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"A novela continua sendo a maior audiência da TV", diz autor premiado

Aguinaldo Silva, responsável pelo sucesso de Império, comenta o sucesso da dramaturgia.

por Redação, em 28/11/2015

O autor Aguinaldo Silva. Foto: Divulgação/Globo

Em entrevista a jornalista Lígia Mesquita (Folha de São Paulo), Aguinaldo Silva, autor premiado duas vezes pelo Emmy Internacional de melhor novela, com Império (Globo, 2014) e Laços de Sangue (SIC, 2012), disse que mesmo com a audiência em queda, as novelas seguirão como principal produto da TV no país.

"Império, que fez um sucesso, deu 32,7 pontos de média. É uma diferença brutal [se comparada com Senhora do Destino (50,4 pontos)]. Não significa que as novelas estejam em decadência. Mas o modo de ver televisão mudou muito. Hoje em dia tem uma gama de escolha, tem a Netflix, que veio para ficar. A audiência está muito fracionada. Não existe mais aquela audiência que as novelas davam antigamente, mas a novela continua sendo a maior audiência da TV. Nada ameaça a novela. A tendência é ainda ser o principal produto da TV", concluiu o dramaturgo.

Aguinaldo, feliz com a estatueta, diz que das novela que escreveu, Império foi a mais bem escrita. "Na minha idade, 72, a gente começa a ligar o automático. Ali percebi que não podia fazer isso. Essa premiação mostra algo óbvio, mas não muito bem visto: o novelista tem que se matar, se quiser fazer uma boa novela. Não basta fazer o rotineiro, tem que ir além."

Sobre a concorrência, o sucesso de Os Dez Mandamentos [Record], Aguinaldo diz que ela é fundamental, inclusive para que os profissionais saiam do comodismo e caprichem mais.

Aguinaldo Silva atua em 'Império' pedindo autógrafo para Téo Pereira. Foto: Divulgação/Globo

Para ele, o Brasil ainda não sabe produzir seriados. "Acho que os seriados são muito mais vistos no Brasil do que a gente pensa. Mas nós ainda não entramos para valer nesse segmento. Ainda não aprendemos a fazer seriado. Os nossos estão na base de 'sitcom', e isso tá superado. Ou a gente aprende a fazer seriado ou a gente fica para trás, perde uma fatia boa de mercado", finalizou. 


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