“Eu sou dependente químico igualzinho aos que estão lá na Cracolândia. Se eu vacilar, vou pra rua”, admite o ex-jogador.
Após 25 anos, Walter Casagrande deixou o cargo de comentarista de futebol na TV numa decisão que surpreendeu o público, que não esperava o fim de seu contrato antes da Copa do Mundo, que será disputada em novembro deste ano. Após fazer o anúncio em suas redes sociais, o ex-jogador concedeu sua primeira entrevista para uma emissora de televisão. Ele recebeu em sua casa, em São Paulo, a apresentadora do Domingo Espetacular, Carolina Ferraz, para uma longa conversa, na qual falou abertamente sobre temas como o uso de drogas, os ataques que recebe nas redes sociais, ostentação no futebol, dentre outros assuntos, sem fugir de polêmicas e sem temer os frequentes ataques que recebe pela internet. “Eu me posiciono”, reafirmando o estilo que o consagrou.
A dependência química que fez parte de sua história por longos anos é um dos temas que ele não deixa de falar, apesar das reações raivosas de parte do público. “Hoje as pessoas me chamam de viciado, drogado, financiador do tráfico, e acham que é crítica. Isso aí é ataque, não é liberdade de expressão”. E completa: “Eu sou dependente químico igualzinho aos que estão lá na Cracolândia. Igualzinho. Se eu vacilar, se eu não prestar atenção nos meus comportamentos, eu vou pra rua, entende?”, desabafa o ex-jogador de futebol.
Ele ainda explica alguns projetos para o futuro, como a ideia de trabalhar para a prevenção do uso de drogas nas escolas.