Giovana Cordeiro revela que parou de jogar futebol por machismo

Ela está brilhando muito como a Xaviera, uma das personagens mais azaradas - e apaixonantes - de Mar do Sertão. Mas antes de arrasar na novela das 6, assim como em outros papéis que marcaram a sua carreira, Giovana Cordeiro mandava muito bem em outra atividade: o futebol.

No podcast Papo de Novela, a intérprete da Xaxá volta no tempo e lembra da época em que o esporte fazia parte da sua infância e adolescência. Tudo "culpa" de Lílian Souza e Flávio Trivella, pais de Giovana, que eram sócios de uma empresa de futebol, que oferecia escolinha e, vira e mexe, promovia campeonatos - empresa que existe até hoje.

E mais: Flávio, pai da artista, é ex-jogador da base do Flamengo e Botafogo. Ou seja: Giovana não teve para onde fugir e respirou futebol durante boa parte da sua vida.

Nesse episódio do podcast, a atriz conta qual o impacto do empreendimento dos pais na sua trajetória, relembra uma partida marcante e revela que Marta, uma das melhores jogadoras do mundo, costumava treinar no campo do seu pai.

Infância 

"Saía da escola e ia para o campo, ficava o dia inteiro lá. E ajudava os meus pais depois que fiquei mais velha. A nossa vida era futebol. Meu pai tem 3 meninas. Minhas irmãs também jogaram bola e competiram no campeonato, assim como eu."

"Coisa de menino"

"Naquela época, estava na escolinha, mas eu não jogava com os meninos da minha idade, jogava com os mais novos, porque achavam que eu poderia me machucar. E isso me deixava irritava."

"Quando eu ia treinar, eu corria muito rápido, era muito ligeira. E queria ir para o ataque, queria fazer gol. Mas ninguém me colocava. Participei de um campeonato e meu time tomou quase um 7x1. Eu pedia para estar mais perto e o treinador falava que não. Só tinha menino, eu era a única menina. Nessa partida, ninguém passava bola para menina do time. Eu estava na zaga, quando peguei a bola, levei, levei, levei... Cheguei na cara do gol, cruzei a bola, tinha um menino que devia passar pra mim. Mas ele quis chutar e não foi gol, eu era invisível ali. Para mulheres sabemos que é mais complicado. Depois desse campeonato, onde perdemos feio, não voltei mais."

"Sempre colocam a capacidade física da mulher em um lugar inferior, quando na verdade, é treino e incentivo."

Encontro com Marta

"Quando eu era criancinha, tinha uma pelada das meninas lá e vi a Marta jogar. Ela ia lá treinar no campo do meu pai. E cresci meu pai ouvindo falar dela."