Há quatro semanas, o cantor teve que cancelar a agenda de shows por causa de uma hérnia de disco. 'Uma dor inexplicável', diz ele..
Os fãs esperavam encontrar Wesley Safadão nas festas de São João, mas foi tudo cancelado. Quatro semanas atrás, o ídolo do forró deu um susto nos fãs.
“Para respirar, doía. Se eu quisesse encher o meu pulmão, sentia dor. Eu sentia muitas, muitas pinçadas. Era na perna direita, era na perna esquerda”, conta Safadão.
A crise foi na madrugada de sábado, dia 25 de junho, no camarim, antes de um show no Recôncavo Baiano.
A coluna dele já tinha travado quatros anos atrás. Na época, ele descobriu que dois discos que servem para amortecer a coluna estavam danificados, com uma saliência, na região lombar. Dessa vez, o conteúdo de um desses discos extravasou e invadiu o canal que existe dentro da coluna, por onde passam os nervos que chegam às pernas e à região pélvica. Por isso Safadão estava sentindo tanta dor.
O médico realizou um procedimento chamado bloqueio. Injetou medicação e passou uma corrente de radiofrequência no local da lesão para diminuir a dor. Dois dias depois, Wesley se sentia melhor e decidiu voltar aos palcos.
“Eu posto uma foto nas redes sociais dizendo, ‘gente, hoje tem show em Caruaru, em Pernambuco, no São João de Caruaru’. Quando eu posto a foto, já não estava mais sentindo as minhas pernas, aí me segurei na escada. Fui descendo meio que pelos braços, apoiando, apoiando. E foi a primeira vez que não consegui sentir sensibilidade nos meus testículos. Aqui eu passei a mão aqui, disse. ‘Meu Deus, não estou sentindo nada’”, relembra Wesley.
Vértebra a mais na lombar
Em torno de 90% dos casos, a hérnia de disco é tratada com repouso e fisioterapia. Mas Wesley não é um cara comum… Nem no esqueleto. Ele tem uma vértebra a mais na coluna lombar. Algo presente em apenas 15% das pessoas. Essa sexta vértebra lombar deixa mais estreito o canal por onde passam os nervos, o que aumenta a chance de serem atingidos. Foi o que aconteceu com o cantor. Por isso ele não respondeu ao tratamento tradicional. Safadão tinha que ser operado. E logo.
Seis dias depois da cirurgia, a equipe do Fantástico encontrou Wesley na casa dele. Desde janeiro, ele mora na grande São Paulo, a quase três mil quilômetros de Fortaleza. Foi lá perto, na fazenda da família, que Wesley soube que teria de ser operado.
“Eu comecei a ter uma sensação tão ruim. ‘Será o meu último almoço na fazenda? Será que eu não vim para a fazenda para me despedir dos meus filhos?’”, relembra o cantor.
A recuperação de Safadão depende de algo que ele não costuma fazer: andar devagar. Algo quase impossível para o cearense que faz 20, 30 shows por mês Brasil afora— e produz e coordena a maioria deles. Mas chegou a hora de pisar no freio.
Wesley foi operado no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo pela equipe do neurocirurgião Francisco Sampaio.
O repórter Ernesto Paglia acompanhou uma consulta do cantor. Wesley chegou todo safado, querendo voltar para o palco ainda nesta semana.
Ernesto Paglia: Quinze minutos de consulta, não passou muito disso. Era para tirar os pontos e para ver a resposta para a pergunta de
Wesley Safadão: posso subir no palco, doutor?
Francisco Sampaio, médico: Seria uma irresponsabilidade, no mínimo, da minha parte liberá-lo neste momento para voltar aos palcos. Mas na semana que vem, com 15 dias e com a cicatrização já bem avançada, ele tem 99,999% de chance de voltar.
Wesley Safadão: Fico triste porque queria muito voltar, mas como eu digo, confio muito em Deus, tudo tem um propósito, né? É como ele falou agora há pouco, eu acho que a prioridade é cuidar da sua vida.