Globo, Ministério Público e Delegacia de Crimes da Internet procuram as medidas cabíveis para punição dos responsáveis.
Alvo de comentário racistas, Maria Júlia Coutinho comentou o caso na edição desta sexta-feira do Jornal Nacional. Assim que a jornalista concluiu a Previsão do Tempo, William Bonner abriu para o tema: "Maria Júlia, me deixa pedir um favor pra você. Divide com o público do Jornal Nacional aquela mensagem linda que você mandou pra gente por e-mail hoje à tarde, porque estava todo mundo preocupado com você. Você mandou uma mensagem maravilhosa. Divide aqui com todo mundo."
A resposta de Maju
"Estava todo mundo preocupado. Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores, mas na verdade é o seguinte, gente: eu já lido com essa questão do preconceito desde que eu me entendo por gente. Claro que eu fico muito indignada, fico triste com isso, mas eu não esmoreço, não perco o ânimo, que eu acho que é isso que é o mais importante. Eu cresci numa família muito consciente, de pais militantes, que sempre me orientaram. Eu sei dos meus direitos. Acho importante, claro, essas medidas legais serem tomadas, até para evitar novos ataques a mim e a outras pessoas. Eu acredito que isso é muito importante. E agora eu quero manifestar a felicidade que eu fiquei, porque é uma minoria que fez isso. Eu fiquei muito feliz com a manifestação de carinho mesmo, como vocês disseram. Eu recebi milhares de e-mails, de mensagens. Acho que isso que é o mais importante. E a militância que eu faço, gente, é com o meu trabalho, é fazendo o meu trabalho sempre bem feito, sempre com muito carinho, com muita dedicação, com muita competência, que eu acho que é o mais importante. E, pra finalizar, Bonner e Renata, é o seguinte: os preconceituosos ladram, mas a caravana passa. É isso."
"Somos todos Maju. Hoje e sempre.", disse Renata Vasconcellos, fazendo menção à hashtag #SomosTodosMaju, que chegou ao Trending Topics do Twitter.
O Caso na Justiça
O promotor criminal Cristiano Jorge dos Santos instaurou inquérito de apuração aos crimes de racismo e injúria qualificada, em São Paulo. Já o Ministério Público so Rio de Janeiro solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso de Maju na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.
"A Globo espera que essas ações cheguem a bom termo e que os criminosos sejam punidos. E, além disso, a própria Globo também está estudando as medidas judiciais cabíveis.", comunicou a emissora na página do Jornal Nacional (G1).