
Marcos Palmeira, nome historicamente ligado a obras de Benedito Ruy Barbosa e com a rara distinção de ter atuado nas duas versões de "Pantanal" (1990 e 2022), foi o convidado do sexto episódio do videocast "Novelão", apresentado por Anna Luiza Santiago. Na conversa, o ator ofereceu uma análise profunda sobre o sucesso duradouro da trama original e de seu remake.
Para Palmeira, a genialidade de Benedito reside na sua capacidade de captar a essência do país. "Benedito fala do Brasil profundo. Mostra a simplicidade, as relações verdadeiras, a humanização do homem do campo. É um poeta, de certa forma. São personagens com que você cruza quando viaja para o interior. Ele consegue atingir o coração das pessoas", afirmou o ator, declarando sua admiração. "Eu sou fã. Se pudesse fazer mais novelas dele, faria". Além de "Pantanal", Palmeira reforçou seu elo com o autor ao participar também das duas versões de "Renascer" e expressou o desejo de integrar o elenco de mais um futuro remake: "O Rei do Gado".
Ainda relembrando trabalhos marcantes, Palmeira abordou a novela "Amazônia", que fez na Manchete logo após o sucesso estrondoso de "Pantanal", entre 1991 e 1992. Na trama de Jorge Duran, ele interpretava Lúcio, que encontrava a personagem de Cristiana Oliveira (Milla, sua colega de "Pantanal") e passava a ter visões de uma paixão em encarnação passada. Apesar da premissa, "Amazônia" não decolou. "Era uma novela de circuito interno. Ninguém viu", comentou Palmeira, classificando-a como um "fracasso gigante", mesmo contando com um elenco "muito bom" em que ele vivia seu primeiro protagonista.
O ator relembrou uma situação delicada que viveu na época do insucesso. "Quando você faz sucesso, todo mundo divide esse sucesso. Quando você faz fracasso, a tendência é apontar alguém que está fracassando", observou. Ele revelou que foi procurado com a insinuação de que "não estava tendo comportamento de protagonista". Palmeira reagiu pensando: "Opa, não posso cair nessa cilada. Estou ali como todo mundo, fazendo o melhor possível". Ele concluiu: "Nunca comprei essa briga", ressaltando que, "acho que estou falando pela primeira vez" sobre essa tentativa de culpá-lo diretamente pelo fracasso da produção.
O videocast "Novelão" sobre "Pantanal" também contou com a participação de Cristiana Oliveira, a eterna Juma da versão de 1990, e Isabel Teixeira, que interpretou Maria Bruaca no remake de 2022, agregando diferentes perspectivas sobre a obra.
Em outra frente de trabalho, Marcos Palmeira está envolvido com um projeto documental que será exibido em breve na TV Cultura. O ator é o guia do longa-metragem "A Era dos Humanos", que faz uma viagem pelo Brasil, explorando elementos como ar, fogo, água e terra, com o objetivo de analisar como os pensamentos, intuições, emoções e sentidos humanos se relacionam e influenciam as mudanças climáticas. Produzido pelo Grupo Storm e dirigido por Iara Cardoso, o filme já acumula reconhecimento internacional, tendo sido a primeira produção brasileira a vencer na categoria de Melhor Documentário no London International Film Festival, além de 22 exibições em outros festivais nacionais e internacionais. "A Era dos Humanos" vai ao ar na TV Cultura neste domingo, 27 de abril, às 22h.
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