Repórter fala sobre autobullying e início da carreira como produtor.
Nas artes cênicas ou humor, nutrir uma persona nos palcos é parte fundamental para criação do imaginário sobre a verdadeira essência do artista. Digna do título, a performática Rogéria é a faceta publicamente conhecida de Astolfo Barroso Pinto. Na televisão, Rafael Cortez encontrou o seu tom de humor no realce do desajustado, como exemplifica Serginho Groisman ao dizer que o apresentador do ‘Vídeo Show’ cultiva o “não nasci para fazer sucesso, mas estou fazendo!”. Já para a atriz Alice Wegmann, o desafio em ‘A Lei do Amor’ se divide em criar o mistério em torno de Marina – seria a personagem uma persona de Isabela, desaparecida anteriormente na trama? As histórias, fictícias e reais, envolvendo os papéis e seus intérpretes estão neste sábado dia 4, no ‘Altas Horas’.
Astolfo descobriu a Rogéria aos 21 anos, quando trabalhava como maquiador em um canal de televisão. No livro “Rogéria – Uma Mulher e Mais um Pouco”, a atriz brinca que conta tudo, mas “sem dizer nomes”. Hoje, prestes a completar 74 anos, seu currículo artístico é repleto de trabalhos. No entanto, depois de rever momentos da carreira no telão de Serginho, surpreende-se: “Nunca pensei que tudo isso fosse acontecer. Graças ao meu lado artístico, conquistei esse espaço.” E complementa: “Achava que não ia para frente, que a Rogéria duraria até os 35 anos”. Já a reação de Alice Wegmann, após rever suas cenas em produções como ‘Malhação’ e ‘Ligações Perigosas’, é de emoção. Com lágrimas nos olhos, a carioca atribui o sentimento ao aprendizado carregado em cada trabalho que fez parte.
Das certezas na vida, Rafael Cortez pulou da vontade de ser desenhista – um sonho até os 17 anos – para a certeza de que seria um músico clássico, mantida até os 22 anos. A Serginho, o apresentador do ‘Vídeo Show’ compartilha essas curiosidades e afirma o gosto por fazer humor com sua própria vida. Entre piada aqui e outra ali no ‘Altas Horas’, Cortez muda a entonação e fala sério ao elogiar o apresentador: “Você é atemporal, os anos se passam e você continua jovem”.
Para Rafael Cortez, o grande herói é seu pai. Assim como ele, os músicos Chitãozinho & Xororó e Bruno & Marrone enxergam nos pais ícones de admiração. Sobre a infância, Chitãozinho descreve como o cheiro de madeira lembra essa época, pelo fato de o pai ser transportador do material. De uma viagem a outra, ao retornar da estrada, ele costumava trazer uma música inacabada e então compunha o restante perto dos filhos, como explica Xororó.
No projeto Clássico, Chitãozinho & Xororó se juntam à dupla Bruno & Marrone em uma parceria musical para cantar mais de 30 sucessos das duas duplas. No palco suspenso do ‘Altas Horas’, “Evidências”, “Dormi na Praça” e “Saudade da Minha Terra” são algumas das canções tocadas na noite. Para abrir e encerrar os blocos, Serginho convoca O Terno, trio paulistano apaixonado por música brasileira com a proposta de trazer um toque rock’n’roll para clássicos do repertório nacional. Durante a edição, Mary Help e Silas Simplesmente (Marco Luque) divertem o público. Além disso, Serginho convida o jornalista Pedro Bial para o quadro “Minha Adolescência”.
O ‘Altas Horas’ vai ao ar aos sábados, após o ‘Zorra’.