Nos 50 anos da Globo, homenagem ao jornalismo também é registrada pela GloboNews.
O primeiro telejornal do país não poderia ficar de fora das comemorações de 50 anos da Globo. Para isso, o ‘Jornal Nacional’ exibe, a partir de segunda-feira, dia 20, uma série sobre grandes reportagens e coberturas jornalísticas da Globo, nas últimas cinco décadas. Conduzido por William Bonner, o especial reúne, em uma mesa redonda, grandes jornalistas da emissora: Glória Maria, Pedro Bial, Sandra Passarinho, Tino Marcos, Fátima Bernardes, Heraldo Pereira, Marcelo Canellas, Caco Barcellos, Ernesto Paglia, Galvão Bueno, Chico José, André Luiz Azevedo, Renato Machado, Ilze Scamparini, Luís Fernando Silva Pinto e Orlando Moreira. A GloboNews acompanhou os bastidores e a expectativa dos 16 profissionais para o encontro e mostra o resultado no ‘GloboNews Documento – 50 anos de TV Globo: o Reencontro’, no dia 25, às 21h05.
Com cinco episódios, divididos por décadas, a série relembra os principais acontecimentos no Brasil e no mundo por meio do olhar de quem fez a notícia. Nela, é possível ver, passo a passo, a construção do jornalismo televisivo no Brasil. Os jornalistas falam dos momentos marcantes de suas carreiras, dos colegas de profissão, das dificuldades e desafios para que cada história pudesse ser contatada em detalhes ao público.
O primeiro episódio, que retrata a década de 1965 a 1974, traz vídeos da construção da Globo, a grande enchente de 1966 no Rio de Janeiro e a primeira grande cobertura do ‘Jornal Nacional’: a chegada do homem à Lua, em reportagem de Hilton Gomes. Os jornalistas também falam sobre o desafio de se fazer um telejornal em plena ditadura e com tantas restrições impostas pelo então governo. Foi quando o jornalismo internacional ganhou destaque nas TV, com os episódios como o Setembro Negro, o atentado durante os Jogos Olímpicos de Munique, o escândalo de Watergate e a renúncia do presidente americano Richard Nixon. No episódio, Sandra Passarinho é homenageada pelos colegas que relembram sua grande cobertura da Revolução dos Cravos, em Portugal em 1974.
Na década de 1975 a 1984 são lembrados momentos trágicos como o incêndio do Edifício Andraus, em São Paulo, e a queda do viaduto Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. O episódio mostra ainda o movimento das Diretas Já, com jornalistas nas ruas cobrindo as manifestações populares.
O terceiro episódio começa com uma comemoração: o Brasil finalmente começa a (re)conhecer a democracia, com Trancredo Neves assumindo a Presidência da República, em 1985. A década até 1994 foi marcada por importantes fatos políticos, não só no Brasil. O jornalismo da Globo mostrou em suas coberturas momentos como o fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, além da primeira eleição direta para Presidente da República, celebrada em todo o Brasil. Foi em 1992 que os olhos do mundo se viraram para o meio ambiente e para o nosso país com a Eco 92. O esporte também ganha destaque com os Jogos Olímpicos de Barcelona e a conquista de medalhas para o país. Dois anos depois, o mundo chora a morte de Ayrton Senna e o Brasil enfrenta a inflação, o congelamento das poupanças e a instituição do Plano Real.
No período de 1995 a 2004, o jornalismo perde dois grandes nomes: Roberto Marinho e Tim Lopes. O esporte teve duas Copas do Mundo, com uma derrota em 1998 e a vitória em 2002. Luiz Estevão e o juiz Nicolau dos Santos Neto preenchem as manchetes com escândalos de corrupção. Esse também foi um período marcado por desastres naturais com furacões, terremotos e tsunamis que chocaram o mundo e devastaram países.
Para fechar a série, os anos de 2005 a 2014 começam com a morte do Papa João Paulo II e uma ampla cobertura da Globo durante a despedida do pontífice no conclave, que apresentaria um novo líder da Igreja Católica após 27 anos. O escândalo do mensalão é exibido para todo o país em reportagens e os EUA elegem Barak Obama, primeiro presidente negro da história. A tomada do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, dá um Emmy ao ‘Jornal Nacional’ pela ampla cobertura realizada. O incêndio da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, choca o país e o povo volta às ruas em 2013 para protestar sobre o aumento de tarifas no transporte público. O Brasil sedia pela primeira vez uma Copa do Mundo e a eleição presidencial de 2014 entra para a história como a mais acirrada de todos os tempos.
O Reencontro
A GloboNews registrou a chegada dos correspondentes André Luiz Azevedo, de Portugal; Ilze Scamparine, da Itália; Luís Fernando Silva Pinto e Orlando Moreira, dos Estados Unidos; e Renato Machado, de Londres, ao aeroporto do Rio de Janeiro, e acompanhou a ida dos jornalistas até o Projac, onde a gravação da série do ‘JN’ aconteceu. O canal de notícias captou também todos os momentos do encontro com os jornalistas do Brasil. Entre eles, repórteres, correspondentes, apresentadores, narrador e cinegrafista, todos com muita história para lembrar e contar.
“Pouco espaço para muito ego”, define Pedro Bial em tom de brincadeira. E as lembranças são não apenas dos fatos históricos, mas das coberturas que eles fizeram desses grandes acontecimentos. “Que vivemos, mas que nunca contamos no ar”, explica Fátima Bernardes. “Um mosaico humano do que é fazer telejornalismo nesses 50 anos da Globo”, define o mediador do encontro William Bonner.
Entre os assuntos mais falados estão o medo que sentiram em algumas situações, os desafios que enfrentaram em tantas outras e a revolução tecnológica que presenciaram ao longo dos anos. Caco Barcellos explica que “o medo não é da morte, mas de não realizar o próximo trabalho”. “A melhor pauta do mundo é sempre a próxima, que você ainda não fez”, brinca o repórter. Responsável pela cobertura da Guerra da Nicarágua, em El Salvador, em 1983, Renato Machado reflete sobre o medo dizendo que eles “não tinham consciência dos perigos que corriam em uma cobertura de guerra”. Pedro Bial confirma, dizendo que jornalistas trabalham sempre em uma situação limite. Ele foi à Sibélia para gravar um ‘Globo Repórter’ e acabou testemunhando o fim da União Soviética, uma das coberturas mais lembradas da sua trajetória. Sandra Passarinho, a primeira correspondente da Globo na Europa, explica que nessa época cabia ao correspondente a missão de falar sobre o que não podia ser dito por aqui, já que o Brasil vivia sob o regime ditatorial.
Gloria Maria conta que ainda era estagiária quando, em 1971, coube a ela a missão de cobrir o desabamento do viaduto sobre a Avenida Paulo de Frontin e que essa foi a primeira noção que ela teve do que é o jornalismo. Mas ela destaca a posse do presidente americano democrata Jimmy Carter, a sua primeira cobertura internacional, como a mais marcante da sua carreira. E ressalta a importância da sorte nessa profissão, lembrando o furo de reportagem que conseguiu ao entrevistar a filha do presidente norte-americano recém-eleito. Ilze Scamparini, a primeira vídeo repórter da Globo, revela que, desde 1995, faz matérias usando câmeras pequenas. Enquanto Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico da Globo, que começou a trabalhar para a emissora antes mesmo dela entrar no ar, lembra que “estava no lugar certo, na hora certa”. São deles as primeiras imagens exclusivas dos destroços do World Trade Center, em Nova York, após os atentados de 11 de setembro de 2001. André Luiz Azevedo se emociona ao lembrar da última matéria que fez com Tim Lopes para o ‘JN’, sobre uma clínica de recuperação de drogados que usava a religião, enquanto Ernesto Paglia conta histórias engraçadas como a do terremoto que presenciou em Tóquio, no Japão, assim que chegaram ao hotel, após quase 30 horas de vôo.
A série do ‘Jornal Nacional’ vai ao ar de 20 a 25 de abril, logo após a novela 'Alto Astral'. E o ‘GloboNews Documento – 50 anos de TV Globo: o Reencontro’, com os bastidores desse grande encontro, vai ao ar no sábado, dia 25, às 21h05, na GloboNews.