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Carcereiros: Camadas de realidade

Saiba mais sobre a série dirigida por José Eduardo Belmonte.

por Redação, em 11/04/2018

Foto: Globo/Ramón Vasconcelos

Uma história que tem um grande arco central e que, a cada episódio, encontra novas tramas e desfechos carece de muitas caras e vozes para dar vazão à quantidade de personagens que se apresentam semana a semana. Assim acontece com Carcereiros, série em que mais de cem atores fizeram participações especiais, com maior ou menor grau de participação. “Essa foi uma ideia que partiu do texto da série, que exigia muitas participações, e o conceito era ter nomes já estabelecidos com atores que têm trabalhos interessantes no teatro, além de uma diversidade de rostos e de tipos”, explica José Eduardo Belmonte, diretor-geral da obra. Ao longo dos episódios, há a presença de nomes como Matheus Nachtergaele, Chico Diaz, Gabriel Leone, Letícia Sabatella, Samantha Schmutz, Projota, Maria Clara Spinelli, Caio Blat, Carol Castro, entre outros.

Dedicando-se à preparação do elenco com muito entusiasmo, Belmonte fez questão de reunir praticamente todos os atores que participariam da série, inclusive aqueles que teriam cenas em apenas um capítulo, para que fosse construída uma unidade na dramaturgia. “Mesmo que todos eles não atuassem juntos, nós queríamos que eles estivessem na mesma frequência, foi um esquema bem próximo do que é feito nas companhias de teatro”, conta. 

Em uma obra tão densa quanto esta, ter o elenco funcionando na mesma sintonia e com a mesma intenção ajuda o diretor quando o set conta com perfis e histórias tão diversas. “Foi muito enriquecedor poder contar com todos esses atores, eles vieram de escolas e experiência diferentes. E mesmo assim conseguimos manter a premissa da série de manter o mais os personagens o mais próximo do real, com um toque lúdico, porque a gente sabe que a realidade é ainda mais difícil do que esta que estamos retratando”, avalia Nara Chaib, preparadora de elenco que trabalha com os atores antes e durante as gravações.

Foto: Divulgação/Globo

Outro desafio intenso é o de preparar os atores do núcleo principal e aqueles das participações, foi o de dar estofo e sustentação à interpretação dos figurantes, que também aparecem em grande número na série. Não era incomum, nas gravações no presídio, ter mais de 150 homens interpretando, em sua grande maioria, pela primeira vez na vida. “Boa parte dessas pessoas não tinha sido nem figurante, nunca tinha pisado em um set. Mas tivemos uma equipe fazendo a preparação deles, tínhamos alguns ex-presidiários que ajudaram a construir os hábitos daqueles ‘detentos’”, eles assistiram a filmes com essa temática. Todos foram extremamente parceiros, isso ajudou muito na hora de gravar”, completa o diretor-geral.

O trabalho com a figuração contou com a ajuda de outras pessoas para dar a veracidade necessária às cenas. “Antes de um evento como a rebelião, a gente precisava encontrar uma energia conjunta muito alta, de raiva, de revolta. Então, antes de gravar, fazia um aquecimento com os figurantes para encontrar esses sentimentos. Os carcereiros reais, que também estavam acompanhando as gravações, nos ajudaram muito. E a gente teve a honra de contar com os ex-detentos que fizeram teatro com esses carcereiros”, ressalta Nara.

Série vencedora do Grande Prêmio do Júri do Mip Drama, em Cannes, no ano passado, Carcereiros tem estreia marcada para o dia 26 de abril. A obra é assinada por Fernando Bonassi, Marçal Aquino e Denisson Ramalho, escrita com Marcelo Starobinas e livremente inspirada na obra de Drauzio Varela. Coprodução da Globo com a Gullane e a Spray Filmes, tem direção-geral de José Eduardo Belmonte e direção de episódios de Belmonte e Fernando Grostein. 


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