Na trama, Ney Latorraca e Marco Nanini surgiam disfarçados de mulheres.
"Um Sonho a Mais", considerada um fracasso de público e que completará 40 anos no próximo ano, será adicionada ao catálogo do GloboPlay em 2025. A notícia foi divulgada inicialmente pelo site Heloisa Tolipan e posteriormente confirmada pela assessoria de streaming da Globo.
A novela fará parte do Projeto Resgate, que disponibiliza tramas antigas na íntegra. "Um Sonho a Mais" enfrentou desafios durante sua exibição original, sendo alvo de censura devido à presença de personagens femininos interpretados por homens, assim como homens disfarçados de mulheres, todos vividos por Ney Latorraca e Marco Nanini. A quebra de padrões de gênero resultou em críticas negativas, encurtamento da trama e intervenções da Censura, que solicitava cortes considerando uma suposta "exaltação à homossexualidade e à transsexualidade".
A novela, criada pelo espanhol Daniel Más em colaboração com Lauro César Muniz (que assumiu os textos após as mudanças do autor estrangeiro serem rejeitadas pelo público brasileiro), apresentava um elenco estelar, incluindo nomes como Antonio Petrin, Marco Nanini, Fúlvio Stefanini, Ney Latorraca, Sylvia Bandeira, Susana Vieira, Edson Celulari, Maitê Proença, Tássia Camargo, Cissa Guimarães, Anselmo Vasconcellos, José Lewgoy (1920-2003) e Yara Amaral (1936-1988).
A sinopse da trama principal
A peça Volpone, de Ben Jonson, autor inglês contemporâneo de William Shakespeare, serviu de inspiração para a história de um milionário excêntrico que se esforça para reaver seu amor. A novela tem início com a chegada do milionário Antônio Carlos Volpone (Ney Latorraca) ao Brasil. Depois de morar 18 anos no Cairo, ele volta à sua terra natal por duas razões: a primeira, para esclarecer o assassinato do sogro, Dr. Telles (Rubens Corrêa), do qual era acusado; a segunda, para se aproximar da ex-mulher Estela (Sylvia Bandeira), agora casada com Orlando Aranha (Fulvio Stefanini). Excêntrico, rico e vaidoso, Volpone decide chamar a atenção de todos e se faz passar por moribundo, vítima de uma doença contagiosa. Afirma que voltou ao país para morrer em sua terra natal e que a grave doença o obriga a permanecer em uma redoma de plástico. Seu retorno causa grande rebuliço, e todos os amigos e inimigos de Volpone ficam interessados em sua incalculável fortuna. O milionário também desperta o interesse da mídia, e a repórter Amélia Bicudo (Cissa Guimarães) decide investigar sua vida.
Para despistar seus inimigos e circular livremente, Volpone utiliza inúmeros disfarces: a executiva Anabela Freire, o médico Nilo Peixe, o industrial Augusto Melo Sampaio e o motorista André Silva. Com a ajuda de seu fiel secretário e amigo, Mosca (Marco Nanini), ele enfrenta seu principal rival, Orlando Aranha, e a misteriosa Renata (Susana Vieira), irmã de Orlando, que guarda segredos sobre o assassinato do pai de Estela. Renata é uma mulher ambiciosa e bonita, que segue todas as orientações de seu inescrupuloso irmão.
Volpone faz tudo para se aproximar de Estela, enquanto ela o evita de todas as formas. O excêntrico milionário decide, então, se aproximar de seu grande amor através de seus disfarces. Augusto, Nilo e André entram nas mais inusitadas situações para conquistar o coração de Estela. Aos poucos, ela descobre que todos eles são, na realidade, disfarces de Volpone. Nessa altura, ela já não consegue mais esconder o amor que sente pelo ex-marido, mas resiste, só cedendo no último capítulo da novela, quando os dois terminam juntos e apaixonados. O destino ainda prepararia outra surpresa para o casal: Mônica (Tássia Camargo), uma jovem de 18 anos, é filha de Volpone, e não de Aranha, como todos, inclusive Estela, acreditavam. Aranha confessa que quando Estela engravidou, ele constatou que a criança só poderia ser de Volpone, pois sabia que era estéril. Aranha preferiu guardar a verdade em segredo, temendo perder Estela para o rival.
A identidade do verdadeiro assassino de Dr. Telles só é revelada no último capítulo da novela. Com a ajuda de Amélia e Estela, Volpone descobre que Renata foi a autora do crime. Sem saída, ela confessa e acaba presa.
Autoria: Daniel Más e Lauro César Muniz | Colaboração: Mário Prata e Dagomir Marquezi | Direção: Roberto Talma, Mário Márcio Bandarra, Carlos Magalhães e Luca de Castro | Direção-geral: Roberto Talma | Supervisão: Daniel Filho | Período de exibição: 04/02/1985 – 03/08/1985 | Horário: 19h | Nº de capítulos: 153