Benedito Ruy Barbosa assinou grandes sucessos na TV como Esperança (2002/ 2003), Terra Nostra (1999/ 2000), O Rei do Gado (1996/ 1997), Renascer (1993) e Pantanal (1990). A lista ainda vai além, e seu mais novo integrante é Velho Chico, a nova novela das 9. Mas o renomado autor não estará sozinho neste romance. Pelo contrário. Ele deixa a cargo de sua filha, Edmara Barbosa, e seu neto, Bruno Luperi, a missão e a arte de contar a história da saga familiar que vai suceder A Regra do Jogo.
"Estamos trabalhando com três gerações, divergências de opiniões e pontos de vista, o que é uma experiência fantástica", revela Bruno. Aos 27 anos, ele escreve os capítulos de Velho Chico com sua mãe, que tem 55, e não dispensa a constante consulta ao seu avô, que está com 84 anos. A diferença de idade é justamente o que traz riqueza para esta história, que tem o DNA beneditino com um olhar contemporâneo.
Dividida em duas fases principais, Velho Chico começa no final da década de 60 e chega aos dias atuais. Para Bruno, a própria narrativa pede esta mudança de tempo. "A primeira fase é muito boa, tem um ótimo enredo e, a impressão que dá, em uma visão mais saudosista, é que antigamente as coisas eram mais bonitas, mais líricas. Mas o mundo de hoje carrega sua beleza também. E, por isso, chegamos à segunda fase com a mesma satisfação e prazer de contar a história que tivemos quando começamos a primeira. Foi na arte de encontrar esta visão que resolvemos o dilema de lidar com estas fases", relata o autor.
Para ele e sua mãe, Edmara, o grande desafio em termos de autoria está na busca pelos pontos que podem transcender estas gerações. "O mundo continua sendo belo, a não ser que você fique o dia inteiro na frente do celular. Quando encontramos o meio termo, onde os mitos ainda vivem nos dias de hoje, porque eles seguem no nosso imaginário, encontramos o Velho Chico. O objetivo é trazer, do passado, esta relação mítica que, nesta história, é muito forte", explica Bruno.
A grande quebra que existe entre as gerações, segundo Edmara, está na forma de perceber o tempo. A dinâmica do dia a dia e a forma de operar dos jovens já é diferente da relação que seus pais construíram. "Hoje, o acesso à informação é indiscutivelmente benéfico, mas perde-se um pouco da intuição, do tempo contemplativo, que é resgatado na primeira fase. A pessoa precisa parar para ver, e as coisas não acontecem a mil por hora. No segundo momento, a necessidade de fazer tudo muito rápido está muito mais presente na juventude, que precisa mudar tudo do dia para a noite", contextualiza a autora.
Um novo recorte
A trama retrata uma história de amor cheia de entraves, misturas de sentimentos que carregam fortes personalidades e uma boa dose de drama, mas não é só isso. "Normalmente, a gente ficaria muito mais preso ao romance, e é claro que existem as guerras familiares e tudo o que uma grande novela pede, só que, respaldada em cima disso, tem uma discussão sobre comportamento, sobrevivência. A grande diferença está em uma juventude propondo uma mudança em um novo Brasil, é uma nova forma de olhar o mundo (...) O nosso jovem briga, é engajado nas lutas. A nossa juventude leva a sério". Bruno completa: "Essa nova geração ainda não foi representada pelo ângulo beneditino. Eu vejo a continuidade das histórias em termos de tom de voz e jeito de olhar".
Em seus primeiros suspiros, a novela já resgata um dos principais sentimentos que fazem parte da proposta principal dos autores: o nacionalismo. Esta é uma grande característica das histórias de Benedito, e é natural que existam comparações e semelhanças até mesmo com outras obras. Bruno ressalta a grande presença do residual beneditino e a influência do olhar do diretor Luiz Fernando Carvalho, que comandou, ao lado de seu avô, sucessos como O Rei do Gado, Renascer, Esperança e Meu Pedacinho de Chão (2014), mas garante que Velho Chico é único.
"As pessoas poderão fazer ligações próximas com o estilo de contar a história, o retrato da valorização do Brasil e dos povos naturais. Em termos de tramas, existem muitos paralelos, apesar de serem muito diferentes. Não é a mesma forma de falar. Não é a mesma saga do Mezenga. É uma paginação única com um universo muito próprio", descreve o autor.
Velho Chico é a nova novela das 9 da Globo. A história é de Edmara Barbosa e Benedito Ruy Barbosa, escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi. Os autores são filha e neto de Benedito, respectivamente, quem supervisiona a obra. A estreia é em março de 2016.
Comentários (8) Postar Comentário
Parece o logotipo da Maria do bairro #fail
Esperança foi sucesso???
também não sabia que Esperança foi sucesso!!!!!
Esperança só não foi um sucesso maior pois não tinha Natalia do Valle em seu elenco.
Gente essa novela parece que vai ser um sucessão, ainda mais que A Regra do Jogo vai entregar a audiência em alta, quero 35 ou + de média. A direção do Luiz Fernando Carvalho é incrível, pelas chamadas já dá vontade de chegar logo e é no meu niver presentaço hehe. A Globo não está brigando essa briga da Globo com a Record promete pegar fogo esse ano. Velho Chico X Os Dez Mandamentos.
Rio alto! Que dias atuais, minha gente? Anos 80 total! Kd a modernidade? Se não houver uma 3ª fase já queimaram na largada! #pavor #faltadepesquisa #fail #falaserio
Sinceramente eu fiquei maravilhada com a primeira parte da novela, no meu ponto de vista de encantos e com atores novos, mas que nos transmitia muito emoção, como o amigo falou "café requentado" a novela perdeu a beleza, parece que ela se perdeu o encanto. Desde já não sou especialista, mas deixou a deseja essa "segunda parte".
A novela e chata deixaram o elenco muito feio os personagens novos não se parecem com os da primeira fase nem fisicamente nem na interpretação que que é aquilo que o coronelzinho se transformou a Luziaficou bem mais nova e mais bonita os únicos que estão arrasando e são coerentes são os atores que interpretam o Santo