Jonathan Haagensen fala da volta às novelas em 'Vai na fé' e de participação na primeira temporada de A Fazenda : 'Impactou minha carreira'
Dedicado ao cinema e às séries há mais de uma década, Jonathan Haagensen voltará a fazer uma novela depois de 15 anos: "Vai na fé", próxima trama das 19h da Globo. O último trabalho no gênero tinha sido “Os Mutantes: Caminhos do coração”, da Record, em 2008. Agora, ele interpretará Orfeu, um homem que cumpriu pena por tráficos de drogas e, ao recuperar a liberdade, tentou levar uma vida honesta, mas não conseguiu e se envolveu em negócios ilícitos, segundo informações da jornalista Patricia Kogut, do O Globo.
O ator se diz animado com o trabalho:
— Vai ser mais uma possibilidade de fazer esse exercício que é uma novela. Eu não fiz tantas, estou muito entusiasmado com o desafio. Além disso, é um reencontro com a Rosane Svartman (a autora), que eu conheci ainda na adolescência, quando entrei para o Grupo Nós do Morro (ela foi uma das criadoras do núcleo de cinema do grupo). Sou um grande admirador dos trabalhos dela. A Rosane tem um olhar para a diversidade e traz protagonismo para as famílias pretas, tão pouco representadas no audiovisual.
Ele adianta o que o público pode esperar do seu personagem:
— O Orfeu é um cara muito ambicioso e fará várias armações e vilanias ao lado do Theo (Emilio Dantas), que é o seu sócio. A diferença entre os dois é que o Theo sempre teve tudo fácil na vida, enquanto que, para o Orfeu, tudo sempre foi muito difícil.
A carreira de Haagensen como ator ganhou impulso após a sua participação no longa “Cidade de Deus” – que completou 20 anos em 2022. Assim como dois colegas de elenco na produção, Babu Santana e Douglas Silva, ele aceitou um convite para participar de um reality show e fez parte da primeira edição de “A fazenda”, da Record.
— Eu acho que a gente tem uma sociedade muito imatura com relação a reality show. Isso vem melhorando, mas na época era muito forte. Eu havia acabado de fazer “Os mutantes”, e eles me chamaram para o programa. Eu encarei como mais um trabalho. Mas é inegável que a participação impactou a minha carreira, assim como impactou uma geração inteira de artistas — avalia.
Ele acrescenta que o preconceito existente na sociedade também afetou o seu trabalho, mesmo tendo no currículo projetos de grande sucesso, como o próprio “Cidade de Deus” e a série “Cidade dos homens”:
—Temos visto avanços em relação à diversidade, mas é preciso ainda caminhar muito. Existe uma cultura de excepcionalismo para os profissionais negros. Se você não é uma superestrela como o Pelé ou o Lázaro Ramos, as portas nem sempre se abrem e você precisa ficar provando o seu valor.