado, Joyce tem de enfrentar o pai, Assunção (Nuno Leal Maia), um homem conservador que não aceita o namoro da filha. Através da intensa relação – ora conflituosa, ora harmônica – entre Helena, Joyce e Assunção, a novela abordou diversas questões relativas a pais e filhos. A cena em que a jovem conta para a mãe sobre a gravidez demonstrou a forte afinidade entre as duas.
Pautas sociais
A abordagem de temas sociais, uma das marcas registradas do trabalho de Manoel Carlos, está bastante presente em História de Amor. Por meio da personagem Marta (Bia Nunes), vizinha e comadre de Helena, que luta contra um câncer de mama, a novela reforçou as campanhas de prevenção e conscientização.
Enquanto a obra esteve no ar, registrou-se o aumento no número de exames preventivos pelo Instituto Nacional do Câncer. Manoel Carlos considerou importante tratar do câncer de mama no horário das 18h, dominado pelo público feminino.
A partir da personagem Mariana (Monique Curi), o autor também abordou o drama de mulheres que têm dificuldades para engravidar, apesar de não serem estéreis.
Já o personagem Assunção (Nuno Leal Maia) fica paraplégico após um acidente de carro, recuperando a vontade de viver através do esporte. Pelé, que na época era Ministro do Esporte, participou da trama sendo entrevistado por Assunção, já famoso em seu programa esportivo.
Autoria: Manoel Carlos | Colaboração: Elizabeth Jhin, Marcus Toledo e Maria Carolina | Direção: Ricardo Waddington, Roberto Naar e Alexandre Avancini | Direção Geral: Ricardo Waddington | Período de exibição: 03/07/1995 – 01/03/1996 | Horário: 18h | Nº de capítulos: 209