Kênia Bárbara comemora sucesso de sua personagem em "Amor Perfeito"

A pouca idade pode não deixar aparentar, mas a mineira Kênia Bárbara, de 33 anos, já soma 25 anos de carreira desde que se iniciou no teatro, no final dos anos 1990. E também conta com algumas participações no audiovisual, como na novela Fina Estampa, de 2011. Mas é em Amor Perfeito, atual da faixa das 6, que a atriz encara sua primeira personagem central no circuito da teledramaturgia.

Kênia dá vida a Lucília, uma fotógrafa que chegou à cidade de São Jacinto para se aproximar do primo, Orlando (Diogo Almeida), por quem sempre nutriu sentimentos românticos. Mas, apesar da paixão, a residência nova tem um objetivo maior ainda: honrar o legado da família.

Décadas atrás, o tio dela, Virgílio Lopes (Christovam Neto), pai de Orlando, foi sócio de Leonel (Paulo Gorgulho) no Grande Hotel, mas a parceria acabou de forma infeliz, com o primeiro sendo escorraçado da cidade, após uma acusação de tentativa de roubo.

Agora, Lucília cobra do primo uma atitude para limpar o nome da família e ter direito ao que é deles. E, para isso, ela pode juntar o útil ao agradável, já que o grande amor de Orlando, Marê (Camila Queiroz), vem a ser filha de Leonel. E a heroína da história, por sua vez, não sabe da relação do amado com o rival da família dela.

"Acho massa, pra mim, como atriz, fazer uma personagem vilã, que começou no início aparecendo pouco, e, agora, ela chega, literalmente, chegando. Justamente para movimentar. E que bom que isso está acontecendo, porque era essa a intenção: ela trazer um pouco de conflito e mexer com vários núcleos, provocando esse movimento do novo. Fico muito feliz!"

Vilã

"Ela tem uma ética dela. Ela sempre foi muito família. Cuidou do tio, do primo, perdeu os pais muito nova. Ela tem isso da mulher preta acolhedora, de cuidar de todo mundo. E como ela tem esse amor forte pelos dois, acha injusta essa acusação contra o tio. Então, isso vira o objetivo da vida dela. E ela também acha muito injusto, com razão, acredito, ela e Orlando não terem tido uma vida como poderiam ter tido, se o Leonel Rubião tivesse acusado o tio dela. Acho bonita essa ética dela de defender a família a todo custo. Quer dizer, defender a família, a parte do ‘a todo custo’ que é complicado. Acho que ela é mais uma anti-heroína, porque, diferentemente da Gilda (Mariana Ximenes), não acho que ela seja capaz de matar uma pessoa."

Representatividade

"Cara, é até difícil falar sobre isso, porque é uma coisa que não se espera, não é? E, quando acontece, a gente fica: ‘Uau, está acontecendo!’. E fazer parte disso, pra mim, é um grande orgulho e honra. E espero que seja um caminho de início, que venham outras. É sobre a gente querer mostrar personagens feitos por atores e atrizes negras, vivendo outros tipos de histórias. Ampliando nossa narrativa. Porque somos plurais. Temos que parar com esses caminhos estereotipados que sempre seguimos em relação às personagens pretas. Espero que seja um caminho de renovação neste sentido."

Primeira vez no elenco de uma novela

"Está sendo uma descoberta, porque é minha primeira vez em um elenco fixo. E tem sido uma descoberta muito prazerosa! E cansativa (risos)! Porque fazer novela é cansativo. Ficamos muitas horas no trabalho, é muito texto para decorar. Minha personagem tem um crescente, então, gravo de segunda a sábado. Mas tenho aproveitado isso para aprender a fazer novela. Observo meus amigos de elenco, a galera da técnica, como o diretor fala, os termos que são usadas, o tempo de novela. E, também, essa relação de retorno imediato do público."

Reação do público

"O ódio pela Lucília (risos)! Que ela causa muito ranço nas pessoas. E que bom que o objetivo está sendo alcançado, porque, afinal de contas, ela vem justamente para prejudicar a vida da protagonista da história."