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A Regra do Jogo discutirá sobre o limite entre o certo e o errado

"Tem um lado um pouco Você Decide", diz João Emanuel Carneiro.

por Redação, em 30/07/2015

Foto: Estevam Avellar/TV Globo

Em entrevista exclusiva à jornalista Cristina Padiglione, do jornal O Estado de S.Paulo, João Emanuel Carneiro falou sobre sua próxima novela, A Regra do Jogo.

"Essa novela é favela e asfalto. Favela e asfalto têm outro tom, é outra história. É a partir da favela que deu certo, inspirado no Vidigal, que eu criei esse Morro da Macaca, como foi o Divino, mas é diferente: é sobre a interseção do Rio de Janeiro. Por exemplo: tem um casal de classe média que não consegue mais pagar IPTU nem taxas condominiais nem reforma da portaria nem IPVA. Eles são da zona sul e vão morar na favela. Aqui acontece muito. Muita gente de classe média vai morar na favela - atores, músicos, mas também médicos. É muito mais barato."

O dramaturgo também comentou sobre a concepção do título e avisou que a novela terá um pouco do Você Decide:

"A Regra do Jogo é o limite de cada um arbitrar o que seria intolerável, o que seria imoral, o que seria mau-caratismo e como é isso no Rio de Janeiro, onde o conceito de psicopatia é bem fluído, digamos assim: quem vai ser condenado, quem vai para o inferno e para o paraíso? Tem um lado um pouco Você Decide. O espectador vai arbitrar se a pessoa merece uma chance ou vai para o inferno".

Diante dos problemas de Babilônia, que não conseguiu empolgar o público, João Emanuel acredita que é preciso contrariar a audiência.

"Na verdade, faço a novela muito para mim. Eu sou o primeiro espectador. Nunca penso que estou fazendo a novela para agradar alguém. A novela é para me agradar. É claro que tem que ter bom senso. Não posso fazer uma história de freiras lésbicas assassinas para a família brasileira, alguma autocensura tem que ter."

Sobre a pressão por resultados de audiência, ele diz que cada novela é um desafio.

“Na televisão, você não pode jamais se repetir. Se acha que encontrou uma fórmula, não encontrou. Cada novela é um desafio. O desafio dessa história é falar sobre o livre-arbítrio.... Estou fazendo a história que eu queria fazer. Não houve nenhuma ingerência da TV Globo sobre nada e acho que esse é o grande perigo: o canto da sereia é achar que resolve fazer alguma coisa para agradar alguém que não seja você". 


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