Os personagens são transportados para a década de 1930.
‘Filhos da Pátria’ é uma trama cheia de humor e, nesta segunda temporada que estreia ainda este ano, os personagens — que agora são transportados para a década de 1930 — têm suas personalidades com características ainda mais definidas. Caracterização e figurino são duas das muitas formas de expressão de arte da série que ajudam a contar a história, mostrando a essência de cada personagem. Segundo Paula Carneiro, figurinista desta temporada, os trajes levantam curiosidades sobre as formas da época e também revelam as influências dos estilos e a distinção social do Rio de Janeiro pós-Belle Époque: um período em que as mulheres se enfeitavam com chapéus e luvas, e os homens estavam sempre bem vestidos, com paletós. “Pensamos em um figurino que serve à história e que se enquadra a esse texto de comédia. Levamos em conta o cotidiano, o que aqueles homens e mulheres usavam em seu dia a dia”, revela.
Para o Geraldo (Alexandre Nero), os ternos, que são quase dois números maior que seu manequim original, foram desconstruídos, retirando as ombreiras. “Queríamos dar a ele uma postura mais caída, acompanhando o que Alexandre Nero faz em sua interpretação”, descreve Paula. Para Maria Teresa (Fernanda Torres), a figurinista brinca com as cores, enquanto Geraldinho (Johnny Massaro) veste basicamente camiseta, suspensório e calças compridas. Já Catarina (Lara Tremouroux) é quase uma contemporânea para o período, com casacos compridos, bordados, texturas. “Ela é uma personagem pra frente, uma explosão, quase um editorial de moda”, conta a figurinista. Já os trajes de Pacheco, personagem de Matheus Nachtergaele, lembram os de um lorde inglês. “Ele está sempre impecavelmente bem vestido. Utiliza estampas xadrez, príncipe de gales e espinha de peixe e os tecidos de suas roupas são nobres, com um pouco mais de cor”, fala.
Os novos episódios de ‘Filhos da Pátria’ se passa em um período em que o estilo formal ainda dominava a moda masculina de ricos ou pobres e o que mais diferenciava as classes sociais era a qualidade dos tecidos. Os militares também tiveram muita influência no período. “Para eles, seguimos as referências de cores e formas das fardas dos homens que chegaram com Getúlio, no início da década”, conta Paula.
Assim como acontece no figurino, a caracterização aprofunda os traços psicológicos dos personagens e cria padrões de representação das características comuns à época. “De uma forma geral, a maquiagem é mais natural. Ousamos um pouco durante a gravação das cenas do carnaval, tanto nos cabelos quanto nas cores da maquiagem”, explica Rubens Libório, caracterizador desta segunda temporada. Segundo ele os cabelos das mulheres têm ondas, como as usadas na época. “Para o Geraldo, dividimos o cabelo ao meio e ele tem bigode. Como está sempre com medo de tudo, Geraldo transpira muito. Ficou um pouco Chaplin, bem engraçado”, detalha.
‘Filhos da Pátria’ é escrita e criada por Bruno Mazzeo, tem direção artística de Felipe Joffily e direção geral de Henrique Sauer. A segunda temporada da série estreia ainda este semestre.