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Aguinaldo Silva diz que autores de novelas estão em crise

"Novela passou a ter vergonha de suas origens, o folhetim", desabafa o dramaturgo.

por Redação, em 28/12/2016

Aguinaldo Silva no Roda Viva (Reprodução/TV Cultura)

Aguinaldo Silva usou seu site para fazer um desabafo sobre a crise dos autores e o fato das novelas na TV estarem "com vergonha" de suas origens nos folhetins tradicionais.

"Das novelas eu diria o quê? Diria que nós, autores, estamos em crise, e o motivo dessa crise é que a novela passou a ter vergonha de suas origens – o folhetim – e quis desesperadamente se tornar outra coisa. E novela, quando não é folhetim, não é mais novela e, portanto, não funciona. Novela temática, ou política, ou o raio que a parta, pode estar cheia de boas intenções, mas não engana o telespectador, que vê nelas intenções outras que não apenas diverti-lo e, como tem o controle remoto sempre à mão, vai buscar diversão em outra parte", desabafou o dramaturgo, que ainda afirmou que se não forem contadas histórias "desvairadas" as novelas podem acabar.

"Do que precisamos então? De uma velha e boa novela à moda antiga, sem vergonha de ser o que é: louca, sempre no limite, sem medo de ser ridícula, enfim… Completamente desvairada. Não sei se ainda teremos isso algum dia, mas eu torço para que tenhamos sim. Porque, se as novelas continuarem como estão, sérias, sisudas, vazias de som e fúria, mas cheias de significados, bem, escrevam aí no seus caderninhos o que vou lhes dizer agora… Elas acabam", decretou.

Aguinaldo Silva volta à telinha em 2018, com O Sétimo Guardião, que marcará a volta dele ao universo do realismo mágico, abandonado pelo autor em 2001, quando foi ao ar a novela Porto dos Milagres. Para o elenco da obra, prevista para a faixa das 21h, o dramaturgo pretende contar com Chay Suede, Marina Ruy Barbosa e Lília Cabral.


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