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É do Brasil! Globo celebra conquista histórica no Oscar com primeiro filme Original Globoplay, "Ainda Estou Aqui"

Eleito Melhor Filme Estrangeiro, o longa chegará em breve com exclusividade ao Globoplay.

por Redação, em 03/03/2025

Walter Salles recebe Oscar por 'Ainda estou aqui' (Foto: Reprodução)

Eleito Melhor Filme Estrangeiro, o longa chegará em breve com exclusividade ao Globoplay. Feito inédito para o cinema brasileiro coincide com o ano da comemoração de 100 anos de Globo.   

O Brasil está em festa! O primeiro filme Original Globoplay, "Ainda Estou Aqui," foi premiado neste domingo, dia 2, com a maior honraria do cinema mundial: o Oscar na categoria Melhor Filme Estrangeiro, durante a cerimônia realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles. O feito inédito é um marco para o cinema brasileiro e para a própria Globo, que pela primeira vez tem um conteúdo consagrado com uma estatueta do Oscar. 

"Que emblemático termos recebido o nosso primeiro Oscar e tantos outros prêmios importantes no ano em que celebramos 100 anos de Globo. ‘Ainda Estou Aqui' é um filme brilhantemente contado e executado, com performances excepcionais que conquistaram essa ascensão tão bonita. Investir, viabilizar e abrir espaço para o talento brasileiro é a missão da Globo há tantos anos e é motivo de grande orgulho ver esse talento ser reconhecido entre os melhores do mundo. Essa vitória é do nosso cinema e de todos nós, brasileiros!”, celebra Manuel Belmar, Diretor de Produtos Digitais, Finanças, Jurídico e Infraestrutura da Globo. 

"Ainda Estou Aqui" foi premiado em mais de 30 festivais nacionais e internacionais e atraiu uma multidão aos cinemas no Brasil, com mais de 5 milhões de espectadores. Coproduzido entre Brasil e França, o elenco conta com Fernanda Torres, Selton Mello, Fernanda Montenegro, Marjorie Estiano, Antônio Saboia, Maeve Jinkings, Humberto Carrão e Dan Stulbach, entre outros talentos. A produção é da VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com Globoplay, ARTE France e Conspiração, com distribuição no Brasil pela Sony Pictures.     

"Ainda Estou Aqui" é um filme brasileiro de 2024, do gênero drama biográfico, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro como Eunice Paiva em diferentes fases da vida, além de Selton Mello no papel de Rubens Paiva. O roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega foi baseado na autobiografia homônima de 2015, escrita por Marcelo Rubens Paiva.O filme foi distribuído nos mercados internacionais como I'm Still Here.

Foto: Divulgação/Divulgação

A trama retrata a história autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva com enfoque na vida de sua mãe, Eunice Paiva, uma advogada que acabou se tornando ativista política na sequência da prisão e consequente desaparecimento de seu marido (em razão da qual também foi presa com uma de suas filhas, Eliana Paiva) pela ditadura militar brasileira.

Sua estreia no Festival de Veneza aconteceu em 1.º de setembro de 2024, tendo sido aplaudido por dez minutos consecutivos pelo público e rendendo aclamação à atuação de Fernanda Torres.O filme foi premiado com a Osella de Ouro de Melhor Roteiro. Em outras exibições no mesmo festival, foi consistentemente ovacionado. Posteriormente, foi selecionado para mais de 50 festivais no mundo. Foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema como representante do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Óscar 2025. O filme é distribuído internacionalmente, incluindo os Estados Unidos, pela Sony Pictures Releasing, através do selo Sony Pictures Classics.

Ainda Estou Aqui foi lançado oficialmente nos cinemas brasileiros em 7 de novembro de 2024 e, mesmo tendo sido alvo de boicote, consequentemente fracassado, da direita brasileira, imediatamente tornou-se um sucesso de bilheteria, assumindo e mantendo-se na liderança da bilheteria nacional, com arrecadação de mais de 159 milhões de reais e mais de 5,1 milhões de espectadores até o momento. Foi incluso no Top 5 melhores filmes internacionais de 2024 da National Board of Review e considerado um dos melhores filmes do ano pela revistas especializadas BBC e Sight & Sound. Nos Prêmios Globos de Ouro de 2025, Fernanda Torres tornou-se a primeira brasileira a ganhar o prêmio de Melhor Atriz em Filme – Drama por sua atuação no filme, que, por sua vez, recebeu uma indicação de Melhor Filme em Língua Estrangeira, categoria em que também foi nomeado nos Prêmios Critics' Choice Movie e no BAFTA. Ao Oscar 2025, Ainda Estou Aqui recebeu três indicações: Melhor Atriz para Torres, Melhor Filme, sendo o primeiro filme brasileiro da história a concorrer nesta categoria, e venceu Melhor Filme Internacional, tornando-se o primeiro filme brasileiro da história a vencer a supracitada categoria.

Enredo

Em dezembro de 1970, Eunice Paiva (Fernanda Torres) e seu marido, o ex-deputado e engenheiro, Rubens Paiva (Selton Mello), moram com a família no Rio de Janeiro, enquanto tentam seguir com uma vida normal durante a Ditadura Militar. Seus amigos, Fernando (Charles Fricks) e Dalva Gasparian (Maeve Jinkings) decidem buscar refúgio em Londres, a fim de escapar dos horrores do regime, levando com eles a filha mais velha da família Paiva: Vera (Valentina Herszage). Vera já havia presenciado antes, as ações violentas dos militares no trânsito, quando voltava do cinema. Em uma tarde de janeiro de 1971, Rubes é levado por seis homens a mando do exército para um interrogatório e não retorna mais. No dia seguinte, Eunice também é levada com um capuz na cabeça, junto com sua filha de 15 anos, Eliana (Luiza Kosovski). Eunice é questionada se seu marido está aliado a "facções terroristas" pró-redemocratização, o que ela nega constantemente, dizendo que seu marido, depois do autoexílio dele devido à cassação de seu mandato pelo Ato Institucional Nº 1, não se envolveu mais em política desde então.

Eunice permanece presa por cinco dias até ser liberada, sem notícias de seu marido. Ela retorna para casa, se reencontra com Eliana e os demais filhos: Marcelo (Guilherme Silveira), Ana Lúcia (Bárbara Luz) e Beatriz (Cora Mora). Manchetes falsas são publicadas dizendo que Rubens fugiu, mas tanto Eunice quanto seus amigos não acreditam nos jornais. Eunice com a ajuda do advogado Lino Machado (Thelmo Fernandes), recorrem a um hábeas corpus a fim de garantir a liberdade e os direitos de seu marido. Baby Bocayuva (Dan Stulbach), amigo de Rubens, confessa para Eunice que eles, Gaspar e Raul Ryff (Daniel Dantas) prestavam suporte aos exilados em segredo. Eunice se encontra com a ex-professora de suas filhas, Martha (Carla Ribas), que confirma que também foi presa junto com Rubens, mas tem medo de denunciar a prisão ilegal. Martha então muda de ideia e escreve uma carta para Eunice contando os detalhes da prisão para servir como prova útil.

Mais tarde, o jornalista Félix (Humberto Carrão), amigo da família, fala para Eunice que Rubens foi morto e que seu corpo está desaparecido, porém, os militares não vão confirmar isso oficialmente. Com a perda do marido, Eunice tenta reestruturar a vida da família. Vera retorna de Londres e junto com sua mãe e irmãos voltam para São Paulo, após Eunice vender a casa da família. Eunice decide voltar para faculdade e aos 48 anos se forma em Direito. Em 1996, Eunice agora é uma ávida defensora dos direitos dos povos indígenas e recebe a notícia de que o Estado reconheceu o assassinato de Rubens, disponibilizando oficialmente um atestado de óbito. Ela dá uma entrevista argumentando que o governo deve indenizar às famílias das vítimas do regime e julgar os crimes cometidos na ditadura.

Anos depois, em 2014, Eunice (Fernanda Montenegro) é vista de cadeiras de rodas e com uma idade avançada, participando de um tradicional almoço em família, junto com os filhos e netos. Uma reportagem sobre a ditadura passa na televisão e menciona Rubens como um dos ícones da resistência, despertando a atenção de Eunice. Nos créditos finais, informa-se que Rubens Paiva foi morto entre 21 e 22 de janeiro de 1971, em um dos quartéis da 1ª Divisão do Exército no RJ e que cinco homens foram denunciados por sua tortura e assassinato, mas continuam impunes até hoje. Além disso, informa-se que Eunice faleceu em 2018 aos 89 anos, em São Paulo, após conviver com a doença de Alzheimer por quinze anos.


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