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Em nova temporada, Profissão Repórter destaca as transformações do jornalismo

Caco Barcellos comanda equipe de oito repórteres.

por Redação, em 21/04/2018

Foto: Divulgação/TV Globo

Desde que o formato foi criado, ainda como um quadro dentro do ‘Fantástico’, em 2006, o Profissão Repórter vem surpreendendo o público com reportagens sobre os mais diversos temas, sempre com o intuito de mostrar os diferentes pontos de vista daquelas histórias, com um olhar que vai além da cobertura factual e com destaque para o trabalho do repórter, com tudo o que encara física e emocionalmente – e que fica nos bastidores -, para entregar a notícia da melhor forma ao espectador. O ofício continua em 2018. E, a partir do dia 25 de abril, Caco Barcellos e sua equipe chegam para uma nova temporada, com a expectativa e o desafio de “trazer histórias originais em uma rua que está polarizada, violenta”, explica o experiente jornalista, enfático ao dizer que o momento atual carece, cada vez mais, do trabalho de repórteres comprometidos com o fazer jornalístico. “Nunca a reportagem foi tão valiosa, ela é a certeza para o público de que aquilo é verdade. Não tem coisa mais segura do que reportagem para combater as fake news. E quando a gente abre os nossos bastidores, a gente mostra que está ali no meio de tudo, que é real”, avalia.

Estar na rua é a essência do jornalismo e, consequentemente, do programa. “A gente tem o perfil de acompanhar nossos entrevistados por muito tempo, temos a oportunidade de conviver com eles; então, criamos uma relação de empatia”, explica Eliana Scardovelli, repórter há oito anos na atração. Esse tipo de aproximação é estampado nas reportagens, quando, por vezes, a equipe se rende aos sentimentos, algo que não é condenado pelo comandante do time. “O risco da emoção não é negativo, desde que você não perca o seu bom senso, o juízo. Mesmo vendo alguém sofrer, você continua fazendo o trabalho. Se o sentimento de indignação aparecer, é mais um motivo para seguir com a pauta”, pontua Caco.

Colocar os próprios sentimentos e questionamentos em exposição acaba sendo uma novidade para quem passa a integrar o programa. Há quase três anos na equipe do ‘Profissão Repórter’, Erik Von Poser vê esse processo como um grande aprendizado. “Eu trabalhava em produtora com edição, câmera, roteiro, mas sempre em contexto mais institucional. Antes, eu tinha de lidar com a parte técnica; agora, tenho de lidar com exposição e com a maneira como eu vou expor determinadas histórias e ideias. Isso teve um impacto muito grande na minha vida profissional e pessoal. Aqui, a gente se coloca em situações que expõem muito o nosso lado humano”, afirma o repórter. 

Esse aprendizado aparece também de outras formas para os colegas, como é o caso de Nathalia Tavolieri, que encara agora sua segunda temporada no ‘Profissão’. “Fazer tudo sozinha me deu outra perspectiva até do que é reportagem mesmo. A gente tem que prestar atenção na câmera, na luz, no áudio, pensar nas perguntas, aguardar o momento certo de fazê-las.” Mesmo já tendo uma experiência no jornalismo antes de entrar no programa, a jovem considera que “era muito afobada” em suas primeiras pautas: “Eu chegava à casa dos entrevistados e já perguntava tudo o que queria perguntar. Aí, me deram dicas, explicaram que é preciso ir com mais calma, ganhar a confiança das pessoas.”

Foto: Divulgação/Globo

O amadurecimento, ao longo dos anos, não é algo exclusivo aos jornalistas que passam pelo programa, é algo que também chega à própria profissão. Em 12 anos, as mudanças na comunicação fizeram com que até Caco Barcellos absorvesse as novidades como ferramentas para aprimorar o ‘Profissão Repórter’. “Estamos convivendo com essa revolução digital e o jornalismo mudou em função disso, exatamente no momento em que fazemos. Então é muito bacana viver isso com os jovens, que se adaptam com mais facilidade às novas tecnologias. Essa câmera virada para o repórter não era algo que se usava; os jovens inventaram uma extensão que permitia que filmassem eles mesmos, ampliando a visão da reportagem”, completa.

As novas possibilidades surgiram também em outras plataformas. Em reportagens que integram o site do programa, Sara Pavani, que chegou há seis meses à equipe, destaca os caminhos que estão sendo traçados nessa seara. “O ‘Profissão’ já tem um formato muito diferente e, na internet, a gente tem a missão de conversar com o público, utilizando novos recursos e novas linguagens. A gente fez um #tbt, para recontar as histórias do programa e conectá-lo às redes sociais. Também temos o desafio de transformar o conteúdo que não foi para o ar e que é bastante interessante em algo para a internet”, explica a profissional. 

É essa mesma internet que torna tudo muito rápido quando o assunto é notícia. Todos estão conectados, têm câmeras, têm mais facilidade para disseminar uma história. Guilherme Belarmino, há quatro anos no programa, acredita que isso acaba sendo até um aliado do ‘Profissão Repórter’. “A gente tem, além da obrigação de noticiar, a obrigação também de contextualizar para as pessoas todos os lados que as notícias têm”, reforça. 

E o trabalho não para. Prestes a voltar às telas, o programa já tem, para este ano, mais de 20 pautas em produção; visitas a 15 cidades e dois países; e vai contar com um novo integrante, Julio Molica. “Sempre gostei muito do programa, já tem um tempo que quero fazer parte dele. O ‘Profissão’ tem todas as características do trabalho que tenho exercido, com profissionais que têm visão documental para as pautas”, comemora Molica, que tem 11 anos de experiência na Globo News. A colega Danielle Zampollo, com cinco anos de experiência na atração, divide com ele uma dica valiosa: “Uma coisa que o Caco sempre fala é que a gente tem que ser persistente na pauta, na gravação, na rua. Muitas vezes, você chega ao lugar e não encontra o que está procurando imediatamente, vai ter de passar horas ou até dias ali, sempre atrás da melhor história.”

Mayara Teixeira, com quatro anos de trabalho no programa, enxerga mais um desafio neste ano. “Nas nossas reuniões de pauta, a gente brinca que já fizemos tudo, afinal, são 11 anos, toda semana, com cerca de 30 minutos de reportagens no ar. A expectativa para essa temporada é mostrar como é possível pensar a realidade e o mundo sob novas perspectivas, como é falar de um jeito diferente dos assuntos que sempre tratamos”, define.

No período que antecede a volta às telas, a equipe tem aproveitado para produzir conteúdos de imersão, reportagens de fôlego. “A gente trabalha da mesma forma, mas com um fator de dificuldade a mais: a gente precisa pensar num trabalho que sobreviva até o momento de ir para o ar. Então, quando acontece algo em janeiro, por exemplo, temos de quebrar a cabeça para encontrar um recorte para mostrar aquela história de alguma forma, sem ficar velho, como foi o caso da Boate Kiss, em 2013”, relembra Estevan Muniz, integrante do ‘Profissão’ há quatro anos.

As histórias não param de chegar, as notícias seguem em ebulição e as possibilidades de mostrá-las se multiplicam, sempre sob o olhar atento de Caco Barcellos, Eliane Scardovelli, Estevan Muniz, Erik von Poser, Danielle Zampollo, Mayara Teixeira, Guilherme Belarmino, Julio Molica e Sara Pavani.

O Profissão Repórter vai ao ar às quartas-feiras, depois do Futebol 2018.


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