RedeTV! também faz parte da fusão entre emissoras de TV aberta que é combatida pela TV por assinatura.
A visita de Sílvio Santos a Edir Macedo no Templo de Salomão, empreendimento do líder da Igreja Universal em São Paulo, deixou no ar um ar de mistério. Mas a parceria entre eles já era anterior ao tão comentado encontro. Amílcare Dallevo e Marcelo de Carvalho, proprietários da RedeTV!, também fazem parte desse negócio. A sociedade entre as três emissoras tem o intuito de negociar de forma mais lucrativa o sinal das três redes com as operadoras de TV por assinatura. Record, SBT e RedeTV! entraram com o pedido de criação de uma empresa unindo as três em julho, junto ao Cade. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão federal responsável por analisar e autorizar - ou não - fusões empresariais. não viu com bons olhos a fusão.
A ideia de unir as empresas também não foi bem vista pelo mercado de comunicação. SKY, NET, Telefônica e mais duas associações do setor reuniram documentos e apresentaram ao cade de forma a explicar o potencial negativo da joint venture. Entre os argumentos, o grupo acredita que a fusão poderá gerar a "ocorrência de condutas abusivas" e "anticompetitivas".
Dallevo deu a sua visão da polêmica gerada em torno da união das três emissoras. "Não é justo as multinacionais pagarem para empresas estrangeiras, como HBO e Discovery, e não pagarem para a gente, que gera milhares de empregos e arrecada impostos no Brasil. Não é justo o assinante pagar pela programação e não darem um centavo para a gente, que investe na produção de 15, 16 horas de conteúdo por dia", disse ele ao jornalista Daniel Castro (UOL).
Ainda segundo Dallevo, a união com as concorrentes vai reduzir consideravelmente o número de horas que a RedeTV! dedica à programação evangélica. "Com o dinheiro, vamos investir mais em jornalismo e dramaturgia", avisou ele.
Os argumentos e contrargumentos ainda devem durar meses até que o órgão do governo federal dê o seu veredito. Um dos mais recentes casos de joint venture no Brasil envolveu Itaú e Unibanco. Mas há uma grande diferença entre a fusão de bancos e aquela entre empresas de comunicação, embora ambos os casos envolvam a concessão pública e os deveres a partir disso.